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TF d.3 INTRODUÇÃO AO V.T.

Índice:





Introdução

O Antigo Testamento (AT) é a primeira parte da Bíblia cristã e representa uma coleção de textos sagrados fundamentais para o judaísmo e o cristianismo. Composto por 39 livros na tradição protestante e 46 na católica, o AT inclui uma variedade de gêneros literários, como narrativas históricas, leis, poesia, profecias e literatura de sabedoria. Ele narra a história do povo de Israel, desde a criação do mundo, passando pela aliança de Deus com os patriarcas como Abraão, Isaac e Jacó, até a libertação do Egito e a formação de uma nação sob a liderança de Moisés. O AT também aborda temas teológicos centrais, como a soberania de Deus, a moralidade, a justiça e a promessa de redenção futura.

A obra das Tradições Orais do Pentateuco, nos apercebemos de quão rico são estes primeiros livros da Bíblia, onde encontramos diversos estilos literários, como mitos, novela sagas, entrelaçadas por narrativas diferentes, feitas em diferentes épocas confirmado pelos estudos feitos, notamos que a Bíblia transcrita Como temos hoje passou por diversas fases até  chegar a forma de livro. As tradições orais que passavam de geração em geração, demoraram muito para serem escritas. Mesmo quando isso aconteceu, existiram diversos manuscritos separados e divididos rolos   ou pergaminhos, e só muito tempo depois é que tais documentos começaram a fazer um corpo de manuscritos para formar um compêndio literário.

Como a Bíblia sobreviveu a tudo isso, passando por diversas civilizações, culturas e contextos diferentes, passando da forma oral para a forma escrita, é um grande mistério. E surpreendente como chegou até nós com uma sintonia notável.



1. Tradição Oral

Tradições no Pentateuco. O que é tradição javista, elohista e tradição sacerdotal? Qual a semelhança/diferança?

Sobre as Tradições Orais do Pentateuco, nos apercebemos de quão rico são estes primeiros livros da Bíblia, onde encontramos diversos estilos literários, como mitos, novelas e sagas, entrelaçadas por narrativas diferentes, feitas em diferentes épocas Confirmado pelos estudos feitos, notamos que a Bíblia transcrita como temos hoje passou por diversas fases até chegar a forma de livro. As tradições orais que passavam de geração em geração, demoraram muito para serem escritas. Mesmo quando isso aconteceu, existiram diversos manuscritos separados e divididos em rolos ou pergaminhos, e só muito tempo depois é que tais documentos começaram a fazer um corpo de manuscritos para formar um compêndio literário.

Como a Bíblia sobreviveu a tudo isso, passando por diversas civilizações, culturas e contextos diferentes, passando da forma oral para a forma escrita, é um grande mistério. É surpreendente como chegou até nós com uma sintonia notável. A despeito de algumas pequenas variações, sua mensagem é clara e única. Tudo isso é realmente um milagre.

Na forma de tradições orais, quatro são as mais conhecidas e divulgadas:

  • A Tradição Javista;
  • A Tradição Eloísta;
  • A Tradição Sacerdotal;
  • A Tradição Deuteronômica.

Estas tradições, cada uma com as suas peculiaridades que estudaremos a seguir, formam a base, alicerce e fonte dos homens que escreveram muitos dos livros do AT e todas elas entraram como fontes na composição do Pentateuco.

Segundo Guilherme Vilela (*), esta seria a teoria das quatro fontes apresentada por Hupfeldt em 1853. Sobre isso, Guilherme declara:

“A partir de Herrman Gunkel, em 1910 tem início uma abordagem que reconhece que as narrativas do gênesis tiveram uma longa história de transmissão geralmente oral antes da sua fixação por escrito (formgeschichte). Os relatos orais assumiam formas específicas com a finalidade facilitar a lembrança preservar a memória e os costumes da tribo/povo, devendo ser distinguidos do contexto literário e estudados a partir de seu sitz im leben original. Abordagem histórico tradicional (traditiongeschichte) baseia-se na obra de Gunkel mas enfatiza o sentido dos relatos tradicionais em sua forma e contexto final. Essa abordagem permanece negando a autoria mosaica, atribuindo datas avançadas para o Pentateuco e considerando irrelevante a questão da historicidade das narrativas”.

Levando isto em consideração, podemos entender como estas tradições orais foram super importantes para a Bíblia. Num tempo em que não existia impressa, onde poucos eram os que tinham habilidades suficientes para escrever alguma coisa, as tradições orais portanto foram vitais para que o livro sagrado viesse a existir.

Os estudiosos do assunto declaram que a tradição oral passou para a tradição escrita, somente no século X a.C., no reinado de Davi e depois Salomão. As primeiras tradições, a Javista e a Eloísta, passaram a partir de então, a constar em rolos ou pergaminhos, vindo depois a sacerdotal e posteriormente a deuteronômica a ser também transcrita em épocas menos distantes.



2. Pentateuco

Cada exemplar das Escrituras inicia-se com o Pentateuco, que são os cinco primeiros livros da Bíblia. Os judeus chamam-no “a Lei” ou “Torá”. em hebraico Bereshit. (Torã = Instrução).

  • O Pentateuco, do grego. é composto pelos cinco primeiros livros da Bíblia. Entre os judeus é chamado de Torá, uma palavra da língua hebraica com significado associado ao ensinamento, instruçào, ou literalmente Lei, autoria é atribuída a Moisés. Sergio Valentin Grizante

É provável que o Pentateuco originalmente fosse apenas um livro, dividido em cinco capítulos, que correspondem do livro de Gêneses a Deuteronômio. A separação desses capítulos, que foram considerados como livro, é atribuída aos 72 tradutores de Alexandria. A tradução que ficou conhecida como Septuaginta. (+- 280 aC)

Autor – O Pentateuco é de autoria de Moisés, servo de Deus que escreveu inspirado pelo Espírito Santo. O Pentateuco engloba um período de mais de vinte e cinco séculos (2.500).

  • Bereshit (No princípio…)         (Gênesis)
  • Shemot (Os nomes…)            (Êxodus)
  • Vayikra (E Ele chamou…)       (Levítico)
  • Bamidbar (No deserto…)         (Números)
  • Devarim (As palavras…)         (Deuteronômio)

A tradição Javista e Eloísta são coleções que foram compostas e transmitidas oralmente e só muito tempo depois, provavelmente, na época da monarquia de Davi e Salomão é que foram escritas.

Javista

Coleção ou código Javista (J), onde predomina o nome de Deus Javé. Tem estilo simbolista, dramático e vivo; mostra Deus muito perto do homem. Teve origem no reino de Judá com Salomão (972-932). A tradição Javista apresenta a história do Paraíso e da queda dos Seres Humanos, o dilúvio, Noé e a vinha, a torre de Babel, a vocação de Abraão e sua viagem a Hebron, e a consciência nacional de Israel que se originou a partir das vitórias de Davi e da prosperidade do seu reinado. Compare no texto hebraico de Gn1,1 aparece: No princípio Elohim criou os céus e a terra”. Na tradução Almeida: “No princípio, Deus criou os céus e a terra” (Gn1,1). No texto em hebraico de Gn 1,1-2,4 Deus é nominado de Elohim, e na sequência em Gn 2,5-18, Deus é nominado e (Iahweh) Javé.

Alguns textos da tradição Javista: Gn 2, 4b – 4, 26; 5,29; 6,1-8; 9,18-27; 10,8-19,25-30; 12; 21,1-7; Ex 11,4-8; 12,21-27; Nm  10,29-32.

Eloísta

O código Eloísta (E), predomina o nome Elohim (Deus). Foi redigido entre 850-750 a.C, no reino cismático da Samaria. Não usa tanto o Sacerdotal (representa Deus à semelhança do homem) do código Javista. Quando houve a queda do reino da Samaria, em 722 a.C para os Assírios, o código E foi levado para o reino de Judá, onde houve a fusão com o código J, dando origem a um código JE.

Deuteronomista

O código Deuteronomista (D) – Deuteronômio (repetição da Lei, em grego). Acredita-se que teve origem nos santuários do reino cismático da Samaria (Siquém, Betel, Dã,…) repetindo a lei que se obedecia antes da separação das tribos. Após a queda da Samaria (722) este código deve ter sido levado para o reino de Judá, e tudo indica que tenha ficado guardado no Templo até o reinado de Josias (640-609 aC), como se vê em 2Rs 22. O código D sofreu modificações e a sua redação final é do século V aC, quando, então, na íntegra, foi anexado à Torá. No Deuteronômio se observa cinco “deuteronômios” (repetição da lei). A característica forte do Deuteronômio é o estilo forte que lembra as exortações e pregações dos sacerdotes ao povo.

Sacerdotal

Tanak:

  • E um acrónimo utilizado dentro do judaísmo para denominar seu conjunto principal de livros sagrados, sendo o mais próximo do que se pode chamar de uma Bíblia judaica. O conteúdo do Tanakh é equivalente ao A.T. cristão, porém com outra divisão. Sergio Valentin

O código Sacerdotal ou Priestercodex (P) – vem da palavra alemã: Priester que significa Sacerdote provavelmente os sacerdotes judeus durante o exílio da Babilônia (587-537 aC) tenham redigido as tradições de Israel para animar o povo no exílio. Este código contém dados cronológicos e tabelas genealógicas, ligando o povo do exílio aos Patriarcas, para mostrar-lhes que fora o próprio Deus quem escolheu Israel para ser uma nação sacerdotal (Ex 19,5s). O código P enfatiza o Templo, a Arca, o Tabernáculo, o ritual, a Aliança. Tudo indica que no século V aC, um sacerdote, talvez Esdras, tenha fundido os códigos JE e P, colocando como apêndice o código D, formando assim o Pentateuco ou a Torá, como a temos hoje. A Tradição Sacerdotal (P) caracteriza-se nos escritos pela sua origem a partir de grupos com interesses sacerdotais e legalistas, principalmente do pós-exílio.. Segundo os estudiosos do tema essa tradição foi composta a partir do séc. V antes de Cristo, período do pós-exílio da Babilônia e entra em muitos pormenores a respeito do sacerdócio, sacrifício, festas e culto. Também faz uma descrição minuciosa do tabernáculo e do seu mobiliário, e uma centralização da vida do povo do antigo Israel e do culto em torno do Templo de Jerusalém. Apresenta Moisés mais como um legislador do que um Profeta Libertador.

Alguns textos da Tradição sacerdotal: Gn 1.1-2,4a; 5.1-28; 6.5-9; 13.6.11ss; 16.1.3.15s; 17; 21.3-5; Ex 1.1-5.7.13s; 2.23-25; 6.2-30; 7.1-13,19s; todo o livro do Levítico; Nm 1.10;15; Dt 32.48-52; 54.1.

Para termos melhor compreensão vamos analisar datas mais remotas, abaixo vem em números redondos e são apenas aproximadas, algo incerto. São, contudo, suficientemente exatas para mostrar a seqüência histórica dos eventos e pessoas.

  • Abraão                                          Cerca de 2000-1950 a.C.
  • Isaque                                          Cerca de  2060-1850 a.C
  • Jacó                      ,                       Cerca de 1800-1700 a.C.
  • José                                              Cerca de 1750-1650 a.c.
  • Moisés                                          Cerca de 1400 ou1300 a.C.
  • Exôdo                                           Cerca de 1400 ou1300a.C.
  • Rute                                              Cerca de 1125 a.C.
  • Samuel                                         Cerca de 1075 a.C.
  • Saul                                              Cerca de 1050 a.C.
  • Davi                                              Cerca de 1011 a.C.
  • Salomão                                       Cerca de 971 a.C.
  • Divisão do Reino                          Cerca de 931 a.C.
  • Cativeiro da GaliIéia                     Cerca de 732 a.C.
  • Cativeiro de Israel                         Cerca de 722 a.C.
  • Conquista de Judá pela Babilônia Cerca de 605 a.C.
  • Cativeiro de Jeoiaquim                 Cerca de 597 a.C.
  • Destruição de Jerusalém              Cerca de 587 a.C.
  • Volta do Cativeiro                         Cerca de 538 a.C.
  • Reconstrução do Templo              Cerca de 520 a.C.
  • Ester torna-se Rainha da Pérsia   Cerca de 478 a.C.
  • Esdras parte para Jerusalém        Cerca de 458 a.C.
  • Neemias reedifica os Muros          Cerca de 444 a.C.

Períodos

Abraão, Isaque, Jacó                          Cerca de 200 anos: 2000-1800 a.C.

Permanência de Israel no Egito          Cerca de 400 anos: 1750-1400 a.C. ou 1300 a.c.

Período dos Juízes                             Cerca de 300 anos: 1400-1100 a.C.

O Reino: Saul, Davi, Salomão ..          Cerca de 120 anos: 1050- 931 a.C

O Reino Dividido                                 Cerca de 200 anos: 931- 722 a.c.

O Cativeiro                                         Cerca de 70 anos: 605- 538 a.c. Período de Restauração                       Cerca de 100 anos: 538-432 a.C.



O grande assunto da Bíblia é a história do povo de Deus morador no país de Canaã. Mas ela é história de muitos outros povos, a quem Deus acompanhou com o mesmo cuidado. A região habitada por eles era a mesma que, hoje, chamamos de Oriente Médio.

Os principais povos que fazem parte da história bíblica são:

Egípcios

Viviam da agricultura nas margens do rio Nilo. Formaram um poderoso império em 3000 a.C.. Tinham vários deuses (politeísmo), mas foram os primeiros a falar de um Deus único (monoteísmo). Até hoje vemos lá pirâmides imensas, construídas com trabalhos forçados para serem túmulos dos faraós (Êxodo 1,11). Por isso, obras públicas imensas e inúteis, feitas com o suor do povo, são chamadas hoje de obras faraônicas.

Cananeus

Viviam em Canaã quando os israelitas conquistaram as cidades e dividiram o país entre suas próprias tribos (Juízes 1,9). Sua religião era ligada à agricultura. Os deuses mais importantes eram Baal, deus da chuva, e Astarte ou Asserá, deusa da fertilidade (Juízes 2,11-13).

Filisteus

Chegaram depois dos israelitas e se instalaram na beira do mar. Tentaram conquistar Canaã (Juízes 13,1). Os israelitas tiveram que organizar um forte exército para defender o sistema de tribos.

Amonitas, moabitas e edomitas

Viviam do lado direito do rio Jordão, como pastores. Ao longo de sua história, fizeram guerras e alianças com Israel. Eram como primos dos israelitas, pois descendiam todos da família de Abraão.

Assírios

Faziam parte de um poderoso império que explorava outros povos através do comércio. Como tinha um exército forte, sempre levava a melhor nos acordos comerciais. Os pobres ficavam cada vez mais miseráveis e a Assíria cada vez mais rica. É parecido com o que acontece hoje entre países ricos e pobres.

Quando um povo se recusava a fazer parte desse jogo, a Assíria invadia o país rebelde e destruía tudo. Em 722 a.C., destruiu o norte de Israel e levou os israelitas para longe. (2Reis 17,3-6).

Babilônios

Pertenciam a um império tão antigo quanto o império do Egito. Viviam na Mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates que garantiam prosperidade econômica. Babilônia se comunicava com o Egito através de várias estradas.

As principais estradas do Oriente Antigo passavam por Canaã. Por isso, todos os impérios queriam ter o controle político e militar dessa região. Muitas tradições religiosas da Babilônia foram aproveitadas na Bíblia. Por exemplo, as histórias de dilúvio (Gênesis 6-9).

