IBTB Instituto Bíblico de Teologia do Brasil

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Teologia Sistemática l: Profetas e Reis

Sumário

Introdução aos Profetas Bíblicos. 3

1 — Profetas. 4

Profetas e Profecias: A Voz Divina Através dos Tempos. 4

As diferentes classificações. 5

2 — Características dos Profetas. 8

Profetas Maiores. 8

Profetas Menores. 9

Profestas Contexto Específicos. 12

Características Gerais dos Profetas Menos Destacados: 14

Profetas citados no Novo Testamento. 15

Outros Profetas e o Contexto do Novo Testamento: 15

3 — A Atualidade da Mensagem dos Profetas Menores. 17

OS PROFETAS MENORES E O MESSIAS. 18

DIVISÃO DOS LIVROS. 19

CONCLUSÃO.. 19

4 —   Trajetória dos Homens de Deus. 20

A Voz Profética em Tempos de Incerteza: Antes da Monarquia em Israel 20

A Voz Divina em Meio aos Reis: A Atividade Profética Durante a Monarquia em Israel 21

5 — Mulheres profetisas. 23

Mulheres profetisas mencionadas tanto no Velho quanto no Novo Testamento: 24

Velho Testamento. 24

Novo Testamento. 24

6.     A Natureza da Profecia. 26

1. Definição e Origem da Profecia. 26

2. Tipos de Profecia. 26

3. O Papel do Profeta. 28

4. A Autenticidade Profética. 29

O Falso profeta. 30

Como Identificar um Falso Profeta: 30

7. A Tensão Sagrada – Interação entre Profetas e Reis. 32

Confronto e Conselho: A Voz Divina Diante do Trono. 32

Confronto: A Coragem de Denunciar o Pecado. 32

Conselho: A Sabedoria Divina para Guiar os Reis. 32

A Voz Divina Diante do Trono. 33

A Tensão entre Poder Terreno e Autoridade Divina. 33

7.     Reis e Profecias do Reino do Norte. 36

Introdução aos Profetas Bíblicos

Os profetas bíblicos desempenharam um papel fundamental na história de Israel e Judá, servindo como porta-vozes de Deus para o povo. Eles foram chamados para transmitir mensagens divinas de advertência, julgamento, arrependimento e esperança. Os profetas são divididos em duas categorias principais: os profetas maiores e os profetas menores. Essa divisão não se refere à importância de suas mensagens, mas ao comprimento dos livros que levam seus nomes.

Os profetas maiores, como Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel, escreveram livros mais extensos e detalhados, abordando uma ampla gama de temas, desde a condenação do pecado até visões apocalípticas e promessas de redenção. Seus escritos são ricos em simbolismo e profecias messiânicas, oferecendo uma visão profunda da relação entre Deus e Seu povo.

Os profetas menores, por outro lado, são doze e seus livros são mais curtos, mas igualmente poderosos. Eles abordam questões específicas de suas épocas, como a injustiça social, a idolatria e a necessidade de arrependimento. Cada um deles trouxe uma mensagem única e relevante para o contexto histórico em que viveram.

No Antigo Testamento, grande parte da comunicação entre Deus e seu povo acontecia por meio dos profetas. Mas o que é um profeta? Profeta é aquele que anuncia a mensagem de Deus, ou seja, o porta-voz da mensagem divina. Amós diz que “certamente, o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas” (Am 3:7). Deus sempre noticiava ao seu povo os seus planos para com ele. Esta era uma das formas de demonstrar seu amor.

No Antigo Testamento vemos os profetas que foram usados por Deus para trazer palavras de amor, consolo, esperança e correção para o povo. Muitos pagaram um alto preço por sua fidelidade em entregar a mensagem do Senhor. Agradeçamos a Deus pela vida desses servos, pois até os dias atuais essas mensagens têm trazido consolo e alento ao nosso coração.

(Hb 1.1-2)

1 — Profetas

Profetas e Profecias: A Voz Divina Através dos Tempos

A relação entre Deus e a humanidade sempre foi marcada por comunicação, e os profetas desempenharam um papel fundamental nesse diálogo. Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, eles foram instrumentos divinos, transmitindo mensagens que moldaram a história e revelaram o coração de Deus.

No Antigo Testamento, os profetas surgiram em momentos cruciais da história de Israel, desde a época dos juízes até o exílio babilônico. Eles eram chamados por Deus para falar em seu nome, confrontando o pecado, anunciando o juízo e oferecendo esperança de restauração.

  • Profetas Maiores: Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel, cujas extensas profecias abrangem temas como a vinda do Messias, o julgamento das nações e a restauração de Israel.
  • Profetas Menores: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias, cujas mensagens, embora mais concisas, são igualmente poderosas e relevantes.

As profecias do Antigo Testamento frequentemente apontavam para o futuro, revelando os planos de Deus para a salvação da humanidade. A vinda do Messias, um descendente de Davi que traria justiça e paz, era um tema central.

No Novo Testamento, a atividade profética continua, mas assume novas formas. João Batista, o precursor de Jesus, é considerado um profeta, preparando o caminho para a vinda do Messias. Jesus Cristo, o próprio Filho de Deus, é o profeta supremo, revelando plenamente o Pai e cumprindo as profecias do Antigo Testamento.

Além de Jesus, o Novo Testamento menciona outros profetas, como:

  • Ágabo (Atos 11:28, 21:10), que profetizou uma grande fome e a prisão de Paulo.
  • As filhas de Filipe (Atos 21:9), que tinham o dom da profecia.
  • Profetas na igreja de Antioquia (Atos 13:1), que exerciam o ministério profético na comunidade cristã.

As profecias do Novo Testamento se concentram na revelação de Jesus Cristo, na expansão do evangelho e na esperança da segunda vinda de Cristo e da consumação do Reino de Deus.

A relação entre profetas e reis é um tema recorrente na Bíblia. No Antigo Testamento, os profetas frequentemente confrontavam os reis com suas injustiças e desobediência a Deus. No Novo Testamento, Jesus Cristo é o Rei dos reis, e seu reino transcende os reinos terrenos.

Estes estudos explorará a fundo a teologia dos profetas e reis, examinando suas funções, mensagens e o impacto de suas ações na história da salvação. Ao compreendermos o papel dos profetas e a natureza do reino de Deus, somos desafiados a viver de acordo com os princípios do Reino e a aguardar a vinda do Rei que estabelecerá justiça e paz para sempre.

As diferentes classificações

Comecemos abordando as classificações relacionadas ao fenômeno do profetismo em Israel. Primeiramente o termo hozeh, cujo significado, segundo Lima (2012, p. 61-62), seria “olhar, contemplar, presenciar, ver”. Isto pode expressar o sentido de “visionário” – sempre utilizado no masculino – e refere-se a indivíduos que recebiam revelações através da visão e/ou audição. Nestes casos, a revelação recebida era mais importante que o processo pelo qual se dava tal experiência com o sagrado – contemplar uma visão extraordinária, ouvir a palavra da divindade ou ambos (PACHECO, 2014, p. 47).

O termo ro’eh, cujo significado é “vidente”, deriva do verbo ra’ah, que significa “ver”. Expressa revelações divinas recebidas através de visões, normalmente ligadas ao êxtase religioso (LIMA, 2012, p. 62-63). A nomeação do profeta como vidente em Amós (Am 7.12) é também um dado importante, na medida em que a primeira versão deste livro data do século VIII a.C. com atualizações no século VII a.C. (SICRE, 1998, p. 189-191), contendo alguns dos relatos mais antigos disponíveis. Isto nos remete ao texto de 1 Sm 9: 8,9, no qual é dito que em tempos antigos o profeta era conhecido como vidente (PACHECO, 2014, p. 47).

De fato, nas tradições mais antigas do Reino do Norte, seria Saul, e não Samuel, o filho de Ana, como seu nome se presta melhor ao jogo de palavras na oração daquela personagem (RÖMER, 2008, p.97). Saul teria buscado orientação Religare, de um vidente “ro’eh” anônimo antes de tornar-se rei, enquanto a figura de Samuel, como profeta e sacerdote em Siló, tratar-se-ia de uma construção posterior (KAEFER, 2016, p. 410-411).

Neste sentido, as classificações hozeh e ro’eh, usadas em tempos mais antigos, foram paulatinamente substituídas e inseridas na classificação de nabi, cujo significado seria algo próximo de “nomear, chamar”. O termo pode ser entendido ativamente, com sentido de “aquele que chama, que fala”, “arauto”, ou passivamente, no sentido de “chamado”, sendo o segundo caso aparentemente mais verossímil. O verbo nb’, que expressa a atividade profética, é usado de várias formas, relacionando-se à experiência de êxtase, discursos morais, consultas à divindade e realização de milagres. Segundo Lima (2012, p. 57-60), o termo é aplicado para figuras masculinas e femininas, tanto individualmente quanto para grupos – como as guildas ligadas ao êxtase religioso ou membros das classes de profetas do culto ou da corte – e pode, também, designar de forma generalizada os personagens tidos como mensageiros divinos na história passada de Israel (PACHECO, 2014, p.47;54).

Este termo – nabi– indicava um receptor e transmissor humano da revelação divina enquanto “Palavra de Deus”, preponderância que explicaria a mudança de nomenclatura de 1 Sm 9:9 (LIMA, 2012, p. 66). Assim, personagens outrora conhecidos como videntes foram posteriormente chamados de nabi, termo que se tornou honorífico e passou também a classificar ancestrais importantes como Abraão (Gn 20:7), e os profetas escritores do passado, os quais, como abordaremos mais adiante, nem sempre ostentaram o título de nabi em seu tempo.

O termo elohim– Homem de Deus – é outro título honorífico, que, aplicado a um profeta, realçava a proximidade com Deus enquanto Seu mensageiro, bem como a capacidade de realizar milagres. É sempre aplicado na forma masculina, porém nunca aplicado nos livros proféticos (LIMA, 2012, p. 63-64).

Por fim, o termo qosem expressa o ato de “adivinhar  ou predizer, pressagiar”. Representa, portanto, os indivíduos conhecedores de métodos de vaticínio a fim de descobrir segredos e obter respostas por parte da divindade.

Estes métodos são classificados de duas formas por José Luís Sicre (1998, p. 36-60) e Maria de Lourdes Lima (2012, p. 11-12):

indutivos – “técnicas bem determinadas para ter acesso à divindade” – ou intuitivos – “a expectativa de manifestação de seres pertencentes ao mundo divino ou ao além”. Nesse sentido, entre os métodos indutivos estavam observação da natureza (utilizada por Davi em 2 Sm 5.24 e tratada ironicamente em Isaias 47.13), observação dos animais, observação a partir dos sacrifícios (do qual a mãe de Sansão se valeu em Jz 13.19-23), observação de alguns líquidos (como a água) ou mediante instrumentos como taças (utilizado por José, Gn 44.5), flechas (aplicado por Eliseu em 2 Rs 13.14-19), bastões (condenado por Oséias em 4.12) e dados ou pedras marcadas (Js 7.17,18; 1 Sm 10.19,21). Já os métodos intuitivos envolviam interpretação de sonhos (Gn 20.3; 28.11-16; 37; 40; 41; 1 Rs 3, 5 entre outros), consulta aos mortos (condenada em Dt 18.9-11, Is 8.19 e no relato de Saul em 1 Sm 28) e comunicação de oráculos divinos, sendo este o mais importante do ponto de vista bíblico.