O povo de Deus é o protagonista por excelência da Bíblia. É um povo formado de muitas raças e culturas diferentes; gente de diversas regiões foi chegando e formando um único povo unido por um ideal: terra e pão, igualdade e justiça. Esses povos brigavam muito, mas também se misturavam através de alianças e casamentos. Javé, o Deus da vida, era o ponto de união. Aderir a Javé era o mesmo que aderir à defesa da vida.

Na criação vemos o Deus onipotente, onipresente, onisciente, auto-suficiente, amoroso, verdadeiro e justo criando todas as coisas e operando na queda e redenção do homem (Adão).

Na criação vemos, também, que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança. Isso significa que Deus criou o homem perfeito e santo, e que ele carrega, impresso em seu coração, alguns atributos de Deus. Se cremos em um deus que possui atributos diferentes daqueles descritos na Bíblia, ou até sem algum deles, temos toda a nossa cosmovisão distorcida.

Ao contrário do que diz a teoria da evolução, o homem é um ser criado. Em Gênesis 2:7 diz claramente que Deus criou o homem e usou o pó da terra como matéria-prima para esta criação tão especial. Após fazer o homem do pó da terra, Deus assoprou em suas narinas e lhe deu o fôlego da vida.

Segundo Gênesis 1:24 a 31, o homem foi criado à semelhança de Deus e foi lhe dado o governo sobre todos os animais, plantas e toda a terra.

O propósito de Deus era que o homem fosse santo, assim como Deus é santo, mas o homem pecou e deste pecado resultou corrupção da humanidade e consequentemente a morte. Somos então criados por Deus, mas afastados de Deus por causa do pecado.

Com o pecado e a queda, o homem tornou-se:

  • Separado de Deus
  • Um ser de natureza depravada
  • Escravo do pecado
  • Condenado a morte

Dependente do seu esforço e trabalho para a sobrevivência. A terra foi amaldiçoada e perdeu seu vigor e produtividade por causa do pecado do homem.

Como vimos acima o pecado trouxe um grande prejuízo para o homem, mas Deus em sua misericórdia decidiu resgatar o homem e livrá-lo da condenação do pecado. Para isto, enviou seu único filho, Jesus Cristo, para morrer em uma cruz e pegar o preço dos nossos pecados.

A morte de Jesus foi substituta, isto é, nós somos pecadores e ele justo, então, quando ele vai para a cruz há uma troca: ele sendo justo toma a nossa natureza pecaminosa e a leva para a cruz e ao mesmo tempo nos oferece a sua natureza justa e santa para que perante Deus fossemos justificados de nossos pecados.

  • ISMAEL Foi o primeiro filho de Abraão, que o teve através de sua serva, Agar, mencionado no livro de Gênesis.

Somos responsáveis por nossas escolhas e decisões. Deus por intermédio de profetas, reis, apóstolos e outras pessoas nos deu a conhecer sua vontade e a nossa responsabilidade em cumpri-la. Tudo isso foi registrado por esses homens e posteriormente catalogado em um livro que chamamos de Bíblia.

A Bíblia mostra a provisão de Deus em tudo e ao mesmo tempo mostra que devemos tomar decisões corretas, reconhecer nossos pecados, reconhecer que o sacrifício de Jesus foi em nosso favor e nos aproximar dele com arrependimento e fé.

Em 1Coríntios 6:19-20 diz: “Será que vocês não sabem que o corpo de vocês é o templo do Espírito Santo, que vive em vocês e lhes foi dado por Deus? Vocês não pertencem a vocês mesmos, mas a Deus, pois ele os comprou e pagou o preço. Portanto, usem o seu corpo para a glória dele”.

A Bíblia é enfática em afirmar que o homem é eterno. Eternidade significa que após a morte física as coisas não terminam ali. A ideia de que o cemitério é a última morada do homem é falsa e pode ser usada apenas no sentido material. Após a morte há dois caminhos distintos: céu ou inferno.

Céu — morada eterna daqueles que em vida entregaram suas vidas a Jesus Cristo. Que firmaram sua fé na obra redentora de Cristo e viveram a causa do reino de Deus aqui na terra. Não estamos falando de pessoas perfeitas muito menos de merecedores, falamos de pessoas que creram que pelos méritos de Jesus seriam salvos e viveram de acordo com este propósito.

Inferno — morada eterna do diabo, seus anjos e todos aqueles que em vida rejeitaram a obra redentora de Jesus Cristo.



Começa aqui a história da redenção. Dela houve uma idéia vaga no Jardim do Éden (3:15). Agora, 2.000 anos após a criação e a queda do homem, 400 anos após o dilúvio, numa terra que descambara para a idolatria e a maldade, Deus chamou Abraão para fazê-Ia fundador de um movimento que tinha por objetivo a RECUPERAÇÃO e a REDENÇÃO do gênero humano.

Nessa era pioneira do mundo, enquanto as nações não passavam muito de comunidades tribais, vivendo de explorar e colonizar as regiões mais favoráveis,

ABRAÃO “O pai da fé” citado no Gênesis a partir do qual teriam se desenvolvido as religiões abraâmicas, as principais venentes do monoteísmo: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.

Abraão, homem justo, crente em Deus, não idólatra, um dos poucos que ainda mantinham a tradição do monoteísmo primitivo, recebeu de Deus a promessa de que seus descendentes:

É interessante observar, aqui, que os primeiros 11 capítulos de Gênesis abrangem cerca de 2.000 anos – tempo aproximado ao de todo o resto da Bíblia. Por que assim o Espírito apresenta os acontecimentos da aurora da História? Pelo fato, como já vimos, em estudo anterior, de ser a Bíblia em primeiro lugar, a história da redenção, ao passo que a história das nações é dependente daquela.

O Espírito passa ligeiramente por todos esses eventos até chegar a Abrão. Aí, detém-se e dedica mais atenção a essa pessoa do que aos 2.000 anos da história humana anterior. A razão é evidente: o pai de todos os que crêem desempenha um papel importantíssimo na história da redenção.

Voltamos ao capítulo 5. Ali chamamos atenção para a genealogia de Noé, iniciada com Adão. Agora, voltando a 11:10-26, verificamos que aquela lista continua. Deus está ainda guardando um registro de antecessores nacionais da “semente da mulher”.

A promessa de Gn 3:15 passou a Abrão. Deus o separou do seu ambiente pagão, e além de promessas pessoais lhe fez as seguintes promessas nacionais e universais (12:1-3):

  • que lhe seria dada uma terra (Canaã).
  • que seria o pai de uma nação (Israel).
  • que por meio desta nação nessa terra, todas as nações seriam abençoadas.

Em outras palavras, o Redentor prometido em 3:15 viria de uma nação descendente de Abraão. A vida de Abraão é um testemunho de fé, especialmente desde a época em que foi chamado, até quando lhe foi ordenado o sacrifício de Isaque. Sua vida ilustra o tipo de pessoa que recebe a benção prometida (Gn 12:3), e é também uma profecia de que a salvação é pela fé (Gl 3:8; Rm 4).

Neste estudo, apenas para dar um ligeiro esboço da vida desse patriarca. Uma vez lidos os capítulos, os detalhes surgem por si mesmo. Aprendam os seguintes fatos acerca de Abraão:

  1. A chamada para ir a Canaã (12:1-5).
  2. A descida ao Egito e os acontecimentos ali (12:10-20).
  3. A separação entre ele e Ló, e a libertação deste do cativeiro (13:5-11; 14:14).
  4. Sua aliança com Deus e sua justificação pela fé (15:6-18).
  5. Sua circuncisão como sinal da aliança (17:9-14).
  6. O anúncio do nascimento de Isaque (17:15-19;18:1-15).
  7. Intercessão a favor de Sodoma (18:23-33).
  8. Despedida de Hagar e Ismael (21:14).
  9. Seu oferecimento de Isaque (Cap.22).
  10. Sua escolha de uma esposa para Isaque (Cap.24).
  11. Seus filhos com Quetura (25:1-4)
  12. Sua morte (25:8)

ISAQUE Filho da promessa de Deus a Abraão.

Abraão tinha 100 anos quando Isaque nasceu e Sara já havia cessado o período fértil.

  • Herdariam a terra de Canaã.
  • Tornar-se-iam grande nação.
  • E que mediante eles todas as nações seriam abençoadas

Esta promessa (12:2,3;22:18) é a idéia fundamental que na Bíblia inteira tem seu desenvolvimento. Deus primeiro chamou Abraão em Vr, At 7:2A; Gn 11:31. Outra vez em Harã, 12:1-4. Novamente em Siquém, 12:7. Outra vez em Betel, 13:14-17. E duas vezes em Hebrom, 15:5,18; 17:1-8. A promessa foi repetida a Isaque, 26:3,4. E a Jacó, 28:13,14; 35:11,12; 46:3,4.

Parece, de 11:26,32; 12:4; At 7:2-4 que Abraão nasceu quando seu pai tinha 130 anos, e não foi o primogênito, como se poderia inferir de 11:26. Tinha 75 anos quando entrou em Canaã. Contava uns 80, quando livrou Ló e encontrou-se com Melquisedeque. Tinha 86 anos quando Ismael nasceu, 99 quando Sodoma foi destruída. Contava 100 ao lhe nascer Isaque, e 137 quando Sara morreu. Tinha 160 anos quando Jacó nasceu, e morreu aos 175 anos, 115 antes de Jacó migrar para o Egito.

  • Abraão não era idólatra, mas vivia rodeado de idolatria.

No princípio, o homem tivera UM DEUS; e, no Jardim do Êden, vivera em íntima comunhão com Ele. Todavia, com seu pecado e o banimento, o homem perdeu seu primitivo conhecimento de Deus; e, tateando nas trevas em busca de uma solução para os mistérios da existência, chegou ao ponto de adorar as forças da natureza que lhe pareciam ser as fontes da vida. O sexo, porque era o meio pelo qual a vida se manifestava, desempenhou importante papel na religião babilônica primitiva. Inscrições cuneiformes têm revelado que grande parte da liturgia deles era descritiva de relações sexuais entre deuses e deusas, mediante as quais, criam eles, todas as coisas vieram a existir. Daí também o sol e a chuva e várias forças da natureza serem deificados, por¬quanto deles dependia a vida do mundo. Também os reis, visto que eram po¬derosos, chegaram a ser deificados. Muitas cidades e nações tinham seu fundador como seu deus principal: como Assur, pai dos assírios, tornou-se o deus principal destes; e Marduque (Ninrode), fundador da cidade de Babi¬lônia, tornou-se o deus principal desta. Para que os deuses parecessem ser mais reais, faziam imagens que os representavam; e depois as próprias ima¬gens vieram a ser adoradas como deuses. Deste modo o homem precipitou··se do monoteísmo original no abismo de inumeráveis cultos idólatras politeísti¬cos, alguns dos quais, na prática, eram indiscritivelmente vis e abomináveis.

Ur ficava na terra de Babilônia; e os babilônios possuíam muitos deuses e deusas. Adoravam o fogo, o sol, a lua, as estrelas e várias forças da natureza. Ninrode, que se levantara contra Deus, construindo a Torre de BabeI, depois disso foi sempre reconhecido como a principal deidade babilônica. Marduque era a forma comum do seu nome; mais tarde tornou-se identico a BeI. Chamás era o nome do deus-sol. Sin, o deus-lua, era a principal deidade de Ur, cidade de Abraão. A mulher de Sin chamava-se Ningal. deusa-lua de Ur. Tinha muitos nomes e era adorada em cada cidade como a Deusa-Mãe. Nina era um dos seus nomes, do qual surgiu o nome da cidade de Nínive. Seu apelativo mais comum na Babilônia era Istar. Foi a deificação da paixão sexual; seu culto exigia licenciosidade; a sagrada prostituição, que se praticava nos seus santuários, era costume geral entre as mulheres de Babilônia. Nos seus templos havia câmaras e lugares retirados, atraentes, onde as sacerdotizas mantinham cerimônias ignominiosas com os adoradores. Além dessas sacerdotizas prostitutas, toda moça, esposa ou viúva, pelo menos uma vez na vida tinha de oficiar nesses ritos.

ABRAÃO CRIA EM UM SÓ DEUS

Seus patrícios eram idólatras. Seu pai o era também, Js 24:2. Existem lendas que dizem haver sido Abraão perseguido em criança, por se recursar a adorar ídolos. Como Abraão chegou a conhecer a Deus? Sem dúvida por uma revelação direta do Senhor. Além disto, aceitando os números como se acham nos caps. 5 e 11, a vida de Noé estendeu-se até ao nascimento de Abraão; e a vida de Noé coincidiu por 600 anos com a de Metusalém, enquanto a de Metusalém coincidiu por 243 anos com a de Adão. Assim, Abraão podia ter recebido diretamente de Sem a narração do dilúvio, feita por Noé, e a de Adão e do Jardim do Éden, feita por Metusalém.

A ENTRADA DE ABRAÃO EM CANAÃ

Harã, cerca de 965 km ao noroeste de Ur, 643 km ao nordeste de Canaã, foi o primeiro lugar em que Abraão parou. Saíra de Ur à procura de uma terra onde pudesse edificar uma nação livre da idolatria, e saíra sem saber para onde ir, cf. Hb 11: 8. Mas Harã. já era uma região bem povoada, com estradas para Babilônia, Assíria, Síria, Ásia Menor e Egito, por onde marchavam constantemente caravanas e exércitos. Assim, depois de morto seu pai Tera, Abraão, ao chamado de Deus, passou adiante a procurar uma terra menos povoada , Siquém, primeiro lugar de Canaã onde parou, no centro exato da região, ficava num vale de extrema beleza, entre os montes Ebal e Gerizim. Aí construiu um altar a Deus, mas logo prosseguiu viagem para o sul, continuando na exploração da terra.

Betel, 32 km ao sul de Siquém, 16 ao norte de Jerusalém, foi seu próximo lugar de parada. Situava-se num dos mais elevados pontos de Canaã, de onde se descortinava magnífico panorama em todas às direções. Abraão seguia na direção dos cumes da cordilheira, provavelmente porque o Vale do Jordão, ao oriente, e a planície marítima costeira, ao ocidente, já estavam suficientemente povoadas. Em Betel também levantou um altar, como mais tarde faria em Hebrom e como fizera em Siquém, não só em reconhecimento a Deus, mas igualmente como uma declaração pública de sua fé perante o povo, no meio do qual viera habitar. Ele deve ter gostado de Betel, pois foi aí que ficou ao voltar do Egito, até sua separação de Ló.

Abaixo tópicos demonstrando todo caminho percorrido por Abraão durante sua vida:

  • Entrada de Abraão no Egito
  • Abraão e Ló se separam
  • Abraão derrota reis babilônicos
  • Deus renova suas promessas a Abraão
  • Sara e Abimeleque
  • O nascimento de Isaque
  • Abraão oferece Isaque ao sacrifício
  • Morte de Sara
  • Abraão se casa novamente

A MORTE DE ABRAÃO

Sara morreu aos 127 anos, quando Abraão tinha 137. Depois disso êle ainda viveu 38 anos, e desposou Quetura. Esta lhe deu seis filhos, de quem procederam os midianitas e outros povos vizinhos. Foi com uma midianita que Moisés se casou, 500 anos depois, Êx 2:16-21. De um modo geral, Abraão foi “o maior, mais puro e mais venerável dos patriarcas, reverenciado por ju¬deus, maometanos e cristãos”. “Amigo de Deus”. “Pai dos Fiéis”. Generoso. Altruísta. Caráter magnífico, com ilimitada confiança em Deus.

Nasceram dois filhos de Abraão – Ismael e Isaque. Desses, Isaque foi escolhido para ser herdeiro da promessa. A vida de Isaque é quieta e sossegada e muito diferente da de seu pai. No entanto, sua vida espiritual é como a de seu pai, homem de fé e instrumento de bênção. Notem que a promessa lhe é repetida.

ISMAEL

O Oitavo documento que entra na composição do Gênesis. Ismael foi filho de Abraão e Agar, serva egípcia de Sara, capo 16 de Gen. Os ismae¬litas fixaram-se na Arábia e se tornaram geralmente conhecidos como árabes. Assim, Abraão se tornou pai do atual mundo árabe. A rivalidade entre Isa¬que e Ismael perdurou através dos séculos até hoje, no antagonismo exis¬tente entre judeus e árabes.

A Arábia é uma grande península, 2.413 km de extensão por 1.287 de largura, cerca de 150 vezes o tamanho da Palestina. É na maior parte deserta, com oásis esparsos, espaçada mente habitada por tribos nômades. Já foi, mais do que hoje, regada de chuvas e mais densa¬mente povoada. Variações cIimáticas fizeram diminuir as chuvas, secando os cursos d’água.

ISAQUE

Seis fatos referentes a Isaque:

a) Seu nascimento prometido a Abraão e a Sara (15:4,17-19).

b) Amarrado sobre um altar de sacrifício (22:8).

c) Abraão escolhe uma esposa para Isaque (24).

d) Deus lhe aparece e renova pacto feito com seu pai (25:2-5).

e) Enganado por Jacó (27:18).

f) Sua morte (35:28 e 29).

Isaque é mencionado ao longo da Escritura como o filho de Abraão ou como o segundo dos três patriarcas a quem Deus se revelou por palavras e atos, e com quem estabeleceu e confirmou o pacto da graça. Depois da morte de Abraão,  Isaque assume um lugar mais proeminente, Ele orou, possivelmente durante vinte anos por sua esposa estéril, Rebeca, que por fim deu à luz dois meninos (Gn 25,24-26), Em sua idade avançada, ele abençoou, sem o saber, seu filho mais novo, Jacó, em lugar de seu filho mais velho e favorito, Esaú (27,18-29), Ele permitiu que Rebeca enviasse Jacó a Padã-Harã para buscar uma esposa (27.46-28.5). Ele estava ainda vivo quando, vinte anos mais tarde, Jacó retornou a Canaã (35,27-29).

Em duas passagens proféticas, os “lugares altos” de Isaque (Am 7.9) e a “casa” de Isaque (Am 7.16) estão em posição paralela. No Novo Testamento, Paulo afirma a posição privilegiada de Isaque na qualidade de o descendente prometido, distinguindo-o de Ismael, indicando com isto que Isaque fora escolhido para servir como o agente de Deus para a continuidade (Rm 9,7; cf Gn 25.5a) e preservação da liberdade (Gl 4:21-28).

Notamos quatro aspectos distintos que devem ser mencionados na revelação de Isaque:

1) Isaque era semente de Abraão na qual Deus cumpri sua promessa

2) Era posteridade designada em que como seu pai, haveria de servir em benefícios dos muitos, continuaria a tarefa mediadora.

3) Seu caráter passivo, dócil. Expressava uma qualidade muita necessária da semente messiânica; o papel passivo, a atitude submissa, a predisposição para sofrer silenciosamente, em vez de tomar vingança, são características que a Escritura designa para servir a Deus.

4) Muitos admitem que Isaque, devido seu caráter, filho único e amado, prometido por Deus, é um tipo claro definido de Cristo, é necessário salientar como um símbolo e não um tipo real de Cristo, Isaque demonstram fé e obediência.

Em conclusão, Isaque demonstrou tipologicamente qualidades messiânicas, o ato de ser colocado e amarrado ao altar não deve ser considerado tipologicamente messiânico. Não se diz muito da vida de Isaque, além do incidente com Abimeleque e Rebeca, e da contenda a respeito dos poços. Herdou de seu pai os imensos rebanhos e manadas; prosperou e enriqueceu; homem pacífico, sua vida foi sem novidades. Nascera quando Abraão tinha 100 anos, e Sara 90. Com 37 anos morreu-lhe a mãe. Com 40 casou-se. Tinha 60 ao nascer Jacó, 75 quando Abraão morreu, 167 quando José foi vendido. Morreu aos 180, no ano em que José se tornou governador do Egito. Abraão viveu 175 anos. Isaque, 180. Jacó, 147. José, 110 anos.

De Jacó a Israel

  • Em Gn 32.22-32. Jacó luta com Deus no vale de Jaboque. Lutou para ser abençoado pelo Senhor e seu nome é trocado.

NASCIMENTO DE JACÓ E ESAÚ

Nasceram dois filhos de Isaque: Esaú e Jacó. Esaú foi rejeitado e Jacó foi escolhido como portador da benção (25:23). O caráter desses dois filhos revela-se pela atitude deles ante a promessa (25:29-34). Da linhagem da promessa, todos os filhos de Abraão foram eliminados, salvo Isaque. Dos filhos deste, foi excluído Esaú, sendo Jacó o único escolhido. Com Jacó cessou o processo de eliminação; todos os descendentes déle seriam incluídos na Nação Eleita.

Esaú, primogênito, era o herdeiro natural de Isaque, bem como das promessas feitas a Abraão. Deus, porém, conhecendo as qualidades dos dois homens antes que nascessem, escolheu Jacó para ser o transmissor da preciosa herança, como deu a entender à mãe deles. Esta fez saber isso a Jacó, desde a sua meninice, e assim se explica o procedimento de Jacó para com Esaú.

Acontecimentos importantes na vidfa de Jacóem Gênesis:

a) Compra da primogenitura (27:18-27).

b) Engana a seu pai (27:18-27).

c) Foge para Padã-Arã (27:43…).

d) Tem uma visão e faz um voto (28:20).

e) Negocia com Labão (30:31-34).

f) Luta com o anjo (32:24).

g) Reconcilia-se com Esaú (33).

h) Desce ao Egito e encontra com José (46).

i)Morre e é sepultado (49:33 / 50:13).

Jacó é o verdadeiro pai do povo escolhido, porque lhe nasceram 12 filhos, os quais se tornaram os cabeças das 12 tribos. Jacó era tudo quanto significa seu nome: “suplantador e enganador”. Os laços sagrados da família não foram barreiras para seus ardis, pois seu próprio pai e seu irmão foram vítimas da sua astúcia. Mas, através da escória do pecado, Deus viu o brilho daquilo que tem sido comparado ao ouro puro. Junto ao ribeiro de Jaboque, a graça de Deus travou uma batalha com o patriarca, e nessa luta morre o pecaminoso Jacó, para de sua morte surgir uma nova criatura: Israel, um vencedor de Deus.

Embora os ardis de Jacó para obter a primogenitura de seu irmão, sejam inescusáveis, o seu sincero desejo de obtê-la, demonstrou seu apreço pelas coisas espirituais. Para ele, a primogenitura trouxe a honra de pertencer à linhagem do Messias prometido. Este sincero desejo de Jacó não é visto em seu irmão Esaú, que demonstrou total falta de apreço pelas coisas espirituais, vendendo por um guisado de lentilhas o privilégio de ser contado na genealogia do desejado de todas as nações (Ag 2:7). O tio de Jacó, Labão, foi um instrumento nas mãos de Deus, para corrigir e disciplinar a Jacó. Este, por enganar os outros foi também enganado. “Tudo que o homem semear, isso também ceifará”. Um certo pastor disse: “Para cada Jacó, Deus tem um Labão”.

JACÓ OBTÉM A BÊNÇÃO DE SEU PAI

Jacó havia comprado de Esaú seu irmão o direito de primogenitura. Era necessário agora fazer que seu pai tornasse válida a transferência. E conseguiu isto enganando. Na avaliação da qualidade moral do ato de Jacó, certos fatos precisam ser considerados.

1.  A mãe incentivou-o

2. Ele desejou ardentemente o direito de primogenitura, o que em si era louvável, embora usasse de meios duvidosos para alcançá-lo; porquanto tal direito significava a maravilhosa promessa da bênção de Deus

3. Provavelmente, ele não podia obtê-Ia de outro modo

4. Esaú não lhe dava apreço

5. Jacó pagou caro a sua fraude. O próprio Deus, lançando os fundamentos de gigantescos planos mundiais, Rm 9:10-13, fez sua escolha antes que os meninos nascerem, Gen 25:23

As predições de Isaque. Deus deve ter posto essas palavras na boca de Isaque, visto como se realizaram de maneira admirável. Os descendentes de Jacó realmente alcançaram posição avantajada entre as nações; e o tempo próprio produziram Cristo. Os descendentes de Esaú, os edomitas, estiveram submetidos a lsrael; depois sacudiram o jugo, 2 Rs 8:20-22, e desapareceram da História. A transferência do direito de primogenitura, de Esaú para Jacó, foi ratificada por Isaque: agora confirmada do céu; o próprio Deus assegura a Jacó que daqui por diante ele será o veículo reconhecido das promessas. A escada indicava que as promessas de algum modo culminariam em alguma coisa que ligaria o céu à terra. Jesus declarou-se a escada, Jo 1:51.

Betel foi o lugar onde, 20 anos antes, em sua fuga de Canaã, Jacó vira a escada do céu, e Deus o fizera herdeiro das promessas feitas a Abraão. Agora Deus torna a garantir-lhe que aquelas promessas serão cumpridas. Jacó então passa a Hebrom, residência de Abraão e Isaque. Julga-se que por essa época tinha 77 anos. Tinha 15 anos de idade quando Abraão morreu. Com 84 casou-se. Aos 99 nasceu-lhe José. Tinha 98 quando regressou a Canaã e uns 100, quando do nascimento de Benjamim. Aos 120, Isaque morreu. Com 130 Jacó foi para o Egito. Passou seus primeiros 77 anos em Canaã. Os 20 seguintes em Harã. Depois, 33 em Canaã. Os últimos 17 no Egito. Morreu aos 147.

A ESTADA DE JACÓ EM HARÃ

Harã ficava a uns 640 km ao nordeste de Canaã. Foi onde se criou sua mãe, Rebeca, e donde seu avô Abraão migrara anos antes. Labão era tio de Jacó; este lá esteve durante vinte anos. Foram tempos, de lutas e sofrimentos. Foi-lhe impingida por meio de logro uma esposa que ele não queria, assim como, por meio de logro, conseguira a bênção do pai. Começava a colher exatamente o que semeara. Sua safra foi abundante, GI 6:7.

A FAMÍLIA DE JACÓ

Teve duas esposas e duas concubinas; as quais, com exceção de uma, não quis, sendo obrigado a aceitá-Ia sob circunstâncias infelizes. Delas nasceram-lhe 12 filhos.

  • De Lia: Rubem, Simeão, Levi, Judá, Issacar e Zebulom.
  • De Raquel: José e Benjamim.
  • De Zilpa, serva de Lia: Gade e Aser.
  • De Bila, serva de Raquel: Dã e Naftali.

Esta família poIigama (cultura da localidade), com muitos fatos vergonhosos contra si, foi aceita por Deus como um todo, para dar início às doze tribos, que se tornariam a nação messiânica, escolhida por Deus para trazer ao mundo o Salvador. Isto mostra:

1 . Que Deus usa os seres humanos assim como são, para servirem aos Seus propósitos, e, por assim dizer, faz o melhor que pode com o material com que tem de operar.

2. Não há indicação de que todos quantos Deus usa serão salvos eternamente. Alguém pode ser útil aos planos divinos, neste mundo, e todavia não ter qualificações para o mundo eterno, no dia em que Deus julgar os segredos dos homens para lhes determinar o destino de maneira final, Rm 2:12-16.

3. Temos nisso um testemunho da veracidade dos escritores da Bíblia.

Nenhum outro livro no mundo narra fraquezas dos seus heróis com tanta sinceridade, e fatos que são tão contrários aos ideais que deseja promover.

O REGRESSO DE JACÓ A CANAÃ

Havia deixado Canaã 20 anos antes, sozinho e de mãos vazias. Agora volta como príncipe tribal, rico em rebanhos, manadas e servos. Deus cumpria a promessa que lhe fizera Gen 28:15. Sua separação de Labão, Isaque ainda vivia. Abraão estava morto, fazia uns 100 anos. Entrava Jacó agora na herança da terra prometida de Canaã. Até aqui Deus estivera com ele através de toda a sua vida agitada. Sentia agora que, mais do que nunca, precisava de Deus. Esaú jurara matá-Iô. Jacó ainda temia. Encontraram-se e separaram-se em paz. Siquém foi o primeiro lugar de parada de Jacó em Canaã, ao regressar. Aí comprou um pedaço de terra e nele edificou um altar a Deus, como se planejasse morar naquele lugar, pelo menos temporariamente. Mas o ato sangrento de Simeão e Levi fizeram-no odiado dos vizinhos. E logo saiu para Betel.

A seguir, no décimo primeiro e último documento da composição do Gênesis, vem a  história da escravidão de José e da migração de Israel ao Egito: foi incorporado, sem dúvida, com registros de famílias, que os israelitas receberam de Abraão e conservaram religiosamente através dos anos de sua permanência no Egito.



7. O Egito e a Bíblia

Em primeiro lugar, o Egito foi colonizado pelos descendentes de Cão. Abraão passou algum tempo aí. O mesmo fez Jacó. José foi seu governador.

A nação judaica, em sua infância, passou 400 anos lá. Depois de 400 anos de escravidão, os israelitas foram libertados por Moisés, que, segundo a narrativa bíblica, foi escolhido por Deus para tirar seu povo do Egito e levá-los novamente à Terra de Israel, prometida a seus antepassados (cerca dos séculos XIII e XII a.C.). Durante 40 anos, eles percorreram o deserto do Sinai, onde formaram uma nação e receberam a Torá (Pentateuco), que incluía os Dez Mandamentos e deu forma e conteúdo à sua fé monoteísta.

  • O Egito é predominantemente muçulmano, que compreendem entre 80% e 90% de uma população de cerca de 95 milhões de egípicios.

O êxodo do Egito (cerca de 1300 a.C.) deixou uma marca indelével na memória nacional do povo judeu e tornou-se um símbolo universal de liberdade e independência. Todo ano, os judeus celebram a Pessach (Páscoa), o Shavuot (Pentecostes) e o Sucot (Festa dos Tabernáculos), relembrando os eventos ocorridos naquela época. Moisés foi filho adotivo de uma rainha egípcia,foi instruído em toda a ciência e a sabedoria desse país, como preparação para ser o legislador de Israel. Moisés escolhido pelo Senhor para tirar o povo do jugo da escravidão egípcia.

O culto ao bezerro – veio a ser a religião do reino setentrional de Israel. Flinders Petrie, famoso arqueólogo egípcio, diz que a religião original do Egito foi monoteísta. Contudo, antes do alvorecer do período histórico, uma religião desenvolveu-se, na qual cada tribo tinha seu próprio deus, representado por um animal.  – Ptá (Apis), foi divindade de Mênfis, representada por um touro. Amom, deus de Tebas, era representado por um carneiro. Hator, deusa da alegria, era representada por uma vaca. -Mut, espôsa de Amom, por um abutre. -Horus, deus do céu, por um falcão. Ra, deus sol, por um gavião. Set, deus da fronteira oriental, por um crocodilo. – Osiris, deus dos mortos, por um bode. Ísis, sua esposa, por uma vaca. Tote, deus da inteligência, por um macaco. A deusa Hequite, por uma rã.  Nechebt, deusa do Sul, por uma serpente. – A deusa Bast, por um gato.