Algumas destas figuras estavam diretamente ligadas aos cultos espalhados pelos santuários, templos e altares em Israel e Judá. Atuavam junto aos sacerdotes em seus ofícios sagrados, conforme descrito em Is 28:7; Jr 2:8,26 e Mq 3:11 (LIMA, 2012, p.66). Embora sejam classificados de forma distinta nos textos bíblicos, dependiam das instituições sacerdotais para exercerem sua vocação. Nestes casos incluiam-se os qosem, que também faziam parte destes corpos sacerdotais (Jr. 27:9,10; 28:8,9; Is 3:2,3; Mq 3: 6,7). Assim, os profetas da corte e os adivinhos compunham o corpo de funcionários de instituições religiosas, no sentido tipológico sacerdotal que Weber (2000, p. 294-295) propõe.

Além dos profetas ligados aos santuários, havia também grupos profeticos nos palácios (1 Sm 22.5; 2 Sm 7.2,3; 12.25; 24.11; 1Rs 1:8-15; 32-34, 38, 44-45). Eram servos do rei, que viviam à sua sombra e dependiam de sua generosidade e favores, “comendo da mesa do rei”, ou seja, sendo mantidos pela autoridade dos monarcas. Isto aparece bem ilustrado na passagem de Amós 7:10-13, onde o o sacerdote de Betel, que servia diretamente ao rei, diz que em Judá o  poderia “comer pão e profetizar”, ou seja, exercer o ofício profético de forma “profissional”, porém noutro lugar que não ali – afinal, Amós pregava contra o rei. (LIMA, 2012, p. 66).

Em síntese, os termos usados para identificar alguns profetas, como hozeh e ro’eh, foram aplicados em tempos mais antigos, posteriormente substituídos e englobados pelo termo nabi, cujo significado passou a incluir os visionários e videntes do passado. Já o termo qosem, como veremos mais adiante, desapareceu aos poucos, tornando tanto a figura do adivinhador quanto a prática da adivinhação condenáveis pelo judaísmo e, mais tarde, pelo cristianismo.

2 — Características dos Profetas

Profetas Maiores

Os profetas bíblicos, tanto maiores quanto menores, desempenharam papéis fundamentais na história religiosa e espiritual do Antigo Testamento, transmitindo mensagens de Deus ao povo de Israel. Eles são divididos entre “profetas maiores” e “profetas menores”, não por causa da importância, mas sim pelo tamanho de seus escritos.

Profetas Maiores

Os profetas maiores são assim chamados porque seus livros são mais longos e abordam eventos e temas de grande relevância histórica e espiritual. Eles são:

  1. Isaías
  • Atribuição principal: O profeta Isaías foi chamado para alertar o povo de Judá sobre seu pecado e a necessidade de arrependimento. Ele previu tanto a destruição de Jerusalém quanto a eventual redenção e restauração da nação. Isaías também é conhecido por suas profecias sobre o Messias, o “Servo Sofredor” que traria salvação ao mundo
  • Atribuições: Salvação, santidade de Deus, profecias messiânicas.
  1. Jeremias
    • Atribuição principal: Jeremias, chamado de “profeta chorão”, proclamou o juízo iminente de Deus sobre Jerusalém por causa da infidelidade de Judá. Ele advertiu sobre o exílio babilônico e, mais tarde, ofereceu mensagens de esperança sobre a restauração. Ele também enfatizou a importância de um novo pacto entre Deus e seu povo.
    • Atribuições: Advertências sobre o exílio, nova aliança.
  2. Lamentações (associado a Jeremias)
    • Atribuição principal: Este livro expressa o lamento profundo pela destruição de Jerusalém e do templo. É um clamor pelo sofrimento que resultou da desobediência do povo de Judá.
    • Atribuições: Lamento pela destruição de Jerusalém.
  3. Ezequiel
    • Atribuição principal: Ezequiel foi um profeta exilado na Babilônia que falou tanto sobre o julgamento de Deus quanto sobre a futura restauração de Israel. Ele teve várias visões poderosas, como a visão dos “ossos secos”, que simboliza a ressurreição espiritual de Israel.
  4. Daniel
    • Atribuição principal: Daniel, que viveu durante o cativeiro na Babilônia, é conhecido tanto por suas histórias pessoais de fidelidade (como na cova dos leões) quanto por suas visões apocalípticas, que incluem o destino dos reinos terrenos e a chegada do Reino de Deus.
    • Atribuições: Narrativas e visões apocalípticas, soberania de Deus.

Profetas Menores

Os 12 Profetas Menores deixaram suas mensagens registradas em livros e nós tomaremos como ponto de referência o cativeiro babilônico. Os profetas que atuaram antes do Cativeiro foram: Oseías, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Isaías, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias e Jeremias. Os profetas que atuaram durante o cativeiro foram: Jeremias, Ezequiel e Daniel. E os profetas que atuaram após o Cativeiro foram: Ageu, Zacarias e Malaquias. Os profetas menores são chamados de Menores, não é por causa de sua importância e sim por seu

tamanho, e a este respeito estão em contraste com os Profetas Maiores.

Os profetas menores são assim chamados porque seus livros são mais curtos. Suas mensagens também variam entre advertências, julgamento e esperança de restauração. Os doze profetas menores são:

  1. Oséias
    • Atribuições: Justiça social, corrupção.
    • Atribuição principal: Oséias usou sua própria experiência de casamento com uma mulher infiel como uma alegoria da infidelidade de Israel em relação a Deus. Ele profetizou sobre o julgamento que viria, mas também sobre o amor duradouro de Deus e a promessa de restauração.
    • Profetizou no Reino do Norte de Israel. Sua principal mensagem foi sobre a infidelidade de Israel a Deus, comparando-a à infidelidade conjugal.
  2. Joel
    • Atribuições: Dia do Senhor, arrependimento.
    • Atribuição principal: Joel falou sobre o “dia do Senhor”, advertindo sobre uma praga de gafanhotos que devastaria a terra, mas também prometeu a futura derramação do Espírito de Deus sobre toda a humanidade.
    • Conhecido como o profeta do “Dia do Senhor”, ele alertou sobre um futuro julgamento divino e chamou o povo ao arrependimento.
  3. Amós
    • Atribuições: Justiça social, corrupção.
    • Atribuição principal: Um profeta pastor, Amós denunciou a injustiça social e a corrupção entre os ricos de Israel, proclamando que o julgamento viria para aqueles que exploravam os pobres e violavam a justiça de Deus.
    • Profetizou contra a injustiça social e a corrupção no Reino do Norte, destacando a necessidade de justiça e retidão.
    •  
  4. Obadias
    • Atribuições: Profecia contra Edom.
    • Atribuição principal: O livro de Obadias é o mais curto do Antigo Testamento e fala sobre o julgamento de Edom, nação vizinha de Israel, por causa de sua crueldade e traição durante a queda de Jerusalém.
    • É uma profecia contra Edom, destacando a vingança de Deus contra os inimigos do Reino do Norte.
  5. Jonas
    • Atribuições: Arrependimento de Nínive.
    • Atribuição principal: Jonas é conhecido principalmente por sua relutância em obedecer ao chamado de Deus para pregar arrependimento à cidade de Nínive, capital do império assírio. Sua história mostra o alcance da misericórdia de Deus até para os inimigos de Israel.
    • Pregou o arrependimento aos ninivitas, que se arrependeram e foram poupados da destruição.
  6. Miqueias
    • Atribuições: Idolatria, injustiça, restauração.
    • Atribuição principal: Miqueias denunciou tanto a corrupção moral quanto a injustiça social de Judá e Israel. Ele também previu o nascimento do Messias em Belém e a restauração futura.
    • Profetizou contra a idolatria e a injustiça em Judá, prevendo a queda de Samaria e Jerusalém, mas também falando da restauração futura.
  7. Naum
    • Atribuições: Queda de Nínive.
    • Atribuição principal: Naum proclamou a queda iminente de Nínive, capital da Assíria, por causa de sua violência e crueldade. Sua mensagem oferece consolo a Judá, prometendo a libertação dos opressores.
    • Predisse a queda de Nínive, a capital da Assíria, como um ato de justiça divina.
  8. Habacuque
    • Atribuições: Problema do mal, justiça divina.
    • Atribuição principal: Habacuque questionou a Deus sobre o problema do mal e por que Ele permitia a opressão dos justos. A resposta de Deus revelou que o julgamento viria, mas enfatizou a fé em Deus como a chave para enfrentar tempos difíceis.
    • Questionou Deus sobre o problema do mal e a prosperidade dos ímpios, recebendo respostas sobre a soberania e justiça divina.
  9. Sofonias
    • Atribuição principal: Sofonias advertiu sobre o “dia do Senhor”, que traria juízo sobre Judá e outras nações, mas também ofereceu esperança de uma purificação e restauração final.
    • Atribuições: Dia do Senhor, esperança para os remanescentes.
  10. Ageu
  11. Atribuição principal: Ageu exortou o povo que havia retornado do exílio a reconstruir o templo de Jerusalém e priorizar as coisas de Deus. Ele também anunciou a vinda de tempos gloriosos para o povo de Deus.
  12. Atribuições: Reconstrução do Templo.
  13. Zacarias
  14. Atribuição principal: Zacarias encorajou a reconstrução do templo e ofereceu visões apocalípticas e messiânicas, apontando para o futuro governo de Deus sobre toda a terra.
  15. Atribuições: Visões de esperança, restauração.
  16. Malaquias
  17. Atribuição principal: O último dos profetas menores, Malaquias, chamou o povo de volta à fidelidade a Deus, denunciando a corrupção dos sacerdotes e a infidelidade do povo. Ele também anunciou a vinda de um mensageiro que prepararia o caminho para o Senhor.
  18. Atribuições: Corrupção do sacerdócio, vinda do mensageiro.

Esses profetas, com suas mensagens e visões, continuam a inspirar e ensinar lições valiosas sobre fé, justiça e a relação entre Deus e a humanidade.