  • Faz fronteira com a Líbia a oeste, o Sudão a sul e Israel a nordeste. O país controla o estratégico canal do Suez, que liga o Mediterrâneo ao mar Vermelho.

O Egito veio a ser importante centro do cristianismo primitivo. O Nilo corta-o pela extremidade oriental do deserto do Saara, desde Asuá ao Mediterrâneo; com um planalto deserto de cada lado, de uns 300m de altitude.

O solo do vale é coberto de rico depósito aluvial negro, procedente das serranias da Abissínia, e é de fertilidade sem igual, sendo cada ano renovado o sedimento pelas enchentes do Nilo.

É irrigado desde a alvorada da história por um sistema vasto e esmerado de canais e represas. A represa Asuã, recentemente construída pelos inglêses, controla a enchente do Nilo; as fomes são coisas do passado. “Rodeado, isolado e protegido pelo deserto, desenvolveu-se ali o primeiro grande império da História; e em parte alguma, como ali, os testemunhos da civilização antiga foram tão bem conservados.” A população (em 1959) era de uns 24.000.000; nos tempos dos romanos era de 7.000.000; nos dias da permanência de Israel era provavelmente isso ou menos. A terra de Gósen, principal centro da região habitada pelos israelitas, ficava na parte oriental do DeIta.

  • Jeremias morreu no Egito. Do cativeiro até ao tempo de Cristo houve ali considerável colônia judaica.
  • A tradução chamada Septuaginta do Antigo Testamento foi feita no Egito (Alexandria).
  • Jesus passou aí uma parte de sua infância.  O Egito veio a ser importante centro do cristianismo primitivo.
  • A primeira profecia registrada na Bíblia foi escrita por Moisés na época em que o Egito era a potência mundial, ela está em  Gênesis 3:15
  • As 10 pragas enviadas por Deus através de Moisés para manifestar a Glória de Deus em meio a libertação do povo hebreu.
  • Salomão casou-se com a filha de um Faraó.

8. Gênesis

Este livro é bem definido pelo seu título, Gênesis, que significa principio, no hebraico Bereshit, pois trata da história do princípio de todas as coisas – do céu e da terra, de toda as formas de vida e de todas as instituições e relações humanas. Tem sido chamado de o “viveiro” das gerações da Bíblia. Este livro é peculiar em toda literatura do Oriente Médio antigo, e é básico para todos os demais livros da Bíblia, pois dele podemos extrair temas teológicos importantes:

  • A doutrina do Deus vivo,
  • A doutrina do homem criado a imagem de Deus,   A doutrina do pecado
  • A promessa inicial de um Redentor (3:15)

CONTEÚDO LITERÁRIO

Para fins de estudo, o livro de Gênesis pode ser dividido em seis tópicos:

  • A criação (1-2);
  • A queda (3);
  • A primeira civilização (4);
  • O dilúvio (5-9);
  • A dispersão das nações (10-11);
  • A vida dos Patriarcas (12-50).

A CRIAÇÂO

O grande e poderoso Deus, completou, em seis dias, a obra de sua criação, e descansou no sétimo.

Depois de ter criado o homem (coroa da criação), Deus declarou que tudo era muito bom. O segundo capítulo mostra como Deus preparou o primeiro lar para o ho-mem, como realizou a primeira cerimônia de casamento, e como colocou a árvore da ciência do bem e do mal e a árvore da vida no jardim.

Não há nada em Gênesis que seja capaz de contradizê-lo; pelo contrário. coisas pelos escritores pagaos mais ou aquilo que se descobrir nos costumes diferentes nações, o relato do livro é de extrema veracidade dos fatos.

Esses  fatos ensinavam as seguintes lições: se Adão e sua esposa escolhessem o bem e recusassem o mal; comeriam sempre da árvore da vida, caso contrário, morreriam.

Preparação/separação em Gênesis

1° dia: luz                             5° dia: aves e peixes

2° dia: ar e água                   6° dia: o homem

3° dia: terra e plantas           7° dia: descanso

4° dia: luzeiros

A QUEDA

Podemos dividí-la da seguinte forma:

A possibilidade de tentação: A árvore da ciência do bem e do mal foi posta no jardim a fim de que o homem fosse experimentado e aprendesse a servir a Deus por sua livre vontade.

O autor da tentação: A serpente, que nesse episódio, representa o diabo. Ele é o autor da tentação.

A sutileza e o êxito da tentação: Satanás conseguiu semear dúvidas na mente de Eva. O casal desobedeceu a Deus e tornaram-se conscientemente culpados.

O PRIMEIRO JUÍZO

1° – sobre a serpente: degradação.

2° – sobre a mulher: dor e submissão ao homem.

3° – sobre o homem: trabalho árduo até a morte, num solo cheio de espinhos.

O PRIMEIRO ANÚNCIO DE REDENÇÃO

A redenção prometida (Gn. 3:15)

“E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e o seu descendente” , isso quer dizer que haveria uma luta entre o homem e o poder que lhe causou a queda. “Este te ferirá a cabeça”, o homem será vitorioso por meio de seu representante, o Filho do Homem (At 10:38 / 1Jo 3:8) “E tu lhe ferirás o calcanhar”,  mas a vitória viria por meio da morte da semente da mulher – Cristo (Gl 4:4 / Is 7: 14 / Mt 1:21).

A redenção figurada

O Senhor imolou a vitima do primeiro sacrifício para poder vestir os culpados, um quadro da cobertura da consciência culpada, por meio de um sacrifício de sangue. Essa ação de Deus apontava para o calvário.

A PRIMEIRA CIVILIZAÇÃO   

 Caim torno-se o fundador da civilização que incluiu uma cidade, agricultura, manufaturas e artes. O caráter dessa civilização foi marcado pela decadência do matrimônio e pelo espírito de violência (Gn. 4:19-24).

Abel morreu, Caim foi rejeitado; a promessa da redenção passou ao terceiro filho de Adão, Sete (Gn. 4:25-26).

O DILÚVIO

Havia, agora, duas classes de homens no mundo, os ímpios (cainitas, que descendiam de Caim), e os piedosos (setistas, que descendiam de Sete) (Gn. 4:25-26). Mais tarde, a linhagem de Sete perdeu sua distinção ao unir-se pelo matrimônio com os cainitas, resultando num estado de impiedade na terra que exigia o juízo de Deus. Dos descendentes de Sete, somente a família de Noé permaneceu fiel a Deus. Noé tornou-se o escolhido, e por meio dele, a promessa de redenção continuou seu curso até o seu cumprimento (Gn. 5:29; 6:8).

No capítulo 5, encontramos a genealogia que começa em Adão e termina com Noé. O propósito principal da genealogia é conservar um registro da linhagem da qual viria a semente prometida: Cristo (Gn. 3:15). Façamos um sumário dos acontecimentos principais desses capítulos: a. A genealogia de Noé (5) – b. A construção da arca (6) – c. A entrada na arca (7) – d. A saída da arca (8) – e. O pacto com Noé (9).

Observem o estado da civilização, ao tempo do dilúvio (Gn. 4:16-21). Os descendentes de Caim foram edificadores da primeira cidade e os originadores das principais artes. De que devem lembrar-nos aqueles dias? (Mt. 24:37-39). Deus destruiu o mundo através das águas do dilúvio e começou uma nova raça com a família de Noé. Prometeu que a terra nunca mais tornaria a ser destruída por águas, e deu o arco íris como sinal dessa aliança. Mais adiante, Noé predisse o futuro de seus três filhos (Gn. 9:18-27), e apontou a Sem como a semente escolhida, através da qual Deus abençoaria o mundo.

DISPERSÃO DAS NAÇÕES 

Como introdução ao estudo das nações, leia cuidadosamente a profecia de Noé referente aos seus filhos (Gn 9:18-27). O Dr. Ponnock escreve o seguinte, a respeito do seu cumprimento: “Estas profecias cumpriram-se maravilhosamente. Concernente a descendência de Cão, os egípcios foram castigados com diversas pragas; a terra de Canaã foi entregue por Deus, 800 anos mais tarde, aos israelitas, sob o comando de Josué que destruiu muitos, e obrigou o restante a fugir para África e várias regiões do mundo. As condições atuais do povo da África, nós a conhecemos”.

Com respeito a Jafé: “Alargue Deus a Jafé”, cumpriu-se no extenso e vasto território possuído por ele – todas as ilhas e países do oeste; e quando os gregos e depois, os romanos subjugaram a Ásia e a África, eles então, ocuparam as moradas de Sem e Canaã. Com respeito a Sem: “Bendito seja o Senhor de Sem” – isto é, ele e seu povo morariam nas tendas de Sem; dele surgiria o Messias; a adoração do verdadeiro Deus seria preservada entre a sua descendência, sendo os judeus a posteridade de Sem.

Observe as relações entre os capítulos 10 e 11. O capítulo 10 indica as moradas separadas das raças, e o capítulo 11 explica como se deu a separação. Depois do dilúvio, os descendentes de Noé, liderados por Ninrote (10: 8-10), levantaram-se em rebelião contra Deus. Como resultado da desobediência, construíram a torre de Babel. Deus destruiu esse plano, confundindo a sua língua, e espalhando-os entre diversos países.

Esboço simplificado dos capítulos 10 e 11

  • a. A unidade de raça e língua.
  • b. O local do acontecimento – a terra de Sinear.
  • c. O propósito da torre de Babel – ser um centro de rebelião contra Deus.
  • d. O juízo de Deus – a confusão das línguas.
  • e. O resultado do julgamento – a dispersão.

JOSÉ

Jovem de 17 anos, o favorito de seu pai, Israel, a quem a este, abertamente, declara seu apreço, causando inveja em seus irmãos.

José também foi favorito do Senhor, que lhe revelou em sonhos, que reinaria sobre os membros de sua família. Quando esses sonhos foram revelados por ele, causou a fúria de seus irmãos, que o venderam para o Egito. Depois de vencer as muitas adversidades e intempéries de Satanás, vê as promessas de Deus se cumprirem em sua vida, José é elevado a vice-governador da terra do Egito. Quando seus irmãos vieram para comprar cereais e se inclinaram diante dele, os sonhos dele se cumpriram.

RESUMO DA HISTÓRIA DE JOSÉ

  • Amado por seu pai (37:3).
  • Invejado por seus irmãos (34:4).
  • Vendido aos ismaelitas (37: 18-36).
  • Tentado pela esposa de Potifar (39:7-19).
  • Encarcerado (39:20 / 41:13).
  • Elevado por Faraó (41:1-44).
  • Sua morte (50: 22-26).

9. Êxodo

Livro do Êxodo ou simplesmente Êxodo, em hebraico “Shemot” (saída, partida), é o segundo livro da Torá (Pentateuco) e o segundo da Bíblia hebraica. Ele conta a história do Êxodo, ou seja, de como os israelitas deixaram para trás a escravidão no Egito por sua fé em Yhwh, que escolheu Israel como seu povo.

Autor 

No Novo Testamento, Jesus chama Êxodo de “livro de Moisés” (Mc 12.26; cf. 7.10) e não há razões imperativas para a rejeição da autoria mosaica do livro

O título do livro, “Êxodo,” deriva-se da palavra grega exodos (Lc 9.31), que significa “saída” ou “partida.”  O livro recebe seu nome do evento central da saída do Egito, registrada nos primeiros quinze capítulos do livro.

Data e Ocasião 

Considerando a autoria mosaica de Êxodo, devemos datar o livro após o acontecimento do êxodo (c. 1450-1440 a.C.) e antes da morte de Moisés próxima a 1406 a.C. De acordo com a datação abaixo, o nascimento de Moisés teria ocorrido dentro do reinado de Tutmés I. Hatsepsute, a rainha viúva de Tutmés II, usou títulos masculinos e até mesmo uma barba quando reinou a partir de 1504-1483 a.C. Talvez fosse ela  o Faraó por ocasião de cuja morte Moisés retornou de Midiã ao Egito.

Êxodo prossegue com o relato do cumprimento por Deus de sua promessa a Abraão de abençoá-lo e fazer dele uma grande nação (Gn 12.2).  O livro começa com a descida de Israel ao Egito (1.1-7), o que, através de Gn 46.8-27, liga o livro com as narrativas de Gênesis. O livro termina com Israel no Sinai onde o tabernáculo é concluído. Os acontecimentos registrados no livro podem ser situados em relação ao seu contexto histórico, como veremos.

A ascensão de José ao poder (1.5) liga-se melhor às condições favoráveis para a famíia de Jacó criadas pelo domínio do Egito pelos hicsos, que também eram semitas (c. 1700-1550 a.C.).  A referência em 1.8 a um novo rei “que não conheceu José” provavelmente refere-se à expulsão dos hicsos pelo fundador da décima oitava dinastia, Ahmose I (1526-1512 a.C).  Datando-se o Êxodo em torno de 1450-1440 a.C. (Dificuldades Interpretativas abaixo), o Faraó da opressão foi provavelmente Tutmés I (1570-1546 a.C.), enquanto o Faraó do Êxodo teria sido  Tutmés III (1504-1450 a.C.) ou Amenotepe II  (1450-1425 a.C.).  Esta datação permitiria uma possível identificação dos imigrantes israelitas com os habiru, um grupo mencionado nas cartas de Tel el-Amarna (correspondência entre o Egito e seus vassalos siro-palestinos durante o século quatorze a.C.).  Os habiru eram uma classe social ou ocupacional comumente atestada em textos a partir de 2000 a.C..  Eles eram párias políticos na Palestina (Gn 14.13 nota).

A preservação por escrito das palavras da Aliança de Deus têm importância central para a teologia do livro de Êxodo.  Deus não apenas fala suas palavras a seu povo reunido no Sinai.  Ele também dá a eles os seus Dez Mandamentos por escrito, “escritas pelo dedo de Deus” em tábuas de pedra (31.18; cf. 32.15,16 e 34.1,28).  As condições da Aliança foram apresentadas de forma mais detalhada pelo assim chamado “Livro da Aliança” (20.22-23.19), as palavras de Deus registradas por Moisés, o mediador da Aliança de Deus (24.4,7; 34.27).

A Aliança do Sinai (19.1-20.21; capítulo 24) reflete, tanto na forma como no conteúdo, a forma dos tratados entre estados do segundo milênio a.C., especialmente os tratados entre estados hititas. Esses tratados incluem um preâmbulo (20.2), estipulações (20.3-17), ratificação (24.1,11), além de bençãos e maldições. Uma cópia do tratado era muitas vezes guardada nos respectivos santuários  (p.ex., as duas tábuas de 31.18). Também a similaridade do conteúdo das leis casuísticas dos capítulos 21-23 em relação aos códigos do antigo Oriente próximo (particularmente o Código de Hamurabi da Babilônia, em torno de 1750 a.C.) tem sido freqüentemente observada.

Dificuldades de Interpretação 

A rota do Êxodo começou em Ramessés.  Sua localização exata é objeto de considerável debate, mas a moderna Qantir é a localidade mais provável (Tel el-Dabá). Dali os hebreus peregrinaram para o sul até Sucote (13.20).  Aqui, aparentemente sem condições de ir mais em frente, os hebreus desviaram-se para o norte (14.2).  Três lugares são mencionados, Baal-Zefom, Migdol e Pi-Hairote.  Baal Zefom é associada com Tafnes, às marges do lago Menzaleh, um dos lagos de água salgada entre o Mediterrâneo e o Golfo de Suez. Havia três rotas de fuga possíveis aos israelitas.  O “caminho da terra dos filisteus” (13.17) ligava o Egito a Canaã através de uma estrada litorânea bastante fortificada. O segundo itinerário, o caminho de Sur, começava próximo a Wadi Tumilat na região do Delta em direção a Cades-Barnéia, e dali para Canaã. A muralha de Sur na fronteira do Egito pode ter sido um obstáculo real a essa alternativa.  Ao conduzir o povo em direção sul, para a região da península do Sinai, o Senhor não somente os trouxe para a montanha que havia indicado a Moisés mas afastou-os de futuros contatos com os egípcios.  O livramento através do mar pode ter sido sobre uma extensão sul do lago Menzaleh.

A península do Sinai é um triângulo de terra medindo aproximadamente 240 quilômetros de leste a oeste no extremo norte e 420 quilômetros ao longo dos outros dois lados.  Dois braços do Mar Vermelho, os golfos de Suez e de Ácaba, são seus limites longitudinais.  Os hebreus dirigiram-se ao sul ao longo da costa ocidental do Sinai.  As águas amargas de Mara (15.22-25)  são, usualmente, identificadas com Ain Hawarh (em torno de setenta quilômetros ao sul da extremidade do golfo de Suez), mas Ain Musa pode ser a localidade correta.  Elim, com suas diversas fontes e árvores, tem sido identificada com Wadi Gharandel, o acampamento junto ao Mar Vermelho (Nm 33.10), em torno de onze quliômetros ao sul de Ain Hawarah.  O deserto de Sim seria melhor identificado com Debet er-Ramleh, uma planície arenosa ao longo do limite do planalto do Sinai.  Se a localização tradicional do Monte Sinai como o atual Jebel Musa estiver correta, Israel teria então se afastado da costa por uma série da vales até Jebel Musa, viajando através do deserto de Refidim, onde eles lutaram contra os Amalequitas (17.8-16).  Refidim foi o último local de acampamento no deserto do Sinai antes da montanha sagrada.  Depois,  prosseguiram até o Monte Sinai (capítulo 19) onde receberam a Lei.

CARACTERÍSTICAS e TEMAS 

Diversos temas importantes destacam-se no livro de Êxodo.

  • Primeiro, o livro conta como o Senhor libertou a Israel do Egito para cumprir sua Aliança com os pais.
  • Segundo elemento importante do livro é a revelação da Aliança no Sinai, que especifiou as condições relacionadas entre o santo Deus e o seu povo.
  • Terceiro tema deriva dos dois primeiros e é sua consumação:  Deus voltou a habitar com o homem.

Cada um desses temas envolve um triunfo da graça divina: um livramento poderoso por Deus, que resgatou seu povo da escravidão no Egito, sua estrondosa auto-revelação e sua graciosa condescendência em habitar no tabernáculo em meio ao seu povo pecador.  A descoberta desses temas também revela a santidade e graça do Senhor em sua Lei da Aliança e no simbolismo cerimonial da vida e culto de Israel.

Crucial para a narrativa é o papel de Moisés como mediador entre Deus e o homem.  Como servo escolhido de Deus, Moisés é o mediador do juízo contra o Egito e aquele  por meio de quem Deus livra a Israel.  Através de Moisés, Deus dá sua revelação no Sinai.  Moisés também guia como um pastor o povo através do deserto até a Terra Prometida.  Ele intercede a favor do povo e, por meio dele, Deus fornece alimento e água.  Mas o papel de Moisés na história da redenção é de precursor específico de Cristo, o Mediador da Nova Aliança (Dt 18.15).  A revelação que Moisés recebe do nome de Deus que repousa “em misericórdia e fidelidade” (34.6) justifica a construção do tabernáculo, mas esta descrição do Senhor aponta à frente para a vinda do verdadeiro tabernáculo, o Cristo encarnado, o grande Servo do Senhor (Jo 1.14, 17 e Hb 3.1-6).

A Lei de Deus revela sua natureza santa e requer santidade do povo entre o qual Deus irá habitar.  As leis cerimoniais para a vida e culto de Israel (capítulos 25—31 e 35—40) assinalam a separação de Israel como povo em cujo meio Deus vive e governa, demonstrando seu reino perante as nações.

Além de sua descrição dos acontecimentos históricos por meio dos quais Israel foi libertado para tornar-se o povo de Deus, Êxodo também traz uma grande ilustração da obra salvífica de Deus através da História. O Deus Salvador redime seu povo escolhido dos poderes do mal, julga esses poderes e reivindica seu povo como seu primogênito, uma nação santa de sacerdotes em meio a qual ele habita por seu Espírito. O padrão da vitória divina é repetido no primeiro e segundo adventos de Cristo (p.ex., Ef 2.14-22 e Ap 20.11—22.5).

O simbolismo encontrado em Êxodo torna-se realidade na Nova Aliança (Jr 31.31-34; Cl 2.17; Hb 10.1).  O sangue aspergido do sacrifício de animais é agora substituído pelo sangue de Cristo (24.8; Mt 26.27, 28; Hb 12.24 e 1Pe 1.2).  A substituição simbólica do cordeiro da Páscoa é cumprida em Cristo, o Cordeiro de Deus, nosso sacrifício pascal (Jo 1.29; 1Co 5.7).  Seu “êxodo”  em Jerusalém (Lc 9.31) realiza a salvação do verdadeiro povo de Deus. O povo de Deus da Nova Aliança é unido a Jesus Cristo, em quem os gentios tornam-se o povo de Deus, membros da comunidade de Israel e concidadãos dos santos do Antigo Testamento (19.5, 6 e Ef 2.11-19).  O significado pleno da descrição de Israel no Êxodo pode agora, pois, ser aplicado às igrejas dos gentios (1Pe 2. 9, 10).

UMA VISÃO PANORÂMICA

O titulo hebraico do livro é extraído de seu primeiro versículo: “estes são os nomes de”. O nome, em português, vem do título adotado pela Septuaginta (uma tradução grega). O Êxodo (saída) é o tema principal do livro (19:1). Estudaremos o livro de Êxodo com base no seguinte esboço, passando a analisar um dos pontos abaixo, separadamente:

  • Israel no cativeiro.
  • Israel redimido.
  • Israel no Sinai.
  • Israel recebendo a Lei.
  • Israel em adoração.

ISRAEL NO CATIVEIRO (CAPÍTULOS 1 E 2)

  1. Opressão de Israel.
  2. O nascimento de Moisés.
  3. A adoção de Moisés (2:10).
  4. O zelo precipitado de Moisés (2:11-14).
  5. A fuga de Moises.
  6. O casamento de Moisés (2:16-22).

ISRAEL REDIMIDO (CAPÍTULOS 3 E 15)

  • A chamada de Moisés
  • A partida para o Egito (4:24-31).
  • O conflito com Faraó (5 e 6).
  • As pragas (7 e 11).
  • A páscoa (12).
  • A partida do Egito (13).
  • A travessia do Mar Vermelho (14 e 15:21).

O propósito de Deus era ter um povo cujo testemunho ao mundo fosse “salvo pelo poder de Deus”. Ele desejou gravar na mente de Israel o acontecimento de tal maneira, que nos dias vindouros, quando viesse a opressão e a provação, a nação pudesse recordar que a “salvação vem do Senhor”. No Antigo Testamento, a libertação de Israel da terra do Egito é sempre o exemplo clássico do poder de Deus (Ef 1:19-20 / Fl 3:10). 

ISRAEL VIAJANDO AO SINAI (CAPÍTULOS 15 E 19)  

Nesse estudo é de grande proveito consultar um mapa

  • Mara: águas amargas (15).
  • Elim: Fontes e árvores (15).
  • Deserto de Sim: maná (16).
  • Redifim: A rocha é ferida e a uma batalha contra Amaleque (17).
  • Sinai: visita de Jetro (18).

A LEI FOI DADA A ISRAEL (CAPÍTULOS 19-23).

  • Resumo dos capítulos:
  • Subida de Moisés ao Sinai (19).
  • As tábuas de pedra (20).
  • A Lei ( 21 / 23).

ISRAEL EM ADORAÇÃO (CAP. 24/40)

Vejamos:

  • Moisés recebe o modelo do tabernáculo (24-31).
  • Quebra da Lei (32-34).
  • O tabernáculo em construção (35-39).
  • O tabernáculo erigido (40).

No monte Sinai, Deus estabeleceu um relacionamento especial com o povo. Pela mediação de Moisés, um povo redimido e seu Deus foram unidos por laço de aliança. Jeová tornou-se o Deus de Israel, e este tornou-se o povo de Deus. Para que essa comunhão pudesse continuar, Deus ordenou a construção do tabernáculo: “E me farão um santuário e habitarei no meio deles”  (Êxodo 25:8). Compreendemos  claramente a finalidade do tabernáculo, quando consideramos  os títulos que lhe são aplicados:

  • O tabernáculo (em hebraico, morada). Embora Deus habite em toda parte, ele indicou um lugar, onde seu povo sempre pudesse encontrá-lo, como se fosse em sua casa.
  • A tenda da congregação ou da reunião. Era o ponto de contato e o meio de comunicação entre o céu e a terra (Êx. 29:42-43).
  • O tabernáculo do testemunho, ou tenda do testemunho.

Chama-se assim devido as duas tábuas da Lei que foram colocadas na arca. Essas tábuas foram “o testemunho” (Êx 31:18 / 34:29); testificavam da santidade de Deus e do pecado do homem. “O santuário”, literalmente lugar santo, um edifício separado para morada Divina.

10. Levítico

Levítico (do grego “Leuitikon”, é o terceiro livro da Bíblia hebraica (em hebraico: “Vaicrá” (Chamado por Deus) e do Antigo Testamento cristão. O Livro reflete os ideais de culto e santidade que eram aceitos em Israel desde o tempo de Moisés até a queda de Jerusalém em 587/86 a.C.

CARACTERÍSTICAS E TEMAS  

Nenhum livro no Antigo Testamento representa um desafio maior ao leitor moderno do que Levítico, sendo necessário um pouco de imaginação para visualizar-se o quadro das cerimônias e ritos que formam o grosso do livro.  Contudo, é importante procurar compreender os rituais de Levítico por duas razões.

— Primeira, porque rituais conservam, expressam e ensinam os valores mais caros de uma sociedade.  Analisando as cerimônias descritas em Levítico, podemos descobrir o que era mais importante aos israelitas do Antigo Testamento. 

— Segunda, as mesmas idéias aqui presentes são fundamentais para os escritores do Novo Testamento.  Em especial, os conceitos de pecado, sacrifício, expiação encontrados em Levítico são usados no Novo Testamento para interpretar a morte de Cristo. 

Exatamente a centralidade dos rituais de levítico para o pensamento do Antigo Testamento é que faz com que eles sejam, muitas vezes, obscuros para nós, já que os escritores não precisavam explicá-los aos seus contemporâneos.  Todo israelita sabia por que um sacrifício específico era oferecido em uma determinada ocasião e o que certo gesto significava. Para nós, porém, os mínimos detalhes no texto precisam ser tomados em consideração para compreendermos tais assuntos e uma leitura perspicaz entre as linhas, por vezes, se faz necessária.

     Levítico é parte da Lei da Aliança dada no Sinai.  As idéias expressas em toda a Aliança sinaítica, inclusive a graça soberana de Deus em escolher Israel e suas exigências morais, são também pressupostas aqui. Alguns temas são especialmente proeminentes em Levítico.  Primeiro, Deus está presente com o seu  povo.  Segundo, porque Deus é santo, seu  povo também precisa ser santo (11.45).  Uma vez que o homem é pecador, não pode habitar com o Deus santo.  O contato entre o pecador e a santidade divina pode resultar em morte.  Daí ser de máxima importância a expiação pelo pecado através da oferta de sacrifício.

Esses temas podem ser descritos como segue.

PRESENÇA DIVINA

Cada ato de culto é realizado “para o SENHOR” (p.ex., 1.2), que habita com seu  povo na tenda da congregação.  Porque Deus está presente no Santo dos Santos a entrada ali é vedada a todos, com exceção do sumo sacerdote um vez por ano, no Dia da Expiação (16.17).  Embora a presença de Deus seja normalmente invisível, ele  pode manifestar sua  glória em ocasiões especiais como, por exemplo, a ordenação de sacerdotes (9.23,24).  A maior das dádivas de Deus é que ele dignou-se habitar com seu  povo.

Santidade

O propósito de Levítico é resumido em 11.45: “Portanto, vós sereis santos, porque eu  sou santo.”  O homem deve ser como Deus em seu caráter.  Isso implica em imitar a Deus na vida diária.  A santidade de Deus envolve os seus como a fonte da vida perfeita em suas dimensões física, espiritual e moral.  Animais oferecidos  a Deus em sacrifício precisam ser livres de manchas (1.3) e os sacerdotes que representam Deus para o homem e o homem para Deus não podem ter defeitos físicos (21.17-23).  Aqueles que sofrem de fluxos, especialmente hemorragia, ou que estão afetados com doenças que desfiguram a pele são vedados do culto até que sejam curados (capítulos 12-15).  Saúde física é entendida como símbolo da perfeição da vida divina.  Mas santidade é também uma questão interior relativa a atitudes envolvendo a conduta moral.  O tema da santidade é enfatizado especialmente nos capítulos 17-25, os quais estão preocupados principalmente com conduta ética pessoal, resumida em 19.18, “amarás o teu próximo como a ti mesmo.”

Expiação através de Sacrifício. 

Uma vez que o homem falhou  em viver de acordo com as exigências justas de Deus, um meio de expiação tornara-se essencial para que tanto suas faltas morais como suas imperfeições físicas pudessem ser perdoadas.  Para esse fim, Levítico traz as descrições mais pormenorizadas do sistema sacrificial (capítulos 1-7), do papel dos sacerdotes (capítulos 8-10, 21-22) e das grandes festas nacionais (capítulos 16; 23; 25) encontradas no Antigo Testamento.  Essas grandes cerimônias foram instituídas para tornar possível a coexistência do santo Deus com o seu  povo pecador.

Símbolos e Ritos

Por meio dos símbolos e ritos que descreve, Levítico desenha um quadro do caráter de Deus que é pressuposto e aprofundado no Novo Testamento.  Levítico ensina que Deus é a fonte da vida perfeita, que ele ama o seu  povo e que deseja habitar entre eles. Temos nisso uma antevisão da Encarnação, quando “o Verbo fez-se carne e habitou entre nós” (Jo 1.14).  Levítico também revela claramente a pecaminosidade do homem: nem bem os filhos de Arão são ordenados quando profanam seu cargo e morrem em uma demonstração atemorizante do julgamento divino (capítulo 10). Os que sofrem de doenças de pele ou hemorragias, como também que cometeram pecados morais graves, são excluídos do culto porque suas imperfeições são incompatíveis com o santo e perfeito Deus (capítulos 12-15).  Os símbolos de Levítico ensinam a universalidade do pecado humano, uma doutrina endossada por Jesus (Mc 7.21-23) e Paulo (Rm 3.23).  Preso entre a santidade divina e a pecaminosidade humana, a maior necessidado do homem é a expiação.  É aqui que Levítico mais tem o que ensinar aos cristãos,  pois suas idéias são retomadas e desenvolvidas pelo Novo Testamento na descrição da morte expiatória de Cristo.  Ele é o perfeito Cordeiro sacrificial, que tira o pecado do mundo (Jo 1.29).  Sua morte é resgate em favor de muitos (Mc 10.45).  Seu sangue purifica-nos de todo pecado (1Jo 1.7).