Profestas Contexto Específicos

Além dos profetas maiores e dos profetas menores mais conhecidos, a Bíblia menciona outros profetas, alguns com papéis específicos e outros com poucas informações registradas. Aqui estão alguns deles:

Profetas do Antigo Testamento:

  • Hulda:
    • Uma profetisa que viveu durante o reinado de Josias em Judá (2 Reis 22:14-20).
    • Josias a consultou para interpretar um livro da lei recém-descoberto, e Hulda confirmou a autenticidade do livro e profetizou o julgamento iminente sobre Judá, mas também uma medida de misericórdia para Josias.
    • Sua história destaca o papel das mulheres como profetisas e a importância da palavra de Deus na vida do rei.
  • Natã:
    • Um profeta que viveu durante o reinado de Davi (2 Samuel 7, 12).
    • Ele desempenhou um papel importante ao confrontar Davi com seu pecado de adultério com Bate-Seba e o assassinato de Urias.
    • Natã também transmitiu a promessa de Deus a Davi sobre a continuidade de sua dinastia.
  • Gade:
    • Um profeta que também viveu durante o reinado de Davi (1 Samuel 22:5, 2 Samuel 24:11-19).
    • Ele serviu como conselheiro de Davi e o informou sobre as consequências de suas ações, como o censo que Davi realizou.
    • Gade também ajudou a organizar a música no templo.
  • Azarias:
    • Um profeta que incentivou o rei Asa de Judá a buscar a Deus e a remover a idolatria (2 Crônicas 15).
    • Sua mensagem enfatizava a importância da fidelidade a Deus e as bênçãos que resultam da obediência.
  • Hanani:
    • Pai do profeta Jeú, Hanani confrontou o rei Asa de Judá por confiar no rei da Síria em vez de confiar em Deus (2 Crônicas 16:7-10).
    • Sua mensagem destaca a importância da confiança em Deus em tempos de dificuldade.
  • Jeú:
    • Filho de Hanani, Jeú confrontou o rei Baasa de Israel e o rei Josafá de Judá por suas ações (1 Reis 16:1-7, 2 Crônicas 19:2-3).
    • Sua mensagem enfatizava a importância da justiça e da fidelidade a Deus.
  • Ido:
    • Mencionado em 2 Crônicas, Ido é identificado como um profeta e genealogista.
    • Suas profecias e registros históricos contribuíram para a preservação da história de Judá.
    • Ele representa o papel dos profetas como historiadores e preservadores da tradição.
  • Semaias:
    • Profeta durante o reinado de Roboão (1 Reis 12:22-24, 2 Crônicas 12:5-8).
    • Ele transmitiu mensagens de Deus que impediram uma guerra civil entre Judá e Israel.
    • Semaias destaca o papel dos profetas como mediadores da paz e instrumentos da vontade divina em situações políticas.
  • Aías de Siló:
    • Profeta que viveu durante o reinado de Salomão e Jeroboão (1 Reis 11:29-39, 14:6-16).
    • Ele profetizou a divisão do reino de Israel e a ascensão de Jeroboão como rei do Reino do Norte.
    • Aías exemplifica o papel dos profetas como anunciadores de eventos futuros e intérpretes da vontade de Deus em relação aos líderes.
  • Odede:
    • Mencionado em 2 Crônicas 28:9-11, Odede incentivou o rei Peca de Israel a mostrar misericórdia para com os cativos de Judá.
    • Sua mensagem destaca a importância da compaixão e da justiça, mesmo em tempos de guerra.
    • representa a voz da misericórdia dentro do contexto de guerra.

Observações:

  • As informações sobre esses profetas são limitadas, mas suas histórias nos mostram que Deus usou uma variedade de pessoas para transmitir sua mensagem.
  • Muitos profetas atuaram como conselheiros de reis, denunciando o pecado e incentivando a obediência a Deus.
  • A atividade profética não se limitava aos profetas maiores ou menores, mas era uma parte importante da vida religiosa em Israel.

Características Gerais dos Profetas Menos Destacados:

Mensageiros em Momentos Cruciais:

Muitos desses profetas surgiram em momentos de crise política, religiosa ou social, transmitindo mensagens específicas para situações particulares.

Conselheiros e Advertidores:

Eles frequentemente serviam como conselheiros de reis e líderes, oferecendo orientação divina e advertindo sobre as consequências de suas ações.

Preservadores da Tradição:

Alguns profetas, como Ido, desempenharam um papel importante na preservação da história e da tradição de Israel.

Vozes de Misericórdia e Justiça:

Mesmo em meio a mensagens de julgamento, muitos profetas também proclamavam a misericórdia de Deus e a importância da justiça social.

Ao explorar a vida e as mensagens desses profetas menos destacados, obtemos uma compreensão mais rica e completa da atividade profética na Bíblia. Eles nos mostram que Deus usou uma variedade de pessoas e meios para comunicar sua vontade e guiar seu povo.

Profetas citados no Novo Testamento

É importante notar que a forma como os profetas do Antigo Testamento são referenciados no Novo Testamento varia. Alguns são citados diretamente, enquanto outros são aludidos ou suas profecias são cumpridas em eventos narrados no Novo Testamento. Aqui está uma visão geral de como alguns dos profetas mencionados anteriormente se conectam ao Novo Testamento:

Profetas com Citações Diretas ou Cumprimento de Profecias:

  • Miquéias:
    • Miquéias 5:2, que profetiza o nascimento do Messias em Belém, é citado em Mateus 2:5-6, quando os principais sacerdotes e escribas confirmam a Herodes o local de nascimento do Messias.
  • Oséias:
    • Oséias 11:1, que fala sobre o chamado de Deus ao seu filho fora do Egito, é citado em Mateus 2:15, referindo-se ao retorno de Jesus do Egito após a morte de Herodes.
  • Joel:
    • Joel 2:28-32, que profetiza o derramamento do Espírito Santo, é citado por Pedro em Atos 2:16-21, no dia de Pentecostes, explicando o fenômeno do falar em línguas.
  • Jonas:
    • Jesus se refere ao sinal de Jonas em Mateus 12:39-41 e Lucas 11:29-32, comparando os três dias que Jonas passou no ventre do grande peixe com os três dias que ele passaria na sepultura.

Outros Profetas e o Contexto do Novo Testamento:

  • Embora profetas como Hulda, Natã, Gade, Azarias, Hanani, Jeú, Ido, Semaias, Aías de Siló e Odede não sejam citados diretamente no Novo Testamento, suas mensagens e ações se encaixam no contexto geral da história da salvação que culmina em Jesus Cristo.
  • O Novo Testamento reconhece a autoridade dos profetas do Antigo Testamento como porta-vozes de Deus, e suas profecias são vistas como preparatórias para a vinda do Messias.
  • A mensagem dos profetas sobre arrependimento, justiça, misericórdia e esperança messiânica é central para o evangelho de Jesus Cristo.

Em resumo o Novo Testamento reconhece a autoridade e a importância dos profetas do Antigo Testamento. Algumas profecias específicas são citadas diretamente, enquanto outras são aludidas ou cumpridas em eventos narrados no Novo Testamento. A mensagem geral dos profetas, que aponta para a vinda do Messias e o estabelecimento do Reino de Deus, é central para o evangelho.

3 — A Atualidade da Mensagem dos Profetas Menores

Viveram em um período de tempo que vai do oitavo ao quinto século A.C., tendo sido alguns deles contemporâneos. O período abrangeu o domínio de três potências mundiais: Assíria, Babilônia e Pérsia. Entretanto, a mensagem anunciada por cada um deles é ainda atual e pungente para os nossos dias, pois traz princípios e advertências voltados para questões sociais, políticas, familiares e espirituais que se aplicam à realidade de cristãos de todas as épocas, além de conterem muitas profecias relativas ao Messias que viria, que já se cumpriram na pessoa de Jesus Cristo, e são atestadas nos Evangelhos. Essa estrutura atual que temos em nossas Bíblias vem da Bíblia Hebraica e, posteriormente, da Vulgata Latina. A Septuaginta (versão grega do Antigo Testamento) apresenta nos seis primeiros livros uma disposição diferente da Hebraica, dispondo-os assim: Oséias, Amós, Miquéias, Joel, Obadias e Jonas. A expressão “Profetas Menores” é de origem cristã, pelo volume do texto ser menor em comparação aos de Isaías, Jeremias e Ezequiel, conforme explica Agostinho de Hipona (345- 430 D.C.), em sua obra ”A cidade de Deus”. Na literatura judaica, essa coleção é classificada como ”Os Doze” ou ”Os Doze Profetas”. Essa informação é confirmada desde o ano 132 A.C., quando da produção do livro apócrifo de Eclesiástico (49:10), escrito por Jesus ben Sirac, no 2º século A.C.; este livro mostra que eles eram bastante estimados no judaísmo. Por isso citamos como registro histórico, e não obviamente, obviamente, como obra inspirada. É também corroborada pelo Talmude (antiga literatura religiosa dos judeus) e ratificada pela obra Contra Apion do historiador judeu Flávio Josefo (37-100 D.C.). Na Bíblia hebraica, eles estão contidos em um só volume e foram provavelmente agrupados dessa forma por volta de 425 A.C., por Esdras e a chamada Grande Sinagoga, um grupo formado por 120 doutores da Lei.

O autor da carta aos Hebreus inicia afirmando que Deus falou no passado por meio dos profetas (Hb 1:1). A mensagem destes ainda tem relevância para os nossos dias, posto que Paulo diz que “tudo o que foi escrito no passado, foi escrito para nos ensinar” (Rm 15:4, NVI).

Em outra carta, referindo-se ao Antigo Testamento, ele diz que “toda a Escritura é inspirada por Deus” (2Tm 3:16), servindo para a nossa edificação espiritual, ou seja, ela “é útil para nos ensinar o que é verdadeiro, e para nos fazer compreender o que está errado em nossa vida; ela nos endireita e nos ajuda a fazer o que é correto” (2Tm 3:16-17, BV). Os evangelistas e o Senhor Jesus afirmam o cumprimento das Escrituras dos profetas (Mt 26:56; Lc 24:47; Jo 1:45). Jesus ressaltou que toda a mensagem da Lei e dos Profetas é cumprida em sua regra áurea (Mt 7:12). Tiago e Paulo frisaram que a mensagem dos profetas de Israel é essencialmente a mesma da Igreja (At 15:15-17; 26:22,23). A mensagem dos profetas do Antigo Testamento é de máxima importância para a vida espiritual do cristão, pois apresenta a revelação a respeito de Deus, da salvação e da vinda do Messias.5 A mensagem dos profetas não era apenas preditiva. Esses homens de Deus eram, sobretudo, pregadores morais e éticos, vigias, sentinelas levantados pelo Senhor para despertar e exortar suas respectivas gerações. Durante as dominações assíria, babilônica e persa, Deus levantou esses homens para ora conclamar o povo de Israel ao arrependimento, ora reanimá-los; e, em suas exortações proféticas, eles denunciaram e combateram contundentemente a corrupção, o abuso de autoridade, a injustiça social, a idolatria e o arrefecimento espiritual e a frouxidão moral do povo, o que atesta a atualidade premente dessas exortações para os nossos dias, ou melhor, para todas as épocas.6 Importa destacar que o conhecimento das condições socioeconômicas, políticas e religiosas da época dos profetas são indispensáveis à compreensão da mensagem profética. Quando as referidas condições se assemelham às nossas, não obstante a passagem dos séculos, então os profetas de ontem falam hoje, e o Antigo Testamento se atualiza de uma maneira notável e também proveitosa.7 Interessante notar que os nomes dos profetas, dados como títulos dos seus livros, coincidem com a mensagem central que eles pregavam. Há, realmente, uma coincidência muito grande entre o significado dos nomes dos profetas e a mensagem anunciada por eles. Sua mensagem já está, em boa parte, no sentido dos seus nomes.

OS PROFETAS MENORES E O MESSIAS

Os escritos dos Profetas Menores também são notabilizados por suas mensagens messiânicas e escatológicas, de maneira que eles concluem o Antigo Testamento com um clima de esperança e expectativa em relação à vinda do Messias e trazendo vislumbres do seu reinado milenar sobre a Terra. São, portanto, uma excelente porta de entrada para os livros neotestamentários. Esses homens foram escolhidos por Deus para cumprir uma missão: conduzir o povo à presença e à vontade de Deus. Suas mensagens enfatizavam a natureza de Deus, o pecado e o arrependimento, a predição e a esperança messiânica. Os temas abordados por eles têm relação com o Dia do Senhor e com os atributos de Deus. Suas mensagens eram dirigidas ao povo de Israel e Judá. Contudo, notamos que essas mensagens são ainda para os nossos dias. Muitas são as profecias relativas ao Messias que aparecem nas páginas dos Profetas Menores. Senão, vejamos.

No livro de Oséias, lemos que o Messias seria o Filho de Deus e seria chamado do Egito (Os 11:1; c/c Mt 2:13-15), e venceria a morte (Os 13:14; c/c 1Co 15:55-57). Em Joel, foi predito que o Messias ofereceria a salvação para todos (JI 2:32; c/c Rm 10:12,13). Em Amós, é anunciado que Deus faria com que o céu escurecesse ao meio-dia, como ocorreu na morte do Messias (Am 8:9; c/c Mt 27:45,46). Em Miquéias, é predito que o Messias nasceria em Belém (Mq 5:2; c/c Mt 2:1,2), que seria o Servo de Deus (Mq 5:2; c/c Jo 15:10) e que veio da eternidade (Mq 5:2; c/c Ap 1:8). Em Ageu, é predito que o Messias visitaria o segundo Templo (Ag 2:6-9; c/c Lc 2:27-32) e que seria descendente do governador Zorobabel (Ag 2:23; c/c Lc 3:23-27).

Em Zacarias, o Messias seria Deus encarnado e habitaria entre o seu povo (Zc 2:10,11; c/c Jo 1:14), seria enviado por Deus (Zc 2:10,11; c/c Jo 8:18,19), seria o descendente do governador Zorobabel (Zc 3:8; c/c Lc 3:23-27), seria chamado de o Servo de Deus (Zc 3:8; c/c Jo 17:4), seria sacerdote e rei (Zc 6:12,13; c/c Hb 8:1), recebido com alegria em Jerusalém (Zc 9:9; c/c Mt 21:8-10), visto como Rei (Zc 9:9; c /c Jo 12:12,13), justo (Zc 9:9; c/c Jo 5:30), traria a salvação (Zc 9:9; c/c Lc 19:10), seria humilde (Zc 9:9; c/c Mt 11:29), apresentado a Jerusalém montado num jumento (Zc 9:9; c/c Mt 21:6- 9), seria a pedra de esquina (Zc 10:4; c/c Ef 2:20), seria rejeitado por Israel (Zc 11:10; c/c Lc 19:41-44), traído e trocado por 30 moedas de prata (Zc 11:12; c/c Mt 26:14,15), as 30 moedas de prata seriam lançadas na Casa do Senhor (Zc 11:13; c/c Mt 27:3-5) e usadas para comprar o campo do oleiro (Zc 11:13; c/c Mt 27:6,7), o corpo do Messias seria transpassado (Zc 12:10; c/c Jo 19:34), ele seria um com Deus (Zc 13:7; c/c Jo 14:9) e seus discípulos se dispersariam (Zc 13:7; c/c Mt 26:31-56). Em Malaquias, é anunciado que um mensageiro prepararia o caminho para o Messias (Ml 3:1; c/c Mt 11:10), que o Messias apareceria subitamente no Templo (Ml 3:1; c/c Mc 11:15,16), que seria o mensageiro da Nova Aliança (Ml 3:1; c/c Lc 4:43), que o precursor do Messias viria no espírito de Elias (Ml 4:5; c/c Mt 3:1,2) e que esse precursor converteria muitos à justiça (Ml 4:6; c/c Lc 1:16,17).

DIVISÃO DOS LIVROS

Os Profetas Menores podem ser divididos em três grupos, no âmbito do período histórico: profetas de Israel; profetas de Judá e profetas pós-exílicos de Judá. Também podem ser divididos em pré-exílicos (antes do exílio babilônico) e pós-exílicos (depois do exílio babilônico). Os profetas pré-exílicos são Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque e Sofonias. Os profetas pós-exílicos são Ageu, Zacarias e Malaquias. Muitos deles foram contemporâneos e algumas profecias foram proferidas ao mesmo tempo. Outra forma de organizar esses livros é observando para o público que se dirigiam. Assim, podemos dividi-los em livros com mensagens direcionadas ao Reino de Judá (Joel, Miquéias, Habacuque e Sofonias), livros com mensagens específicas para o Reino de Israel (Amós e Oséias), livros com mensagens para as nações (Jonas, Naum e Obadias) e livros com mensagens dirigidas aos judeus remanescentes do período pós-exílio (Ageu, Zacarias e Malaquias). Os profetas do Reino de Israel profetizaram no oitavo século; os de Judá no oitavo e sétimo séculos; e os pós-exílicos no sexto e quinto séculos.

CONCLUSÃO

Os profetas, inspirados por Deus, olharam para   o futuro, mas também para os seus próprios dias. Eles denunciaram os pecados do povo quando este se desviava dos caminhos do Senhor. Os profetas nos mostram que o povo de Israel (e nós também) precisava se arrepender de seus pecados, para finalmente, serem aceitos por Deus. Portanto, estudar os profetas menores é um dever dos cristãos que desejam ter sua vida alinhada com a vontade de Deus no que tange a vida pessoal e práticas diárias. Nas próximas lições, será apresentado um estudo panorâmico de cada um dos doze livros citados, examinando o contexto histórico de cada profeta, o propósito de suas mensagens e a aplicação delas para os nossos dias e para a nossa vida. Esperamos que esta série de estudo abençoe a sua vida de forma especial e desperte-o a aprofundar-se ainda mais no estudo dos Profetas Menores.

4 —   Trajetória dos Homens de Deus

A Voz Profética em Tempos de Incerteza: Antes da Monarquia em Israel

No período anterior à monarquia em Israel, a atividade profética desempenhou um papel crucial na comunicação entre Deus e seu povo. Em tempos de provação, quando as nações vizinhas afligiam Israel, a voz dos profetas ecoava como um chamado à fidelidade e ao arrependimento.

Assim como narrado no livro de Juízes, a opressão dos midianitas e amalequitas levou os israelitas a clamar por libertação. Em resposta, Deus enviou mensageiros para lembrar o povo de suas promessas e de sua soberania. Um profeta anônimo, em particular, confrontou Israel com sua desobediência, recordando-lhes a obra redentora de Deus no passado e a necessidade de servi-lo exclusivamente.

A mensagem profética não se limitava à denúncia do pecado, mas também apontava para a esperança da redenção. O Anjo do Senhor apareceu a Gideão, confirmando a fidelidade de Deus ao pacto e anunciando a vinda de um libertador messiânico. Essa esperança messiânica permeava as palavras dos profetas, mesmo em meio à crise.

A figura de Eli e seus filhos revela a importância do sacerdócio como um ofício messiânico. A falha de Eli em cumprir seu papel não impediu o propósito de Deus, que levantaria um sacerdote fiel. A mensagem de Samuel, o grande profeta, ecoou com a promessa de um Sumo Sacerdote vindouro.

Samuel, como profeta, desempenhou um papel fundamental na transição para a monarquia. Ele relembrou Israel de seus privilégios como povo escolhido, mas também os advertiu das consequências da desobediência. Sua unção de Davi como rei apontava para o cumprimento das promessas messiânicas e para o estabelecimento de um reino justo.

O pacto mostrava a necessidade de um sacerdócio fiel (1 Samuel 2:35). A mensagem de um grande profeta, Samuel, trouxe a notícia da vinda do Sumo Sacerdote. Israel foi novamente lembrado de sua grande honra como povo de privilégios e advertido sobre as consequências da desobediência (1 Samuel 8:6-20; 13:13-14).

Em resumo, a atividade profética antes da monarquia em Israel caracterizou-se por:

  • Confrontação com o pecado: Os profetas denunciavam a desobediência do povo e o chamavam ao arrependimento.
  • Relembrança das promessas: Eles recordavam a obra redentora de Deus no passado e a fidelidade ao pacto.
  • Anúncio da esperança messiânica: Apontavam para a vinda de um libertador que traria redenção e justiça.
  • Orientação em tempos de crise: Sua voz servia como guia e direção em meio às provações.
  • Transição para a monarquia: Profetas como Samuel desempenharam um papel crucial na escolha e unção dos reis.

A voz profética, portanto, foi essencial para manter a chama da fé acesa em Israel, preparando o caminho para o cumprimento das promessas de Deus.

A Voz Divina em Meio aos Reis: A Atividade Profética Durante a Monarquia em Israel

O período da monarquia em Israel, marcado pela ascensão de reis humanos, não silenciou a voz dos profetas. Pelo contrário, a atividade profética floresceu, desempenhando um papel crucial na orientação do povo e dos reis, na denúncia da injustiça e na proclamação da esperança messiânica. Os profetas, como porta-vozes de Deus, confrontaram os reis com suas falhas, lembraram o povo do pacto com Deus e anunciaram o futuro reino do Messias.

A Transição e os Primeiros Profetas:

A transição da teocracia para a monarquia foi marcada pela figura de Samuel, o último dos juízes e o primeiro dos profetas da monarquia. Samuel ungiu Saul como o primeiro rei de Israel, mas também o confrontou com sua desobediência, anunciando a escolha de Davi como seu sucessor. A unção de Davi por Samuel (1Sm 16.1, 12, 13) foi um marco crucial, estabelecendo a linhagem real da qual o Messias viria.

Profetas em Tempos de Divisão e Crise:

Após a morte de Salomão, o reino de Israel se dividiu em dois: o Reino do Norte (Israel) e o Reino do Sul (Judá). Nesse período de instabilidade política e espiritual, os profetas desempenharam um papel fundamental na preservação da fé e na denúncia da idolatria e da injustiça.

  • Elias: Um dos profetas mais proeminentes do Reino do Norte, Elias confrontou o rei Acabe e a rainha Jezabel, denunciando a idolatria e defendendo o culto ao Deus único. Sua batalha contra os profetas de Baal no Monte Carmelo (1Rs 18) é um exemplo poderoso de sua coragem e fidelidade.
  • Eliseu: Sucessor de Elias, Eliseu continuou o ministério profético no Reino do Norte, realizando milagres e aconselhando os reis. Seus atos de cura e provisão demonstram o poder e a misericórdia de Deus.
  • Amós e Oséias: Profetas do Reino do Norte, Amós e Oséias denunciaram a injustiça social, a opressão dos pobres e a idolatria. Amós, um pastor de ovelhas, proclamou mensagens de julgamento contra as nações vizinhas e contra Israel por seus pecados. Oséias, por sua vez, usou sua própria experiência matrimonial para ilustrar a infidelidade de Israel a Deus, mas também anunciou a esperança da restauração.
  •  

Profetas em Judá: Advertência e Esperança:

No Reino do Sul (Judá), os profetas também desempenharam um papel crucial na orientação dos reis e do povo.