Acima de tudo, Jesus é o perfeito Sumo Sacerdote que não entra em tabernáculo terreno uma vez ao ano no Dia da Expiação (capítulo 16) mas sim, que subiu ao tabernáculo celeste uma vez por todas, porque ele não ofereceu simplesmente um carneiro pelos pecados do seu  povo, mas sua  própria vida (Hb 9.10).  O rompimento do véu no templo, quando Jesus foi crucificado, foi uma demonstração visível de que sua  morte abriu o caminho a Deus para todos os crentes (Mt 27.51; Hb 10.19,20). 

Além do mais, Levítico restringe a salvação à comunidade da antiga aliança. As leis quanto à comida (cap.11) e a proibição de misturas (19.19) recordavam aos judeus a sua situação ímpar.  Mas o Novo Testamento abre o reino a todas as nações e abroga as leis alimentares (Mc 7.14-23; At 10), enquanto, ao mesmo tempo, insiste na separação da Igreja do mundo (Jo 17.16; 2Co 6.14-7.1).  E enquanto o sofredor do Antigo Testamento tinha de esperar até que Deus o curasse (capítulo 14), nos Evangelhos Deus em Cristo aproximou-se e curou tanto leprosos como os que sofriam de hemorragias (Lc 8.43-48; 17.12-19).  O Deus de Levítico, cujo caráter essencial é apresentado como vida santa, é apresentado nos Evangelhos como estando presente em Cristo e sua obra redentora.

     Levítico vem de leviticus, a forma latina do título grego do livro, e significa “A respeito dos levitas.”  Os levitas eram a tribo de Israel da qual procediam os sacerdotes; eles eram responsáveis por manter o local e as práticas de culto de Israel.  O título é pertinente, porque o livro trata basicamente do culto e das condições necessárias para o culto. 

No entanto, ele não se destinava somente aos sacerdotes ou levitas mas também aos israelitas leigos, dizendo-lhes como oferecer sacrifícios e como vir à presença de Deus no culto.  Levítico fala para a humanidade em todas as épocas, lembrando-nos da gravidade de nosso pecado mas também apontando-nos o sacrifício daquele  cujo sangue é muito mais efetivo do que o sangue de touros e carneiros.

TÍTULO E AUTORIA

O título em português, deste livro, é derivado da tradução grega do Antigo Testamento (Septuaginta), significa: “Relativo aos Levitas”. Sobre sua autoria, cerca de 56 vezes no livro aparece a expressão: Que o Senhor falou tais Palavras a Moisés, que anotou-as pessoalmente, ou as fez serem registradas (4:1 / 6:1 / 8:1 / 11:1 / 12:1). Jesus também atestou a autoria mosaica do livro (Mc 1:44).

O vocabulário de sacrifício permeia todo livro: a palavra “sacrifício” aparece cerca de 42 vezes; “Sacerdote”, é encontrada 189 vezes; “Sangue”, 86 vezes; “Santo”, 87 vezes, e “Expiação”, 45 vezes. Teologicamente aprendemos sobre a santidade corporal e espiritual. O Novo Testamento se refere-se ao livro de Levítico cerca de 90 vezes.         

Levítico é um livro de Leis, e levando isto em consideração, classifiquemos seu conteúdo, juntamente com os capítulos de referência:

  • Leis referentes as ofertas (1-7).
  • Leis referentes ao sacerdócio (8-10).
  • Leis referentes a purificação (11-12).
  • Leis referentes as festas (23-24).
  • Leis referentes a terra (25-27).

Leis referentes as ofertas (1-7)

Os sacrifícios instituídos como o meio pelos quais o povo podia manifestar sua adoração a Deus:

— O holocausto significava a inteira consagração a Deus.

— A oferta pacífica, que era comida em parte pelo sacerdote e em parte pelo ofertante, mostrava a comunhão com seu Deus.

— A oferta de manjares ou cereais, constituída de farinha, pães e grãos, representava a oferta de uma dádiva ao Senhor de tudo, em reconhecimento da sua bondade.

— A oferta pela culpa foi instituída para o caso de ofensas que exigiam restituição.

Leis referentes ao Sacerdócio (8-10)

Estes capítulos registram a consagração de Arão e seus filhos, e a sua iniciação no ofício sacerdotal. Os principais tópicos destes capítulos são:

  • A consagração (8). As cerimônias da consagração incluíam a lavagem com águas, o vestir-se com roupas sacerdotais, a unção com azeite, a oferenda de sacrifícios e a aspersão de sangue.
  • O serviço (9).
  • A falta (10). Nadabe e Abiú, filhos de Arão, em vez de usarem fogo tomado do altar, usaram fogo comum para queimar o incenso. A fim de impressionar a nação pelo caráter sagrado e a responsabilidade do sacerdócio, Deus os escolheu como exemplo, destruindo-os pelo fogo.

Leis referentes à Purificação (11-22)

Israel como nação santa, tem:

  • Alimento santo (11).
  • Corpo santo (12-14).
  • Lares santos (14:33-57).
  • Costumes santos (15).
  • Santidade renovada anualmente (16).
  • Culto santo (17:1-16).
  • Moralidade santa (18).
  • Costumes e vestuário santo (19-22).

Leis referentes às Festas (23-24)

O sábado “Sabtah” (23:1-3)

Podemos considerar este dia como o dia da festa semanal dos israelitas, no qual descansavam de todos os seus trabalhos e se reuniam para o culto.

A Páscoa e a festa dos pães asmos

Observem que havia duas festas numa só, a Páscoa, que durava um dia, celebrando a passagem do anjo da morte sobre a casa dos egípcios, e a festa dos pães asmos, comemorando a partida do Egito, que durava sete dias.

Pouco depois dessa última festa, celebrava-se a festa das primícias, quando um feixe de colheita das primícias era movido perante o Senhor. Um tipo da ressurreição de Cristo (1 Co 15:20).

Pentecostes

Cinqüenta dias depois da páscoa realizava-se a festa de pentecostes, que significava cinqüenta. No qüinquagésimo dia, dois pães movidos sem fermento (23:17) eram oferecidos ao Senhor.

A festa das trombetas (23:23-25). “O dia do ano novo”.

Veja as seguintes referências e verifique o significado típico destas festas (Is 27:23 / 1 Co 15:52 / Mt 24:31 / Ap 11:15).

O dia da expiação (Lv 16; 23:27-32 / Hb 9:6-12).

Era mais um jejum do que festa. Nesse dia o sacerdote entrava no lugar santíssimo com sangue, para fazer expiação pelos pecados do povo. Esse evento ocorria somente uma vez no ano, e significava Cristo entrando no céu com o seu próprio sangue para fazer expiação eterna pelos nossos pecados.

A festa dos tabernáculos (Lv 23:34-44).

Esta festa comemorava os dias em que os israelitas habitavam em tendas, depois da saída do Egito.

Significados das festas em relação ao n.t.:

  • A páscoa- a crucificação
  • As Primícias – a ressurreição de Cristo
  • O Pentecostes – o derramamento do Espírito
  • As Trombetas      – o rapto dos vivos  e a ressurreição dos santos
  • Os tabernáculos   – nova morada na presença do Senhor 

Leis referentes à terra (25-27).

  • Ano do jubileu (25).
  • Recompensa e castigo (26).
  • Votos (27).

O ano do jubileu era celebrado de cinqüenta em cinqüenta anos, a começar do dia da expiação. Nesse tempo dava-se à terra o descanso do cultivo; todas as dívidas eram perdoadas, todos os escravos hebreus eram postos em liberdade, todas as propriedades eram restituídas aos seus donos.

O jubileu tinha o propósito de evitar a escravidão perpétua dos pobres, e o acúmulo de riqueza de alguns.

DATA E OCASIÃO  

Levítico relata, do início ao fim, as palavras de Deus a Moisés e seu irmão Arão, mas jamais diz quando e como essas palavras foram escritas.  A data exata em que Levítico foi escrito permanece um tanto incerta, embora ela tenha, sem dúvida, ocorrido durante a peregrinação no deserto antes da morte de Moisés (c. 1406 a.C.).  A maioria dos críticos situa a redação de Levítico na era pós-exílica (em torno do sexto século a.C.), muitos séculos depois de Moisés.  Esta opinião é improvável, contudo, porque o conteúdo de Levítico não se ajusta a este período tardio: o culto do segundo templo difere de modo significativo do que é apresentado em Levítico, além de Levítico ser pressuposto ou citado em Livros mais antigos tais como Deuteronômio, Amós e, de forma mais evidente, Ezequiel.  Outros argumentos contra a origem de Levítico na época de Moisés também não são convincentes.  O Livro reflete os ideais de culto e santidade que eram aceitos em Israel desde o tempo de Moisés até a queda de Jerusalém em 587/86 a.C.

11. Números

Livro dos Números (do grego “Arithmoi”; em hebraico: Bamidbar, “No deserto”), é o quarto dos cinco livros da Torá, a primeira seção da Bíblia hebraica, e do A.T. cristão. Há razões para datarmos a composição do livro no período após a peregrinação no deserto (que se seguiu ao Êxodo) e antes da morte de Moisés, em torno de 1406 a.C.

O livro começa com os preparativos para a marcha através do deserto, relata as experiências na jornada, descreve a falta de fé que levou os israelitas da geração do êxodo a se recusarem a conquistar a Terra Prometida, relata os quarenta anos de espera até que uma geração inteira morresse e termina com os preparativos para entrar em Canaã. Em vista de seu conteúdo, Números parece ter sido escrito como uma admoestação para a geração de israelitas nascidos no deserto que perseverassem na fé e obediência, as quais faltaram aos seus pais. Para gerações futuras do povo de Deus, o livro falaria uma mensagem semelhante.

Na Bíblia Hebraica, era costume chamar cada um dos cinco livros de Moisés pela palavra com a qual começava. Para Números, essa prática foi modificada pela adoção da quinta palavra como título. Essa palavra, que, traduzida, significa “no deserto,” é uma descrição pettinente do conteúdo do livro, uma vez que descreve a experiência da nação durante os quarenta anos no deserto.

CARACTERÍSTICAS

Dois temas:

  • A graciosa fidelidade
  • Poder soberano do Deus da Aliança com Israel

Estes temas são vitais para a mensagem de Números. 

Os eventos de Números vividamente retratam a fidelidade do Deus da Aliança apesar dos erros de uma humanidade pecaminosa.  Deus dirige seu povo enquanto preparam-se para sua jornada pelo deserto, conforta-os nas dificuldades, trata com seus temores e fracassos e os repreende ou pune quando necessário.

Este retrato da fidelidade de Deus para com a Aliança está em contraste agudo com a repetida descrição que o livro faz da infidelidade humana, o fracasso completo da humanidade, incapaz de alcançar os padrões de Deus por sua própria força.  Fracassos humanos são claramente descritos e contrastados com as medidas sábias do sempre fiel Deus da Aliança.  Mesmo Moisés, o maior líder de todos, pecou e não pôde entrar na Terra Prometida, embora a tivesse visto de longe (20.9-11 nota; 27.12-14).  Isso mostra que mesmo as melhores pessoas ainda são pecadoras, sendo salvas unicamente através dos méritos de Cristo, salvação vem somente através da graça de Deus.

TITULO E AUTORIA

Apropriadamente, o titulo Hebraico deste livro, extraído de seu primeiro versículo, significa “no deserto”, já que a maior parte do livro registra a história do povo de Israel, em seus quarenta anos de peregrinação no deserto, porém a Septuaginta intitulou o livro “Arithmoi” (Números), devido à proeminência dos números do recenseamento (Caps. 1-3:26).  O autor é Moisés. Quando a Bíblia foi traduzida para o Grego, seus livros receberam nomes gregos.  

A lição teológica que extraímos de Números, é que o povo de Deus deve andar pela fé, confiando em suas promessas, para assim, poder avançar diante ao deserto (lutas).

ISRAEL –  SINAI (1-9)

  • O censo do povo (1-2).
  • O censo dos sacerdotes e levitas (3-4).
  • Leis (5-6).
  • Oferta dos príncipes (7).
  • A consagração dos levitas (8).
  • A Páscoa e a nuvem guiando a marcha dos israelitas (9).

Deve-se notar uma distinção entre os sacerdotes e os levitas. Os sacerdotes eram membros da tribo de Levi, que descendiam de Arão e seus filhos (3:2-4), e que eram encarregados das funções sacerdotais do tabernáculo, os sacrifícios, e ministrar no lugar santo.

Nos tempos patriarcais, o primogênito gozava de privilégio, sendo um deles o sacerdote da família. Depois da morte dos primogênitos da terra do Egito, o Senhor ordenou que os primogênitos de Israel, fossem santificados a Ele, isto é a seu serviço (Êx 13:12). Agora, por motivos que se compreendem por si mesmo, o Senhor em vez de aceitar o serviço do primogênito de diferentes tribos, separou uma tribo especial, e aqueles que excederam, foram resgatados do serviço, pagando certa quantia. A cerimônia realiza-se até hoje entre os judeus ortodoxos.

A LEI DO NAZIREADO (6)

Esta Lei apresenta um lindo tipo de consagração. O nazireu, que significa separar-se, era uma pessoa que se consagrava ao Senhor com votos especiais, temporariamente ou a vida inteira. Exemplo: Samuel (1Sm 1:11), Sansão (Jz 13:5 – 16:17), e João Batista (Lc 1:13-15).

Os nazireus não bebiam vinho, usavam cabelos compridos, e não lhes era permitido tocar em cadáver, nem mesmo de seus pais.

DO SINAI A CADES (10 – 19)

  • Início da marcha (10).
  • Murmuração e concupiscência (11).
  • Os setenta anciãos (11).
  • A rebelião de Arão e Miriã (12).
  • A informação dos espias e a incredulidade do povo (13-14).
  • A rebelião de Coré (16-17).
  • Leis cerimoniais (18-19).

*Note-se como se tornou contagioso o espírito de murmuração, chegando mesmo a prejudicar Miriã e Arão.

DE CADES A MOABE (20 – 36)

  • o pecado de Moisés (20).
  • A morte de Miriã e Arão (20).
  • A serpente de metal (21).
  • O erro e a doutrina de Balaão (22-25).
  • O censo da nova geração (26).
  • Preparação para entrar na terra (27-36).

Ao fim de 38 anos de peregrinação errante de Israel, ainda estavam em Cades-Barnéia, o mesmo lugar de onde voltou para começar sua viagem pelo deserto.

Este período está quase em branco no que diz respeito ao registro histórico. Foi simplesmente um tempo de espera, até que a geração incrédula tivesse desaparecido; agora, a nação está pronta para entrar na terra prometida.

HISTÓRIA DE BALAÃO

Pelo fato de ter sido um profeta, Balaão ensinou ou ensina-nos que Deus, algumas vezes, revelou a sua bondade a indivíduos que não eram israelitas. Melquisedeque e Cornélio, ambos gentios, servem como exemplo.

É evidente que o pecado maior de Balaão foi a cobiça (2Pe 2:15). Você poderá perguntar: Por que Deus permitiu a Balaão ir com os mensageiros e logo depois se aborrecer com ele por tê-lo feito (22:20-22). Era a perfeita vontade de Deus que Balaão se recusasse a ir, mas, ao ver a intensidade de seu propósito, deu-lhe a sua permissão, mas sob esta condição, “Todavia farás o que eu te disser” (v. 20). Lendo os vv. 22, 32 e 35, deduzimos que Balaão foi com a intenção de violar aquela condição. 