  • Isaías: Um dos maiores profetas de Judá, Isaías profetizou durante os reinados de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias. Ele anunciou o nascimento do Messias, o “Príncipe da Paz” (Is 9.6), e proclamou mensagens de esperança e restauração para Judá e para as nações.
  • Jeremias: Profeta durante os reinados de Josias, Jeoacaz, Jeoaquim e Zedequias, Jeremias testemunhou a queda de Jerusalém e o exílio de Judá para a Babilônia. Ele advertiu o povo sobre a iminente destruição, mas também anunciou a promessa de um novo pacto (Jr 31.31-34) e a restauração de Israel.
  • Miquéias: Contemporâneo de Isaías, Miquéias denunciou a corrupção e a injustiça em Judá, anunciando o julgamento de Deus. Ele também profetizou sobre o nascimento do Messias em Belém (Mq 5.2).

O Legado dos Profetas:

A atividade profética durante a monarquia em Israel deixou um legado duradouro. Os profetas não apenas confrontaram os reis e o povo com seus pecados, mas também preservaram a esperança messiânica, apontando para o futuro reino de justiça e paz que seria estabelecido pelo Messias. Suas mensagens de arrependimento, esperança e justiça continuam a ressoar até hoje, desafiando-nos a viver de acordo com os princípios do Reino de Deus.

5 — Mulheres profetisas

O status de nabi era naturalmente percebido e concedido ao gênero feminino nos textos do Primeiro Testamento. Hulda (2 Rs 22: 14-20), esposa de um funcionário real em Jerusalém, é uma profetisa importante para a narrativa deuteronomista (RÖMER, 2008, p. 56-57). O texto não revela se Hulda também era funcionária do Palácio Real, apenas que seu marido era “guarda das vestiduras”. De qualquer forma, isto seria verossímil, já que mulheres eram encontradas em várias funções no serviço ao rei (BACHMANN, 2013, p. 104-106).

Outra menção a uma mulher profetisa, mais significativa, é a de Débora (Jz 4 e 5), não apenas pela narrativa mais detalhada, mas também pelo seu papel como líder, inclusive no campo de batalha. Segundo os textos, ela atuou ao lado de um comandante chamado Baraque, sendo consultada numa região onde havia uma palmeira que recebeu seu nome em homenagem (Jz 4.4-9). Devemos salientar, contudo, que narrativa dos Juízes – na qual Débora é descrita – em sua estrutura cíclica é construção posterior a partir de relatos lendários sobre heróis do reino do Norte (RÖMER, 2008, p. 94; 137). Neste sentido, o fato da memória de uma heroína profetisa ser preservada expressa que mulheres no papel de vaticinadoras carismáticas não eram algo estranho aos hebreus (SMITH, 2006, p. 48-51).

Além disso, práticas mágicas também estavam presentes entre algumas profetisas do período monárquico. O livro de Ezequiel expressa dura crítica aos encantamentos utilizados por elas, nos quais faziam travesseiros e véus para “caçar” e “prender” almas em troca de pagamento (Ez. 13: 17-21). Eliade (1992, p. 108) classifica este tipo de prática como “magia dos nós”, onde se tecem laços mágicos capazes de controlar o bem ou o mal sobre alguém. A polêmica contra aquelas profetisas-feiticeiras demonstra, assim, que a magia dos véus e travesseiros era comum e conhecida.

Observa-se desta forma que, apesar dos poucos dados oferecidos pelas Escrituras, parece claro, pelos relatos de Hulda, Débora e das profetisas “encantadoras”, que o carisma profético era encontrado e aceito também entre as mulheres na sociedade do Israel antigo, pelo menos até o fim do período monárquico. O título de profetisa é atribuído a estas personagens sem nenhuma inibição (LIMA, 2012, p. 60-61), e a mesma naturalidade é percebida quando Isaias refere-se a uma delas (Is 8:3). A crítica do livro de Ezequiel também não se direciona ao fato de mulheres serem profetisas, mas por profetizarem “de seu coração” – ou seja, não eram as palavras da divindade, mas delas mesmas – e para as práticas de um nocivo feitiço de aprisionamento de almas.

Contudo, infelizmente não é possível saber, a partir da narrativa bíblica, como as profetisas se organizavam em torno de seu carisma, se é que o faziam. Mercedes García Bachmann argumenta a favor da participação feminina nas guildas de profetas – que abordaremos mais adiante -, baseada nos relatos das esposas daqueles personagens (2Rs. 2), e até mesmo de guildas exclusivas de mulheres profetisas, devido ao relato de Ezequiel 13 (BACHMANN, 2013, p. 171-174). Entretanto, estas afirmações carecem de bases mais firmes de sustentação, posto que os textos não deixam claro nenhum tipo de organização específica acerca destas mulheres.

Mulheres profetisas mencionadas tanto no Velho quanto no Novo Testamento:

Velho Testamento

  • Miriam– Irmã de Moisés e Arão, descrita como profetisa em Êxodo 15:20

Após a travessia do Mar Vermelho, liderou as mulheres em cânticos e danças, demonstrando seu dom profético.

Sua liderança e papel profético são reconhecidos na tradição judaica.

  • Débora – Uma juíza e profetisa que liderou Israel, mencionada em Juízes 4 e 5.

Inspirou e liderou Baraque na vitória contra o exército cananeu.

Seu cântico em Juízes 5 é uma expressão poética de sua profecia e liderança.

  • Hulda – Profetisa consultada pelo rei Josias, mencionada em 2 Reis 22:14-20 e 2 Crônicas 34:22-28.

Interpretou um livro da lei recém-descoberto e anunciou o julgamento iminente sobre Judá.

Sua autoridade profética foi reconhecida pelo rei e pelos sacerdotes.

  • Noada – Mencionada em Neemias 6:14 como uma profetisa que tentou intimidar Neemias.

Novo Testamento

  • Ana – Profetisa idosa que estava presente no templo quando Jesus foi apresentado, mencionada em Lucas 2:36-38.

Reconheceu Jesus como o Messias quando ele foi apresentado no templo.

Sua profecia e testemunho confirmaram a identidade de Jesus.

  • As filhas de Filipe – Quatro filhas virgens do evangelista Filipe que profetizavam, mencionadas em Atos 21:8-9.

Tinham o dom da profecia.

Demonstra que o dom profético estava presente na igreja primitiva, abrangendo homens e mulheres

Essas mulheres desempenharam papéis significativos na história bíblica, sendo mensageiras e líderes espirituais em suas épocas. Se precisar de mais alguma informação ou tiver outra pergunta, estou aqui para ajudar!

6.  A Natureza da Profecia

A profecia, uma das manifestações mais intrigantes da comunicação divina, permeia as Escrituras Sagradas, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Este capítulo inicial busca desvendar a natureza multifacetada da profecia, explorando sua origem, seus tipos, o papel dos profetas e os critérios para discernir a autenticidade profética.

1. Definição e Origem da Profecia

A profecia, no contexto bíblico, transcende a mera predição do futuro; ela é a expressão da comunicação direta de Deus com a humanidade. Derivada do grego “propheteia”, que significa “falar em nome de outro”, a profecia bíblica revela a origem divina dessa comunicação. Deus, em sua soberania, escolhe indivíduos, os profetas, para transmitir suas mensagens, revelando seus planos, advertindo seu povo e oferecendo esperança. As Escrituras Sagradas ilustram a diversidade de maneiras pelas quais os profetas recebiam suas mensagens. Visões, como as de Daniel (Daniel 7), revelam a Deus mostrando imagens e símbolos que desvendam mistérios e revelam os planos divinos. Sonhos, como os de Jacó (Gênesis 28:12-15), servem como canais para a comunicação divina durante o sono, transmitindo mensagens e revelações importantes. Palavras audíveis, como a chamada de Samuel (1 Samuel 3:4-10), demonstram a comunicação direta de Deus com seus profetas, transmitindo instruções e mensagens específicas. A intuição, uma compreensão profunda e inexplicável da vontade de Deus, também se manifesta como um meio pelo qual os profetas percebem e comunicam as mensagens divinas. A profecia, portanto, é um dom multifacetado, com origem divina e manifestações diversas, que serve como um elo vital na comunicação entre Deus e a humanidade.

Os profetas recebiam suas mensagens de diversas maneiras:

  • Visões: Experiências sobrenaturais em que Deus mostrava imagens e símbolos (Daniel 7).
  • Sonhos: Comunicações divinas durante o sono (Gênesis 28:12-15).
  • Palavras audíveis: Deus falando diretamente aos profetas (1 Samuel 3:4-10).
  • Intuição: Uma compreensão profunda e inexplicável da vontade de Deus.

2. Tipos de Profecia

A profecia bíblica se manifesta de diversas formas, cada qual com um propósito específico no plano divino. As profecias messiânicas, por exemplo, ocupam um lugar central nas Escrituras, revelando antecipadamente a vinda do Messias, um descendente de Davi que traria salvação e restauração. Isaías 53, com sua descrição detalhada do Servo Sofredor, é um exemplo clássico de profecia messiânica, apontando para o sofrimento e a glória de Jesus Cristo.

Em contrapartida, as profecias de julgamento servem como advertências divinas contra o pecado e a injustiça. Amós 5, por exemplo, denuncia a opressão e a idolatria do povo de Israel, anunciando o juízo iminente de Deus. Essas profecias não apenas condenam o mal, mas também chamam ao arrependimento e à busca por justiça.

No entanto, a profecia bíblica não se limita à condenação. As profecias de restauração oferecem esperança e consolo em meio à adversidade, prometendo a restauração do relacionamento entre Deus e seu povo. Jeremias 31:31-34, com a promessa de uma nova aliança, é um exemplo poderoso de profecia de restauração, anunciando a vinda de um tempo em que Deus escreveria sua lei nos corações de seu povo.

Além disso, as profecias condicionais revelam que o cumprimento de certas promessas divinas depende da resposta do povo. Jonas 3:4-10, com a pregação de Jonas em Nínive, demonstra que o arrependimento genuíno pode levar ao perdão e à misericórdia de Deus.

Por fim, as profecias apocalípticas, encontradas em livros como Daniel e Apocalipse, revelam eventos futuros e o fim dos tempos, utilizando linguagem simbólica e imagens vívidas. Daniel 7, com suas visões de reinos e bestas, e Apocalipse, com suas descrições do céu e da terra, oferecem vislumbres do plano final de Deus para a criação.

Em suma, a profecia bíblica abrange uma rica tapeçaria de mensagens divinas, desde anúncios do Messias até advertências contra o pecado e promessas de restauração. Cada tipo de profecia desempenha um papel crucial na revelação do caráter de Deus e na comunicação de sua vontade para a humanidade.

A profecia bíblica abrange uma variedade de temas e propósitos, que podem ser classificados em:

  • Profecias Messiânicas: Revelações sobre a vinda do Messias, seu nascimento, ministério, sofrimento, morte e ressurreição (Isaías 53).
  • Profecias de Julgamento: Advertências sobre o juízo divino sobre o pecado e a injustiça (Amós 5).
  • Profecias de Restauração: Promessas de esperança, consolo e restauração para o povo de Deus (Jeremias 31:31-34).
  • Profecias Condicionais: Mensagens que dependiam da resposta do povo (Jonas 3:4-10).
  • Profecias Apocalipticas: Revelações sobre o fim dos tempos, usando linguagem simbólica (Daniel 7-12, Apocalipse).

3. O Papel do Profeta

O papel do profeta na sociedade bíblica era multifacetado, abrangendo funções cruciais na comunicação entre Deus e seu povo. Primordialmente, o profeta atuava como porta-voz de Deus, transmitindo mensagens divinas com fidelidade e autoridade. Em 1 Samuel 3:4-10, vemos Samuel respondendo ao chamado de Deus, tornando-se um instrumento para comunicar a vontade divina. Essa função de porta-voz exigia que o profeta falasse em nome de Deus, não apresentando suas próprias ideias, mas sim a palavra divina revelada.

Além disso, os profetas desempenhavam o papel de conselheiros, oferecendo orientação e sabedoria aos reis e líderes. Em 2 Samuel 12, Natã confronta o rei Davi com seu pecado, oferecendo conselho e repreensão em nome de Deus. Essa função de conselheiro exigia que o profeta tivesse discernimento e coragem para falar a verdade, mesmo diante de líderes poderosos.

Outra função crucial dos profetas era a de denunciadores do pecado. Eles confrontavam a injustiça e a idolatria, tanto no nível individual quanto social, chamando o povo ao arrependimento. Em Amós 5, o profeta denuncia a opressão dos pobres e a corrupção da sociedade, chamando o povo a buscar a justiça e a retidão. Essa função de denunciador exigia que o profeta tivesse coragem e integridade para confrontar o mal, mesmo quando isso lhe custasse perseguição.

Por fim, os profetas também atuavam como intercessores, buscando a misericórdia e o perdão de Deus em favor do povo. Em Êxodo 32:11-14, Moisés intercede diante de Deus, buscando impedir a destruição do povo de Israel. Essa função de intercessor exigia que o profeta tivesse compaixão e amor pelo povo, buscando a reconciliação entre Deus e a humanidade.

Em suma, o papel do profeta na Bíblia era multifacetado, abrangendo funções cruciais na comunicação entre Deus e seu povo. Eles eram porta-vozes, conselheiros, denunciadores e intercessores, desempenhando um papel vital na revelação da vontade divina e na busca pela justiça e pela reconciliação.

O profeta desempenhava um papel multifacetado na sociedade israelita:

  • Porta-voz de Deus: O profeta era o mensageiro de Deus, transmitindo suas palavras com fidelidade e autoridade.
  • Conselheiro: Os profetas ofereciam orientação e sabedoria aos reis e líderes, aconselhando-os sobre questões políticas, militares e espirituais.
  • Denunciador do pecado: Os profetas confrontavam o pecado e a injustiça, tanto no nível individual quanto social, chamando o povo ao arrependimento.
  • Intercessor: Os profetas intercediam diante de Deus em favor do povo, buscando misericórdia e perdão.

4. A Autenticidade Profética

A autenticidade profética é uma questão crucial na Bíblia, pois nem todas as mensagens que se autodenominam proféticas são genuínas. A Escritura Sagrada o7. ferece critérios para discernir entre um verdadeiro e um falso profeta, garantindo que o povo de Deus não seja enganado por mensagens falsas.

Um dos critérios fundamentais é a conformidade com as Escrituras. A mensagem do verdadeiro profeta deve estar em harmonia com a revelação anterior de Deus, encontrada na Lei e nos Profetas. Deuteronômio 13:1-5 adverte contra profetas que desviam o povo de Deus, mesmo que realizem sinais e maravilhas. A fidelidade à Palavra de Deus é, portanto, um teste essencial para a autenticidade profética.

Outro critério importante é o cumprimento das profecias. As profecias do verdadeiro profeta se cumprem, demonstrando que sua mensagem vem de Deus. Deuteronômio 18:21-22 estabelece que, se uma profecia não se cumprir, o profeta não foi enviado por Deus. No entanto, é importante notar que nem todas as profecias se referem a eventos imediatos, e algumas podem ter um cumprimento parcial ou progressivo.

Além disso, os frutos do profeta revelam seu caráter e sua origem. Mateus 7:15-20 adverte contra falsos profetas que vêm disfarçados de ovelhas, mas são lobos vorazes. Os frutos do Espírito, como amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio, devem ser evidentes na vida do verdadeiro profeta.

Por fim, o verdadeiro profeta sempre exalta a Deus e aponta para Jesus Cristo. 1 João 4:1-3 ensina que todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus. O foco da mensagem profética deve ser a glória de Deus e a revelação de Jesus Cristo como o Messias e Salvador.

Em suma, a autenticidade profética pode ser discernida através da conformidade com as Escrituras, do cumprimento das profecias, dos frutos do profeta e da exaltação de Deus. Ao aplicar esses critérios, podemos discernir a voz de Deus em meio às muitas vozes que clamam por atenção, garantindo que sigamos o caminho da verdade e da vida.

Nem todas as mensagens que se autodenominavam proféticas eram genuínas. A Bíblia oferece critérios para discernir entre um verdadeiro e um falso profeta:

  • Conformidade com as Escrituras: A mensagem do profeta deve estar em harmonia com a revelação anterior de Deus (Deuteronômio 13:1-5).
  • Cumprimento das Profecias: As profecias do verdadeiro profeta se cumprem (Deuteronômio 18:21-22).
  • Frutos do Profeta: A vida e o caráter do profeta devem refletir os frutos do Espírito (Mateus 7:15-20).
  • Exaltação de Deus: O verdadeiro profeta glorifica a Deus e aponta para Jesus Cristo (1 João 4:1-3).

A profecia é um dom precioso de Deus, que nos permite conhecer sua vontade e seus planos. Ao compreendermos a natureza da profecia, podemos discernir a voz de Deus em meio ao ruído do mundo e seguir seus caminhos com fidelidade.

O Falso profeta

A figura do falso profeta é uma constante ao longo da história bíblica, representando um desafio à fé e à integridade da comunidade. Esses indivíduos, movidos por ambições pessoais, desejos de poder ou simplesmente por engano, se apresentam como porta-vozes de Deus, mas suas mensagens divergem da verdade divina revelada nas Escrituras.

Características e Motivações:

  • Engano e Distorção:

O falso profeta manipula a Palavra de Deus, adaptando-a aos seus próprios interesses ou aos desejos do público.

Eles podem usar linguagem religiosa e símbolos para ganhar credibilidade, mas suas mensagens carecem de substância e verdade.

  • Interesses Pessoais:

Muitos falsos profetas são motivados por ganância, buscando fama, poder ou riquezas.

Suas profecias podem ser projetadas para agradar a líderes ou grupos influentes, garantindo seu próprio benefício.

  • Falta de Fidelidade:

A mensagem do falso profeta não se alinha com a revelação divina já estabelecida.

Eles podem promover ensinamentos contrários aos princípios bíblicos, desviando as pessoas do verdadeiro caminho.

Como Identificar um Falso Profeta:

  • Conformidade com as Escrituras:

A mensagem do profeta deve ser consistente com a Bíblia. Qualquer ensinamento que contradiga as Escrituras deve ser rejeitado.

  • Frutos do Espírito:

O caráter do profeta deve refletir os frutos do Espírito Santo: amor, alegria, paz, paciência, bondade, etc.

Falsos profetas frequentemente exibem características como arrogância, ganância e falta de compaixão.

  • Cumprimento das Profecias:

Embora nem todas as profecias se cumpram imediatamente, a Bíblia adverte que falsos profetas podem até realizar sinais e maravilhas para enganar.

Deuteronômio 18:22, diz: “Quando um profeta falar em nome do Senhor, e essa palavra não se cumprir, nem suceder assim, esta é palavra que o Senhor não falou; com soberba1 a falou o tal profeta; não tenhas temor2 dele.”

  • Exaltação de Jesus Cristo:

O verdadeiro profeta sempre aponta para Jesus Cristo como o Messias e Salvador.

Falsos profetas podem desviar a atenção de Cristo, promovendo a si mesmos ou a outros líderes.

A Advertência Bíblica:

  • A Bíblia contém inúmeras advertências sobre falsos profetas, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento.
  • Jesus Cristo alertou seus discípulos sobre a vinda de falsos profetas que enganariam muitos (Mateus 24:11).
  • O apóstolo João também advertiu sobre a necessidade de discernir entre os espíritos (1 João 4:1).

A vigilância e o discernimento são essenciais para proteger a fé da influência de falsos profetas. Ao conhecer as Escrituras e aplicar os critérios bíblicos, os crentes podem discernir a verdade do erro e permanecer firmes na fé.

7. A Tensão Sagrada – Interação entre Profetas e Reis

A história de Israel é marcada pela interação dinâmica e, por vezes, conflituosa entre profetas e reis. Os profetas, porta-vozes de Deus, confrontavam os reis com suas transgressões, oferecendo conselhos divinos e desafiando a autoridade terrena em nome do Reino Celestial. Este capítulo explora essa interação complexa, revelando como as mensagens proféticas moldaram os reinados e o destino da nação.

Confronto e Conselho: A Voz Divina Diante do Trono

A interação entre profetas e reis na Bíblia é um retrato vívido da tensão entre o poder terreno e a autoridade divina. Os profetas, como porta-vozes de Deus, não hesitavam em confrontar os reis, denunciando seus pecados e oferecendo conselhos divinos. Essa dinâmica revela a importância da voz profética na sociedade israelita, onde a justiça e a retidão eram fundamentais para o bem-estar da nação.

Confronto: A Coragem de Denunciar o Pecado

Os profetas não eram bajuladores ou aduladores. Eles eram chamados a falar a verdade, mesmo que isso lhes custasse a vida. O confronto de Natã com Davi (2 Samuel 12) é um exemplo marcante dessa coragem profética. Natã, ao confrontar Davi com seu pecado de adultério e assassinato, não se intimidou com o poder do rei. Ele usou uma parábola para revelar a gravidade do pecado de Davi, levando o rei ao arrependimento.

Outros exemplos de confronto profético incluem:

  • Elias e Acabe (1 Reis 18): Elias desafiou o rei idólatra Acabe e os profetas de Baal, demonstrando o poder do Deus verdadeiro.
  • Jeremias e os reis de Judá (Jeremias 37, 38): Jeremias advertiu os reis de Judá sobre a iminente destruição de Jerusalém, chamando-os ao arrependimento.

Esses confrontos demonstram que os profetas não se curvavam diante do poder terreno. Eles eram leais a Deus e à sua Palavra, e não hesitavam em denunciar o pecado, mesmo nos mais altos escalões do poder.

Conselho: A Sabedoria Divina para Guiar os Reis

Além de confrontar o pecado, os profetas também ofereciam conselhos sábios aos reis, buscando guiá-los nos caminhos da retidão. Eles eram conselheiros espirituais, oferecendo orientação em questões políticas, militares e religiosas.