12. Deuteronômio

Deuteronómio (do grego “Deuteronómion”, “Segunda lei” (repetição da Lei); em hebraico: “Devärïm”, “palavras”) é o quinto livro da Torá, a primeira seção da Bíblia hebraica e parte do Antigo Testamento da Bíblia cristã. Deuteronómio foi muito usado tanto por cristãos como por judeus antigos.

É citado no Novo Testamento mais de cinqüenta vezes, um número superado somente pelos Salmos e Isaías. O livro contém muita exortação. O minucioso material jurídico (capítulos 14-26), em grande parte paralelo a Levítico, não é tão familiar quanto o restante, embora tenha importância para propósitos especiais.

O livro é uma repetição da Lei e da História de Israel. Consiste principalmente de três grandes discursos e um compêndio de leis dados por Moisés no final de sua vida, enquanto o povo estava acampado nas planícies de Moabe, pouco antes de Josué assumir o comando e liderar o povo na conquista de Canaã. A conquista da Transjordânia já havia sido concluída com sucesso e Moisés desafiou o povo nesses discursos de despedida. Como mensagens de despedida de Moisés ao seu povo, o livro combina exortação e mandamentos e serve como exemplo de como a Lei deveria ter sido ensinada.

O primeiro discurso (1.5-4.40)

— recorda as experiências de Israel sob a liderança de Moisés. Deuteronômio não fala de como Moisés confrontou a Faraó e como os milagres das dez pragas forçaram Faraó o povo partir mas alude ao Êxodo repetidamente (cinco vezes no primeiro discurso: 1.20, 34; 4.20, 34, 37). Moisés relembra o cuidado miraculoso e providencial de Deus para com o povo durante a jornada do Egito ao Sinai. Então ele detalha a derrota deles tanto em termos espirituais como militares em Cades-Barnéia. A semelhança dos registros em Números, quase nada é dito sobre fatos acontecidos durante os quarenta anos deperegrinação no deserto. A jornada ao redor de Edom em direção à Transjordânia é mencionado e a derrota dos reis Seom e Ogue é registrada com mais detalhes do que em Números. Então vem a divisão da terra na Transjordânia entre as tribos de Rúben, Gade e a meia tribo de Manassés (como em Números 32) e a narrativa termina com referência à súplica de Moisés por si mesmo para entrar em Canaã, o que Deus não concede (como em Nm 27,12-23). Moisés conclui o discurso com exortações à fidelidade ao Senhor.

O segundo discurso (4.44-11.32),

— compõe-se de exortações. Alguns afirmam que esse discurso vai até 26.19, incluindo as leis e regulamentos dos capítulos 12—26. O discurso começa com os Dez Mandamentos, muito próximo de uma repetição literal de Êxodo 20, com exceção do quarto mandamento (5.12-15). O terror da teofania (uma autorevelação visível de Deus) é relembrado com um chamado à obediência. Somente os Dez Mandamentos são dados diretamente pela voz de Deus; o restante da lei é mediada por

Moisés (5.22). O famoso “Shema”: “Ouve, ó Israel: o SENHOR Nosso Deus, é o único SENHOR”, encontra-se em 6.4, com a exortação para ensinar, lembrar e obedecer. Os capítulos seguintes contém vários exemplos do cuidado e do juízo divino desde a saída do Egito — todos alusões a Êxodo e Números. Esses exemplos servem para admoestar Israel a confiar no Senhor e não em si mesmos. A isso segue-se uma promessa de sucesso nas guerras que se sucederiam em Canaã.

As leis (capítulos 12-26) incluem legislação referente ao culto, alimentos puros, escravos e dívidas, festas anuais, juízes, cidades de refúgio e várias matérias de conduta.

O terceiro discurso (capítulos 27-30)

— A maior parte é uma exortação vigorosa para que obedeçam as leis do Senhor. Inclui a cerimônia solene a ser realizada entre o Monte Ebal e o Monte Gerizim, próximo de Siquem, quando Israel já tiver iniciado a conquista de Canaã — uma cerimônia em lembrança daquela da Aliança de Ex 20.1-24.8 e que foi devidamente realizada por Josué (JS 8.30-35). Essas leis e exortações foram dadas por Moisés com ênfase sobre a obrigação de Israel perante Deus de ouvir e obedecer à Lei do Senhor.

As seções finais do livro são igualmente importantes e poderosas (31 .1—34.2). Elas incluem a instalação de Jbsué como sucessor de Moisés, o grande Cântico de Moisés celebrando a grandeza de Deus e seu cuidado em favor do povo da Aliança (capítulo 32), sendo que o cântico no qual Moisés abençoa as doze tribos inspira-se no modelo da bênção de Jacó a seus filhos em Gn 49 (capítulo 33) e, por fim, o adendo que descreve a morte de Moisés (capítulo 34)

Por meio de prefigurações e profecias, esse livro também nos faz olhar para Cristo. Ele é o Cordeiro Pascal (16.1) e o Profeta que havia de vir (18.15-19). Moisés, o fundador da teocracia de Israel, foi mediador da Antiga Aliança mas Jesus Cristo, o Filho de Deus, tornou-se Mediador da Nova Aliança (Jr 31.31-34).

A essência das alianças é a mesma mas seu modo de administração difere significativamente. Enquanto a antiga Aliança foi escrita em tábuas de pedra, Cristo escreve a Nova Aliança pelo Espírito do Deus vivo nas tábuas dos corações humanos (2Co 3.3).

A Antiga Aliança foi ratificada com a promessa de Israel, “o ouviremos e o cumpriremos” (5.27; cf. Ex 19.8; 20.19). Mas a Nova Aliança baseia-se em superiores promessas de Deus: “também no coração lhas inscreverei” (Jr 31 .33 e Hb 8.7). A Antiga Aliança requeria que o sangue de animais fosse derramado; a nova e eterna Aliança foi instituída uma vez por todas pelo sangue de Cristo (Jr 32.40 e Hb 9.11-28). A Antiga Aliança exigia uma religião do coração mas falhou devido à fraqueza humana e tornou-se obsoleta após seu cumprimento no Calvário (Rm 8.3;1; Hb 7.12;8.13).

TÍTULO AUTORIA

A palavra Deuteronômio (derivada da Septuaginta), significa: “Segunda Lei”. O livro contém os discursos feitos por Moisés, durante os últimos. meses de sua vida, quando os israelitas estavam acampados nas planícies de Moabe, antes de sua entrada na terra prometida. A autoria é do próprio Moisés.

A este tempo, o povo que ouvia Moisés e não havia experimentado pessoalmente, o livramento do mar Vermelho, nem a doação da Lei no Sinai. Entretanto, era preciso lembrá10s do poder de Deus e da Lei de Deus.

A mensagem de Deuteronômio resume-se em três exortações: Recorda! Obedece! e Cuidado! E é a base para do livro.

• Recorda! – Resumo das Jornadas (1-4).

• Obedece! – Resumo da Lei (5-27).

• Cuidado! – profecia sobre o futuro de Israel (28-34).

— O capitulo 28, juntamente com Levítico 26, devem ser considerados como dois grandes capítulos proféticos do Pentateuco.

— Os vv. 1-14 se teriam cumprido se Israel tivesse sido obediente, mas somente terão seu cumprimento final no milênio.

— Os vv. 14-36 cumpriram-se na apostasia de Israel sob o governo dos reis, que culminou no cativeiro babilônico (2Cr 36: 15-20).

— Os vv. 37-38 cumpriram-se durante a destruição de Jerusalém, no ano 70 de nossa era, e no período seguinte (LC 21 :20-24).

Josefo l, general e historiador judeu que vivia naquele tempo, dá alguns relatos impressionantes dos terríveis sofrimentos dos judeus durante aquele tempo, o que indica quão literalmente esses versículos se cumpriram. Como exemplo, citamos o episódio narrado na história:

No período de maior fome em Jerusalém, um grupo de saqueadores armados vagueavam pelas ruas em busca de alimento. Sentiram o cheiro da carne assada vindo de uma casa próxima. Ao entrarem, ordenaram a mulher que ali estava que lhes desse alimento. Ficaram aterrorizados quando ela lhes revelou o corpo assado de seu filho! Qualquer pessoa que conheça algo da história do povo judeu, notará facilmente, como as profecias dos vv. 37-68 tornaram-se parte da história.

— Os capítulos 29-30 registram a aliança da Palestina, isto é, um acordo entre o Senhor e Israel a respeito das condições da posse da palestina.

Devemos notar, cuidadosamente, que há duas alianças referentes a posse da terra. A primeira é a aliança Abraâmica, esta era incondicional, isto é, a conduta de Israel não influenciaria no seu cumprimento. Mas Deus previu que Israel pecaria, de maneira que pôs sob outra aliança a Palestinense, esta aliança era condicional, dependendo da obediência de Israel, fazendo com que o Senhor pudesse castigá-los com desterro temporário da terra, sem rejeitá-los para sempre.

Sintetizando, diríamos:

  • a aliança com Abraão foi a herança guardada para um Israel obediente;
  • a aliança da Palestina foi o chicote para conduzir a Israel a este lugar de obediência.
  • A dispersão de Israel por causa de sua desobediência (v. 3).
  • O arrependimento futuro de Israel (v. 2).
  • A volta do Senhor (v. 3).
  • Retorno à Palestina (v. 6).
  • Conversão nacional (v. 7).
  • O juízo dos opressores (v. 8).  
  • Prosperidade nacional (v. 9).

O cântico de Moisés, capítulo 32, é considerado como um resumo total do livro de Deuteronômio. Pode reunir-se nas três palavras de nosso tema: Recorda, obedece e Cuidado. Foi escrito em forma de cântico para que o povo pudesse recordáIo facilmente. 

É provável que Josué tivesse escrito o relato da morte de Moisés, que se encontra no capítulo 34.

13. O Reino dividido

Após a morte de Salomão seu filho Roboão assume o reinado, seria isso uma boa ideia? Nesse pequeno estudo veremos as consequências desse acontecimento. O reino de Israel é dividido em dois: reino sul e reino norte.

REINO DO NORTE E DO SUL

As separação das 12 tribos: 2 tribos para o sul e 10 tribos para o norte. A Israel proclamam Jeroboão como seu rei. Israel foi dividido entre o Reino de Israel (ao Norte com capital em Siquém) e o Reino de Judá (ao Sul com capital em Jerusalém).

Reino do Norte (Israel)

  • Nome: Israel
  • Capital: Samaria (eventualmente, após ser transferida de outras cidades)
  • Tribos: Composto por 10 das 12 tribos de Israel (tribos de Efraim, Manassés, Zebulom, Issacar, Aser, Naftali, Dã, Gade, Rúben e Simeão).
  • Primeiro Rei: Jeroboão I
  • História: O Reino do Norte se separou após a morte de Salomão, durante o reinado de seu filho Roboão. Jeroboão, que foi um oficial de Salomão, liderou a revolta das 10 tribos do norte. Este reino foi caracterizado por uma série de reis que frequentemente se afastavam da adoração ao Deus de Israel, seguindo práticas idólatras.
  • Queda: O Reino do Norte foi conquistado e destruído pelos assírios em 722 a.C., e o povo foi levado cativo, resultando nas chamadas “Dez Tribos Perdidas” de Israel.

Reino do Sul (Judá)

  • Nome: Judá
  • Capital: Jerusalém
  • Tribos: Composto pelas tribos de Judá e Benjamim (e alguns levitas).
  • Primeiro Rei: Roboão (filho de Salomão)
  • História: O Reino do Sul permaneceu sob o domínio da dinastia de Davi, começando com Roboão. Jerusalém, a capital, era o centro religioso e político. Diferente do Reino do Norte, Judá teve alguns reis que promoveram reformas religiosas e tentaram retornar à adoração de Deus, como Ezequias e Josias.
  • Queda: O Reino do Sul foi conquistado pelos babilônios em 586 a.C., e o povo de Judá foi levado ao exílio em Babilônia. Este evento é conhecido como o Exílio Babilônico.

Essa divisão dos reinos é um dos eventos mais significativos na história de Israel e teve profundas consequências religiosas, sociais e políticas que são refletidas em muitos livros do Antigo Testamento.

A DIVISÃO DO REINO DE ISRAEL

A história da divisão do Reino de Israel. No ano de 931 a.C, depois da morte do grande sábio (chacham — hebraico), o Reino de Israel se dividiu em Norte (que passou a se chamar Reino de Israel) e Reino Sul (que passou a se chamar Reino de Judá). A mão do Deus poderoso que mantinha e conduzia o reino unido de Israel desapareceu.

O Reino do Norte chamado Reino de Israel assumiu Jeroboão filho de Nabat (conforme Biblia de Jerusalém em RS 15,1) tendo como capital Samaria. Este Reino do Norte continha a maioria das tribos de Israel, 10 tribos, e também a maior população. Jeroboão para impedir a ida ao Templo em Jerusalém, mandou construir dois Templos, um em Dá, e outro em Betel.

O Reino do Sul chamado Reino de Judá ficou como outro filho de Salomão Roboão tendo capital Jerusalém. Para o Sul permaneceram as tribos em torno a Jerusalém, Tribo de Benjamin e Judá. Habitam a região montanhosa, árida e seca, menos propensa a agricultura, mas protegida dos invasores do Norte e Sul.

PORQUE A DIVISÃO DO REINOS

Salomão foi um rei de obras grandiosas, gerando também grandes despesas. Para pagamento destas despesas o povo teve de arcar com mais impostos.

Após a morte do rei o povo se dirigiu ao sucessor Roboão pedindo a redução dos pesados encargos colocados sobre eles. Roboão seguindo o conselho de seus amigos jovens disse que em seu reino o jugo seria mais pesado que o de seu pai.

Após essa decisão de Roboão o povo se negou a continuar sendo governado por ele. Levantaram como rei de Israel, Jeroboão, ficando sob as ordens de Roboão apenas a tribo de Judá e Benjamim Re 12). Sendo assim o reino de Israel ficou dividido, formando Judá e Benjamim o reino do Sul e o restante das dez tribos o reino do Norte.

REINO DO NORTE

O Reino do Norte (Israel) era menos estável politicamente que o Reino do Sul (Judá), sua duração mais curta como nação independente (209 anos) e a violência ligada à sucessão ao trono comprovam esse fato.

O historiador de Reis considerou -“maus” todos os dezenove governantes de Israel, porque perpetuaram o culto ao “bezerro de ouro” de Jeroboão. A média de duração do reinado de um monarca israelita era de apenas dez anos, e nove famílias dife-rentes reivindicaram o trono.

Para chegar ao trono, o carisma era tão útil quanto a ascendência, mas não era garantia de preservação; sete reis foram assassinados, um cometeu suicídio, um foi ferido por Deus e outro foi deposto e levado para Assíria.

A QUEDA: REINO DO NORTE

O Reino do Norte lutou em varias ocasiões contra o domínio assírio, fazendo ali-anças com outros reinos, como por exemplo, o Egito, e formando uma liga de ci-dades que enfrentavam essa potência.

Em 723 a.C., os líderes do Norte tentaram de algum modo forçar o Reino de Judá a participar de acordos e alianças contra a Assíria. Desesperado, Acaz (732-716), governante de Judá naquela ocasião, pediu auxilio à Assíria contra essa intervenção vinda do Reino do Norte, o que desencadeou a tomada da região pelo exercito assírio. Em 732 a cidade de Damasco e a Galiléia foram sitiadas, restando ao reino de Israel submeter-se ao controle estrangeiro. Nessa região a migração forçada de colonos estrangeiros não foi comprovada, porém é certa a formação de uma nova identidade étnica através da mistura dos assírios com a população local.

A perda, nessa ocasião de cerca de dois terços de seu território fez com que restasse ao povo do Reino do Norte  aproximadamente apenas as montanhas de Efraim, com a capital Samaria. O rei Oséias (731-723 a.C.), de Israel, que assumiu o trono sob a concordância do rei assírio TiglatePileser III, não se conformando com a perda territorial e de independência, pediu auxílio ao Egito, que lhe prometeu enviar forças militares, que nunca chegaram.

De qualquer modo, os anos que se seguiram foram marcados pela esperança de libertação. Porem, em 722 0 Reino do Norte foi definitivamente conquistado por Salmanaser V (726-722 a.C.), ocorrendo a consolidação assíria com Sargão  II (722-705 a.C.). Samaria foi repovoada por colonos estrangeiros e a população deportada por todo o império assírio.

REIS DE ISRAEL APÓS A DIVISÃO

Para esta época, a maioria dos historiadores segue as cronologias estabelecidas por William F. Albright ou Edwin R. Thiele, ou a nova cronologia de Gershon Galil. Iremos seguir a cronologia de Edwin R. Thiele. As datas são a.C.

Após a divisão do Reino de Israel, o Reino do Norte, conhecido como Israel, teve uma série de reis que governaram até o exílio assírio. Esses reis, muitos dos quais seguiram caminhos de idolatria, enfrentaram instabilidade política, conspirações e conflitos com as nações vizinhas. A seguir está a lista dos reis de Israel até o exílio:

  1. Jeroboão I (931-910 a.C.) – Primeiro rei de Israel após a divisão. Ele estabeleceu santuários em Betel e Dã, promovendo a adoração de bezerros de ouro para evitar que o povo fosse a Jerusalém.
  2. Nadabe (910-909 a.C.) – Filho de Jeroboão, continuou as práticas idólatras de seu pai. Foi assassinado por Baasa.
  3. Baasa (909-886 a.C.) – Usurpador do trono, exterminou toda a casa de Jeroboão. Seguiu na idolatria e enfrentou conflitos com Judá.
  4. Elá (886-885 a.C.) – Filho de Baasa, foi assassinado por Zinri enquanto estava embriagado.
  5. Zinri (885 a.C.) – Governou por apenas sete dias após matar Elá, mas se suicidou quando Omri, comandante do exército, cercou a cidade.
  6. Omri (885-874 a.C.) – Fundador de uma dinastia forte, construiu a nova capital em Samaria. Estabeleceu alianças políticas e consolidou o poder, mas promoveu a idolatria.
  7. Acabe (874-853 a.C.) – Filho de Omri, é um dos reis mais conhecidos. Casou-se com Jezabel, introduzindo o culto a Baal em Israel. Seu reinado foi marcado por confrontos com o profeta Elias.
  8. Acazias (853-852 a.C.) – Filho de Acabe, continuou a adoração a Baal e enfrentou o julgamento de Deus por meio de Elias.
  9. Jorão (ou Jeorão) (852-841 a.C.) – Irmão de Acazias, teve um reinado marcado por conflitos com Moabe e Aram. Enfrentou oposição de Eliseu, o profeta.
  10. Jeú (841-814 a.C.) – Usurpador, foi ungido por Eliseu para destruir a casa de Acabe. Exterminou a família real e os adoradores de Baal, mas continuou com a idolatria dos bezerros de ouro.
  11. Jeoacaz (814-798 a.C.) – Filho de Jeú, sofreu sob a opressão de Hazael, rei da Síria, devido à idolatria persistente.
  12. Jeoás (ou Joás) (798-782 a.C.) – Filho de Jeoacaz, recuperou territórios perdidos para a Síria e foi um dos reis que buscou uma forma de restauração para Israel.
  13. Jeroboão II (793-753 a.C.) – Reinado próspero, expandiu as fronteiras de Israel. No entanto, a injustiça social e a idolatria aumentaram durante seu governo.
  14. Zacarias (753-752 a.C.) – Filho de Jeroboão II, reinou por apenas seis meses antes de ser assassinado, encerrando a dinastia de Jeú.
  15. Salum (752 a.C.) – Usurpador, reinou por apenas um mês antes de ser morto por Menaém.
  16. Menaém (752-742 a.C.) – Governou com crueldade, submetendo Israel à dominação assíria e impondo tributos pesados.
  17. Pecaías (742-740 a.C.) – Filho de Menaém, foi assassinado por Peca, um de seus capitães, que tomou o trono.
  18. Peca (752-732 a.C.) – Governou durante um período de grande instabilidade. Formou uma coalizão contra a Assíria, mas foi derrotado e deposto por Oséias.
  19. Oséias (732-722 a.C.) – Último rei de Israel, tentou se aliar ao Egito contra a Assíria, mas foi capturado. Sua rebelião levou à queda de Samaria e ao exílio assírio.

O reinado de Oséias marcou o fim do Reino do Norte, com a captura de Samaria em 722 a.C. pelo Império Assírio, levando o povo ao exílio e dispersão. O Reino de Israel, após mais de 200 anos de existência, deixou de ser uma nação independente.

A palavra final do destino de Israel é encontrada cf. 2Reis 17.22-23.

REINO DO SUL

Após a morte do rei Salomão, o Reino de Israel se dividiu em dois: o Reino do Norte, conhecido como Israel, e o Reino do Sul, chamado Judá. Judá, composto pelas tribos de Judá e Benjamim, permaneceu com Jerusalém como sua capital, onde estava o Templo construído por Salomão. Enquanto o Reino do Norte seguiu por caminhos de idolatria e instabilidade política, Judá manteve uma linhagem de reis da casa de Davi, com períodos de maior fidelidade ao culto a Yahweh.

No entanto, Judá também enfrentou desafios, como a tentação de adotar práticas religiosas pagãs dos povos vizinhos e períodos de apostasia, que frequentemente levavam a consequências graves, como invasões e catástrofes. Reis como Asa, Josafá, Ezequias e Josias destacaram-se por suas reformas religiosas e esforços para restaurar o verdadeiro culto a Deus. Esses períodos de avivamento espiritual contrastaram com reinados como o de Manassés, que foi marcado por uma forte idolatria e violência.

Judá resistiu por mais tempo que Israel, mas, devido à crescente infidelidade e injustiça social, acabou sendo conquistado pelo Império Babilônico em 586 a.C., culminando com a destruição de Jerusalém e o exílio da elite judaica para Babilônia. Essa tragédia marcou um ponto crucial na história de Judá, levando à reflexão sobre a necessidade de fidelidade ao pacto com Deus.

A tribo de Simeão, por ter o seu território no meio da tribo de Judá, com o passar do tempo foi englobada pela tribo de Judá por esta ser mais numerosa do que ela. A tribo de Benjamin também foi absorvida por Judá, tendo deixado de existir como tribo separada e funcional, entretanto, esta tribo ainda existia em termos territoriais, por isso ela é citada em I RS 12.21. Mas, em I RS 11. 13,32,36 e I RS 12.20, aparece apenas a tribo de Judá.

As dez tribos do Norte provavelmente devem estar contando com a tribo de Simeão, pois mesmo o seu território tendo sido englobado pela tribo de Judá, os seus descendentes parecem ter ido habitar ao norte com as outras tribos e não aceitaram a dinastia de Davi. No texto de II Cr 15.8,9, o cronista deixa subtendido que Simeão estava com o reino do Norte.

A QUEDA: REINO DO SUL

O Reino de Judá limitava-se ao Norte com o Reino de Israel, a Oeste com a inquieta região costeira da Filistia, ao Sul com o Deserto do Neguebe, e a Leste com o Rio Jordão e o Mar Morto e o Reino de Moabe. Era uma região montanhosa, fértil, relativamente protegida de invasões estrangeiras (o território da Tribo de Judá manteve-se basicamente o mesmo durante os mais de 300 anos de sua existência). Sua capital era Jerusalém, onde encontrava-se o Templo do Deus de Israel mandado construir pelo rei Salomão para abrigar a Arca da Aliança.

Sobreviveu ainda por cerca de 200 anos, quando em 587 a capital foi destruída e os moradores levados para o exílio em Babilônia. Segundo a Bíblia, quando esses deportados voltaram do exílio e tentavam reconstruir o templo, os Samaritanos queriam frear a construção. Também teriam se aliado contra os judeus na época de Antíoco IV.

O Reino de Judá entrou em conflitos com os reinos de Moabe, Amom e os filisteus. Entretanto, o principal adversário político e militar do Reino de Judá foi o Reino de Israel. Inúmeras vezes travaram-se batalhas entre as dois reinos, com vitórias pouco significativas para cada lado. Israel tornou-se fortemente influenciado pela cultura cananéia e pela religião fenícia, enquanto Reino de Judá permaneceu, de maneira geral, fiel à sua fé em YHVH, o Deus dos patriarcas hebreus.

O culto a YHVH (Deus) e a preservação da linhagem real davídica do qual deveria vir o prometido Messias, de acordo com os profetas do Velho Testamento, é a jus-tificativa para a misericórdia de Deus sobre o Reino do Sul, ao passo que o politeísmo de Israel teria sido responsável por sua ira sobre seus governantes.

O Reino de Judá viu o perigo das potências estrangeiras emergentes quando a capital de Israel, Samaria foi tomada pelo rei assírio Sargão, em 722 a.C.. Mais tarde, o Rei Senaqueribe invade o Reino de Judá e sitia Jerusalém, mas sem a conquistar. Segundo a Bíblia, o seu exército foi “subitamente destruído por obra de Deus”.

O Reino do Sul persistiu por mais de um século e meio depois da destruição de Israel. Ao contrário de Israel, os reinados dos dezenove reis e uma rainha em Judá, tiveram duração média de mais de dezessete anos.

A dinastia de Davi foi a única a reivindicar o trono do Sul, realçando a estabilidade política. O reinado terrível da rainha Atália foi a única interrupção da sucessão davídica. No entanto em Judá também ocorreram intrigas políticas, pois cinco reis foram assassinados, dois foram feridos por Deus e três foram exilados. O historiador de Reis relatou que oito monarcas de Judá foram “bons” porque seguiram o exemplo de Davi e obedeceram a Deus. Foram eles:

  1. Asa;
  2. Josafá;
  3. Joás;
  4. Amazias;
  5. Uzias;
  6. Jotão;
  7. Ezequias;
  8. Josias.

(Os reis Ezequias e Josias são idealizados como personagens semelhantes a Davi e Salomão porque purificaram o templo e restauraram a adoração adequada em Jerusalém.)

REIS DE JUDÁ APÓS A DIVISÃO

Após a divisão do Reino de Israel, o Reino do Sul, conhecido como Judá, teve uma série de reis que governaram até o exílio babilônico. Aqui está a lista dos reis de Judá, desde a divisão até o exílio:

  1. Roboão (931-913 a.C.) – Filho de Salomão, foi o primeiro rei de Judá após a divisão. Seu reinado foi marcado pela divisão do reino devido a sua recusa em aliviar a carga tributária do povo.
  2. Abias (913-911 a.C.) – Filho de Roboão, governou por um curto período e continuou em guerra contra o Reino do Norte.
  3. Asa (911-870 a.C.) – Conhecido por suas reformas religiosas, Asa eliminou muitos dos ídolos e promoveu o culto a Yahweh.
  4. Josafá (870-848 a.C.) – Filho de Asa, continuou as reformas religiosas e fortaleceu Judá tanto espiritualmente quanto militarmente.
  5. Jorão (848-841 a.C.) – Casou-se com Atalia, filha de Acabe e Jezabel, do Reino do Norte, o que trouxe influências pagãs para Judá.
  6. Acazias (841 a.C.) – Reinado curto, foi influenciado por sua mãe Atalia, e manteve a idolatria.
  7. Atalia (841-835 a.C.) – Única mulher a governar Judá, tomou o trono após a morte de seu filho Acazias e tentou exterminar a linhagem real de Davi.
  8. Joás (835-796 a.C.) – Sobreviveu ao massacre ordenado por Atalia e foi colocado no trono com apoio do sacerdote Joiada. Inicialmente fez reformas religiosas, mas depois se desviou.
  9. Amazias (796-767 a.C.) – Filho de Joás, iniciou bem seu reinado, mas depois se desviou e sofreu uma derrota contra Israel.
  10. Uzias (ou Azarias) (767-740 a.C.) – Um rei forte e próspero que promoveu a agricultura e a guerra, mas foi afligido por lepra por usurpar o papel dos sacerdotes.
  11. Jotão (740-732 a.C.) – Filho de Uzias, governou durante o período de lepra de seu pai e depois reinou sozinho. Foi um rei justo e seguiu os caminhos de Deus.
  12. Acaz (732-716 a.C.) – Um dos piores reis de Judá, Acaz introduziu a adoração a deuses pagãos e buscou ajuda da Assíria em vez de confiar em Deus.
  13. Ezequias (716-687 a.C.) – Conhecido por suas grandes reformas religiosas e por resistir à invasão assíria. Reabriu o Templo e restaurou o culto a Yahweh.
  14. Manassés (687-642 a.C.) – Um dos reis mais ímpios, Manassés introduziu idolatria e práticas pagãs, mas se arrependeu no final de sua vida.
  15. Amom (642-640 a.C.) – Seguiu os passos de seu pai Manassés no pecado, mas foi assassinado por seus servos após dois anos de reinado.
  16. Josias (640-609 a.C.) – Um dos maiores reis de Judá, Josias promoveu uma grande reforma religiosa após a descoberta do Livro da Lei no Templo.
  17. Jeoacaz (609 a.C.) – Reinou por apenas três meses antes de ser deposto pelo faraó Neco do Egito.
  18. Jeoaquim (609-598 a.C.) – Colocado no trono pelo faraó Neco, governou sob a influência egípcia e, depois, babilônica, e foi um rei impiedoso.
  19. Joaquim (598-597 a.C.) – Reinou por apenas três meses antes de se render a Nabucodonosor II da Babilônia e ser levado cativo.
  20. Zedequias (597-586 a.C.) – Último rei de Judá, foi instalado como um vassalo de Babilônia, mas se rebelou contra Nabucodonosor, levando à destruição de Jerusalém e ao exílio babilônico.

O reinado de Zedequias marcou o fim do Reino de Judá como uma nação independente até o retorno dos exilados. O Reino do Sul também foi levado cativo, por não obedecer aos mandamentos do Senhor, cf. 2Cr 36.19-21



Bibliografia

CARDOSO, Carlos Oswaldo CP., Foco e Desenvolvimento do Antigo Testamento. 1a Edição. SP. Ed. Hagnus, 2006.

GRONINGER, Gerard Von. Criação e Consumação: O Reino, A

Aliança E O Mediador. 1a Edição. SP. Editora Cultura Cristã, 2002

GRONINGER, Gerard Von. Revelação Messiânica no Antigo Testamento. 1a edição. SP. Ed. Cultura Cristã 1995

Cyrus Ingerson Scofield foi um teólogo estadounidense, ministro religioso, e escritor cujo livro best-sellier, Bíblia de Referência Scofield, popularizou o futurismo e o dispensacionalismo entre os fundamentalistas cristãos.



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