O aconselhamento profético visava alinhar o reinado com a vontade de Deus, promovendo a justiça e o bem-estar do povo. Os profetas lembravam os reis de que sua autoridade era derivada e limitada, e que eles eram responsáveis perante Deus por suas ações.

A Voz Divina Diante do Trono

A interação entre profetas e reis revela a importância da voz divina na esfera pública. Os profetas eram a consciência da nação, lembrando os reis de seus deveres para com Deus e com o povo. Suas mensagens desafiavam o orgulho e a arrogância dos reis, buscando mantê-los humildes diante do Criador.

A voz profética também servia como um lembrete de que o poder terreno é passageiro, enquanto a autoridade divina é eterna. Os profetas lembravam os reis de que eles eram responsáveis perante Deus por suas ações, e que um dia prestariam contas de seus reinados.

Os profetas não eram meros adivinhos, mas sim mensageiros de Deus, chamados a confrontar o pecado e a injustiça, mesmo nos mais altos escalões do poder. Eles ofereciam conselhos divinos, buscando guiar os reis nos caminhos da retidão.

  • Natã e Davi:
    • O confronto de Natã com Davi (2 Samuel 12) é um exemplo clássico de coragem profética. Através de uma parábola, Natã confrontou Davi com seu pecado de adultério e assassinato, levando o rei ao arrependimento.
    • Este episódio demonstra como os profetas desafiavam o poder real, buscando a justiça e a restauração.
  • Aconselhamento Divino:
    • Além do confronto, os profetas também ofereciam conselhos sábios, buscando guiar os reis em decisões importantes.
    • Suas mensagens visavam alinhar o reinado com a vontade de Deus, promovendo a justiça e o bem-estar do povo.

A Tensão entre Poder Terreno e Autoridade Divina

A tensão entre o poder terreno e a autoridade divina permeia a interação entre profetas e reis na Bíblia, revelando um conflito fundamental entre a soberania humana e a vontade divina. Os profetas, como mensageiros de Deus, desafiavam a autoridade dos reis, lembrando-os de que sua posição era derivada e limitada, e que eles eram responsáveis perante Deus por suas ações. Essa mensagem confrontava o orgulho e a arrogância dos reis, que muitas vezes se viam como soberanos absolutos, acima da lei divina. O confronto entre Elias e Acabe no Monte Carmelo (1 Reis 18) é um exemplo clássico dessa tensão, onde Elias desafiou o rei idólatra, demonstrando o poder do Deus verdadeiro e a futilidade da idolatria. As advertências de Jeremias aos reis de Judá (Jeremias 37, 38) também ilustram essa dinâmica, com Jeremias, mesmo sob perseguição, proclamando a mensagem de Deus e desafiando a autoridade dos reis. Essa tensão constante servia como um lembrete de que o poder terreno é passageiro, enquanto a autoridade divina é eterna, e que os reis, como todos os seres humanos, prestariam contas a Deus por suas ações.

A Soberania Divina Versus o Poder Real:

  • Os profetas, ao falar em nome de Deus, lembravam os reis de que sua autoridade era derivada e limitada. Eles eram servos de Deus, responsáveis perante Ele por suas ações.
  • Essa mensagem desafiava o orgulho e a arrogância dos reis, que muitas vezes se viam como soberanos absolutos.
  • A tensão se intensificava quando os reis desobedeciam a Deus ou promoviam a injustiça, pois os profetas eram chamados a denunciar essas transgressões.

Confronto e Desafio:

  • Os profetas não hesitavam em confrontar os reis, mesmo que isso lhes custasse a vida.
  • Eles desafiavam as decisões dos reis que contrariavam a vontade de Deus, lembrando-os de que a lei divina era superior à lei humana.
  • Essa atitude desafiadora demonstrava a coragem dos profetas em defender a fé, mesmo diante da oposição real.

A Importância da Voz Profética:

  • A voz profética servia como um lembrete constante de que o poder terreno é passageiro, enquanto a autoridade divina é eterna.
  • Os profetas lembravam os reis de que eles eram responsáveis perante Deus por suas ações, e que um dia prestariam contas de seus reinados.
  • Essa mensagem era crucial para manter os reis nos caminhos da retidão e para garantir a justiça e o bem-estar do povo.

Exemplos Bíblicos:

  • O confronto de Elias com Acabe no Monte Carmelo (1 Reis 18) é um exemplo clássico dessa tensão. Elias desafiou o rei idólatra, demonstrando o poder do Deus verdadeiro e a futilidade da idolatria.
  • As advertências de Jeremias aos reis de Judá (Jeremias 37, 38) também ilustram essa tensão. Jeremias, mesmo sob perseguição, continuou a proclamar a mensagem de Deus, desafiando a autoridade dos reis e anunciando o juízo divino.

Em resumo, a tensão entre o poder terreno e a autoridade divina era uma característica marcante da interação entre profetas e reis na Bíblia. Essa tensão revela a importância da voz profética como um contraponto ao poder real, garantindo que a justiça e a retidão prevalecessem na sociedade israelita.

A interação entre profetas e reis revelava a tensão constante entre o poder terreno e a autoridade divina. Os profetas, ao falar em nome de Deus, desafiavam a soberania dos reis, lembrando-os de que sua autoridade era derivada e limitada.

  • Elias e Acabe:
    • A batalha de Elias contra Acabe (1 Reis 18) exemplifica essa tensão. Elias desafiou o rei idólatra, confrontando os profetas de Baal e demonstrando o poder do Deus verdadeiro.
    • Este confronto destaca a coragem dos profetas em defender a fé, mesmo diante da oposição real.
  • Autoridade Divina:
    • Os profetas lembravam os reis de que sua autoridade era subordinada à de Deus.
    • Suas mensagens desafiavam o orgulho e a arrogância dos reis, buscando mantê-los humildes diante do Criador.

O Impacto das Profecias nos Reinados

As mensagens proféticas exerciam uma influência poderosa sobre os reinados, moldando decisões políticas, militares e religiosas. As profecias podiam inspirar o arrependimento, estimular a reforma ou anunciar o juízo divino.

  • Jeremias e os Reis de Judá:
    • Jeremias advertiu os reis de Judá sobre a iminente destruição de Jerusalém, chamando-os ao arrependimento e à obediência a Deus.
    • Suas profecias, embora rejeitadas, revelaram o impacto das mensagens proféticas nos destinos dos reis e da nação.
  • Decisões e Destinos:
    • As profecias influenciavam as decisões dos reis em tempos de crise, guerra ou prosperidade.
    • A resposta dos reis às mensagens proféticas muitas vezes determinava o curso de seus reinados e o destino de seu povo.

Exemplos de Interações

  • Natã e Davi (2 Samuel 12): Confronto e arrependimento.
  • Elias e Acabe (1 Reis 18): Desafio à idolatria e demonstração do poder divino.
  • Jeremias e os Reis de Judá (Jeremias 37, 38): Advertências sobre o juízo e chamado ao arrependimento.

A interação entre profetas e reis revela a importância da voz profética na sociedade bíblica. Os profetas, como mensageiros de Deus, desafiavam o poder terreno, buscavam a justiça e guiavam a nação nos caminhos da retidão.

8.  Reis e Profecias

A história do Reino do Norte, Israel, é um relato complexo de reis que se desviaram dos caminhos de Deus, resultando em julgamento divino e, finalmente, na queda do reino. Ao longo de seus aproximadamente 200 anos de existência, Israel foi governado por 19 reis, cada um com seu próprio legado de infidelidade e desobediência. A sucessão real foi marcada por instabilidade política, com golpes e assassinatos frequentes, refletindo a deterioração espiritual da nação. Em meio a esse cenário de declínio, os profetas se levantaram como vozes de advertência, clamando por arrependimento e anunciando o julgamento iminente. Profetas como Aías de Siló, Elias, Eliseu, Amós e Oséias desempenharam papéis cruciais, confrontando os reis com seus pecados e transmitindo mensagens de esperança e restauração. As profecias recebidas por esses reis, muitas vezes de advertência e julgamento, destacam a importância da fidelidade a Deus e as consequências da desobediência. A história do Reino do Norte serve como um lembrete solene do poder da Palavra de Deus e da importância de ouvir a voz dos profetas.

As profecias recebidas por esses reis, muitas vezes de advertência e julgamento, foram proferidas por diversos profetas, destacando-se Elias e Eliseu.

Lista dos Reis do Reino do Norte e Profecias:

  1. Jeroboão I:
    • Profecia de Aías de Siló sobre a divisão do reino (1 Reis 11:29-39).
    • Profecia de um homem de Deus contra o altar em Betel (1 Reis 13:1-10).
  2. Nadabe:
    • Não há registros de profecias específicas durante seu curto reinado.
  3. Baasa:
    • Profecia de Jeú, filho de Hanani, contra Baasa e sua casa (1 Reis 16:1-4).
  4. Elá:
    • Não há registros de profecias específicas durante seu curto reinado.
  5. Zinri:
    • Não há registros de profecias específicas durante seu curto reinado.
  6. Onri:
    • Não há registros de profecias específicas durante seu reinado.
  7. Acabe:
    • Profecias de Elias sobre a seca e o julgamento (1 Reis 17-19).
    • Profecia de Micaías sobre a derrota na batalha contra a Síria (1 Reis 22).
  8. Acazias:
    • Profecia de Elias sobre sua morte (2 Reis 1:1-17).
  9. Jorão:
    • Profecias de Eliseu sobre vitórias militares e libertação da fome (2 Reis 3, 6-7).
  10. Jeú:
    • Profecia de Eliseu sobre sua unção e o julgamento da casa de Acabe (2 Reis 9-10).
  11. Jeoacaz:
    • Profecias de Eliseu sobre a libertação de Israel da Síria (2 Reis 13).
  12. Jeoás:
    • Profecia de Eliseu sobre suas vitórias contra a Síria (2 Reis 13).
  13. Jeroboão II:
    • Profecias de Amós e Oséias sobre o julgamento de Israel devido à injustiça e idolatria (Amós 7, Oséias 1).
  14. Zacarias:
    • Não há registros de profecias específicas durante seu curto reinado.
  15. Salum:
    • Não há registros de profecias específicas durante seu curto reinado.
  16. Menaém:
    • Não há registros de profecias específicas durante seu reinado.
  17. Pecaías:
    • Não há registros de profecias específicas durante seu curto reinado.
  18. Peca:
    • Profecias de Isaías sobre a proteção de Judá contra a aliança siro-efraimita (Isaías 7).
  19. Oséias:
    • Profecias de Oséias sobre o julgamento iminente e a queda de Israel (Oséias 13).

É importante notar que a infidelidade dos reis do Reino do Norte foi uma constante, resultando em julgamento divino e, finalmente, na queda do reino para a Assíria.

Reis de Judá e Profecias Associadas:

A história do Reino de Judá, o Reino do Sul, é um mosaico complexo de reinados, profecias e o constante diálogo entre o poder terreno e a vontade divina. Ao longo de seus mais de trezentos anos, Judá foi governada por uma sucessão de reis, cada um moldando o destino da nação por meio de suas escolhas e alianças. Em meio a esse cenário político, os profetas se ergueram como vozes de advertência, conselho e esperança, transmitindo mensagens divinas que ecoavam pelos corredores do poder real. Profetas como Semaías, Azarias, Isaías, Jeremias e Ezequiel desempenharam papéis cruciais, confrontando os reis com seus pecados, oferecendo orientação em tempos de crise e anunciando tanto o julgamento iminente quanto a promessa de restauração. As profecias associadas a esses reis revelam a intrincada relação entre a fidelidade a Deus e a prosperidade da nação, destacando a importância da obediência à aliança e as consequências da idolatria e da injustiça. A história do Reino de Judá serve como um testemunho poderoso da soberania divina e do papel vital dos profetas na comunicação da vontade de Deus à humanidade.

Lista dos Reis do Reino do Sul

  1. Roboão:
    • Profecia de Semaías sobre a proibição de guerra contra Israel (1 Reis 12:22-24).
    • Profecia de Semaías sobre a invasão de Sisaque devido à infidelidade (2 Crônicas 12:5-8).
  2. Abias (Abijam):
    • Não há registros de profecias específicas durante seu curto reinado.
  3. Asa:
    • Profecia de Azarias, filho de Odede, incentivando a busca por Deus (2 Crônicas 15).
    • Profecia de Hanani, o vidente, repreendendo Asa por confiar na Síria em vez de Deus (2 Crônicas 16:7-10).
  4. Josafá:
    • Profecia de Jeú, filho de Hanani, repreendendo Josafá por aliança com Acabe (2 Crônicas 19:2-3).
    • Profecias de Jaaziel sobre a vitória contra Moabe e Amon (2 Crônicas 20:14-17).
    • Profecia de Eliézer, filho de Dodavá, sobre o naufrágio dos navios por aliança com Acazias (2 Crônicas 20:35-37).
  5. Jeorão (Jorão):
    • Profecia de Elias sobre o julgamento por sua maldade (2 Crônicas 21:12-15).
  6. Acazias:
    • Não há registros de profecias específicas durante seu curto reinado.
  7. Atalia (rainha):
    • Não há registros de profecias específicas durante seu reinado.
  8. Joás (Jeoás):
    • Profecia de Zacarias, filho do sacerdote Jeoiada, sobre o julgamento por sua apostasia (2 Crônicas 24:20-22).
  9. Amazias:
    • Profecia de um homem de Deus sobre a derrota se levasse o exército de Israel para guerra (2 Crônicas 25:7-8).
    • Profecia de um homem de Deus sobre a destruição dos deuses da Síria (2 Crônicas 25:15-16).
  10. Uzias (Azarias):
    • Não há registros de profecias específicas durante seu reinado, mas é mencionado que ele buscou a Deus nos dias de Zacarias (2 Crônicas 26:5).
  11. Jotão:
    • Não há registros de profecias específicas durante seu reinado.
  12. Acaz:
    • Profecias de Isaías sobre a proteção contra a Síria e Israel (Isaías 7).
  13. Ezequias:
    • Profecias de Isaías sobre a libertação de Jerusalém do cerco assírio (Isaías 37).
    • Profecia de Isaías sobre sua cura e o prolongamento de sua vida (Isaías 38).
    • Profecia de Isaías sobre a futura captura de Jerusalém pela Babilônia (Isaías 39).
  14. Manassés:
    • Profecias não nomeadas sobre o julgamento devido à sua maldade (2 Reis 21:10-15).
  15. Amom:
    • Não há registros de profecias específicas durante seu curto reinado.
  16. Josias:
    • Profecia de Hulda sobre o julgamento adiado devido à sua humildade (2 Reis 22:15-20).
    • Profecias de Jeremias sobre o julgamento iminente (Jeremias 1).
  17. Jeoacaz:
    • Profecias de Jeremias sobre seu cativeiro no Egito (Jeremias 22:10-12).
  18. Jeoaquim:
    • Profecias de Jeremias sobre o julgamento e o cativeiro babilônico (Jeremias 22:13-19, 26).
    • Profecia de Urias sobre o julgamento (Jeremias 26:20-23).
  19. Joaquim (Jeconias):
    • Profecias de Jeremias sobre seu cativeiro na Babilônia (Jeremias 22:24-30).
  20. Zedequias:
    • Profecias de Jeremias sobre o cerco e a queda de Jerusalém (Jeremias 34, 38).
    • Profecia de Ezequiel sobre o cativeiro de Zedequias (Ezequiel 12).

9. A Falibilidade dos Reis: A queda dos reis em pecado e desobediência. As consequências da idolatria e da injustiça.

A Falibilidade dos Reis: Um Trágico Espelho da Condição Humana

A história dos reis de Judá, apesar de sua linhagem davídica e do chamado para serem exemplos de retidão, revela uma realidade sombria: a falibilidade humana e a inclinação para o pecado. Este capítulo explora como a queda dos reis em idolatria e injustiça desencadeou consequências devastadoras para a nação, servindo como um alerta atemporal sobre os perigos da desobediência a Deus.

A Inclinação ao Pecado: Desvios da Aliança Divina

A idolatria e a injustiça foram os principais pecados que macularam o reinado de muitos reis de Judá, desviando-os do caminho da aliança com Deus.

  • Idolatria: A Sedução dos Deuses Estrangeiros:
    • A influência das nações vizinhas, com seus cultos pagãos e deuses estrangeiros, representou uma constante tentação para os reis de Judá.
    • Manassés, em particular, mergulhou em práticas idólatras extremas, erguendo altares para Baal e outros deuses, profanando o templo de Deus (2 Reis 21).
    • A idolatria não era apenas um ato de desobediência a Deus, mas também um sinal de desconfiança em seu poder e provisão.
    • “Não terás outros deuses diante de mim.” (Êxodo 20:3)
  • Injustiça: A Opressão dos Vulneráveis:
    • A negligência da justiça social, a opressão dos pobres e a corrupção também mancharam o reinado de alguns reis.
    • A aliança de Deus com Israel exigia cuidado com os órfãos, as viúvas e os estrangeiros, mas muitos reis ignoraram esses mandamentos.
    • A injustiça não apenas prejudicava os mais vulneráveis, mas também corrompia a sociedade como um todo, afastando-a dos princípios da retidão divina.
    • “Praticai o direito e a justiça, e livrai o espoliado da mão do opressor; e não oprimais ao estrangeiro, nem ao órfão, nem à viúva; nem derrameis sangue inocente neste lugar.” (Jeremias 22:3)

As Consequências Devastadoras: O Peso da Desobediência

A desobediência dos reis de Judá desencadeou uma série de consequências trágicas, tanto para eles quanto para a nação.

  • Julgamento Divino: A Ira Derramada:
    • A infidelidade dos reis atraiu o julgamento de Deus, que se manifestou através de invasões estrangeiras, derrotas militares e o exílio babilônico.
    • A queda de Jerusalém, um evento profetizado por Jeremias e outros profetas, foi o ápice desse julgamento, um lembrete solene das consequências do pecado.
    • “Porquanto me deixaram a mim, e se inclinaram a outros deuses, para me provocarem à ira com todas as obras das suas mãos; portanto o meu furor se derramará sobre este lugar, e não se apagará.”1 (2 Reis 22:17)
  • Corrupção do Povo: O Efeito Contagioso do Pecado:
    • O exemplo dos reis influenciou o comportamento do povo, que se afastou de Deus e adotou práticas pagãs.
    • A idolatria e a injustiça se espalharam pela sociedade, corrompendo a moral e a espiritualidade da nação.
    • “E fizeram os filhos de Israel secretamente coisas que não eram retas contra o Senhor seu Deus; e edificaram altos em todas as suas cidades, desde a torre dos atalaias até à cidade2 fortalecida.” (2 Reis 17:9)
  • Perda da Benção: O Afastamento da Presença Divina:
    • A desobediência dos reis resultou na perda das bênçãos da aliança com Deus, que incluíam proteção, prosperidade e paz.
    • A nação sofreu as consequências de suas escolhas, experimentando a amargura do exílio e a perda de sua identidade como povo escolhido.
    • “E acontecerá que, se diligentemente ouvires a voz do Senhor teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno, o Senhor teu Deus te exaltará sobre todas as nações da terra.”3 (Deuteronômio 28:1)

A Lição para o Presente: Um Chamado à Vigilância

A história dos reis de Judá serve como um alerta atemporal sobre a fragilidade humana e a importância da fidelidade a Deus.

  • A liderança justa e a obediência aos princípios divinos são essenciais para o bem-estar de qualquer nação.
  • A idolatria e a injustiça, em qualquer forma, sempre trazem consequências negativas, tanto para indivíduos quanto para sociedades.
  • A vigilância constante e o arrependimento genuíno são necessários para evitar os desvios que levaram à queda dos reis de Judá.

10. A Interação Entre Profetas e Reis: Um Diálogo Divino em Meio ao Poder Terreno

A interação entre profetas e reis na Bíblia é marcada por momentos cruciais de confronto e conselho, onde a voz divina ressoa diante do trono terreno. Os profetas, como mensageiros de Deus, não hesitam em denunciar os pecados dos reis e oferecer orientação sábia, buscando alinhar o reinado com a vontade divina. Essa dinâmica revela a importância da voz profética na sociedade israelita, onde a justiça e a retidão eram fundamentais para o bem-estar da nação.

A relação entre profetas e reis na Bíblia é um tema fascinante, revelando a complexa dinâmica entre o poder terreno e a autoridade divina. Os profetas, como porta-vozes de Deus, desempenharam um papel crucial na sociedade israelita, confrontando os reis com seus pecados, oferecendo conselhos sábios e desafiando a arrogância do poder terreno. Este capítulo explora essa interação multifacetada, destacando a importância da voz profética na história de Israel.

Confronto e Conselho: A Voz Divina Diante do Trono

Os profetas não eram meros adivinhos, mas sim mensageiros de Deus, chamados a confrontar o pecado e a injustiça, mesmo nos mais altos escalões do poder. Eles ofereciam conselhos divinos, buscando guiar os reis nos caminhos da retidão.

  • Confronto: A Coragem de Denunciar o Pecado:
    • Natã confronta Davi (2 Samuel 12): Natã, através de uma parábola, denuncia o pecado de Davi com Bate-Seba e o assassinato de Urias, levando o rei ao arrependimento.
    • Elias confronta Acabe (1 Reis 18): Elias desafia o rei idólatra Acabe e os profetas de Baal, demonstrando o poder do Deus verdadeiro.
    • Jeremias confronta os reis de Judá (Jeremias 37, 38): Jeremias adverte os reis sobre a iminente destruição de Jerusalém, chamando-os ao arrependimento.
  • Conselho: A Sabedoria Divina para Guiar os Reis:
    • Os profetas ofereciam orientação em questões políticas, militares e religiosas, buscando alinhar o reinado com a vontade de Deus.
    • Suas mensagens visavam promover a justiça, a retidão e o bem-estar do povo.
    • “Porque o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas.” (Amós 3:7)1

A Tensão Entre Poder Terreno e Autoridade Divina: Desafios em Nome de Deus

A relação entre profetas e reis na Bíblia é permeada por uma tensão constante entre o poder terreno e a autoridade divina. Os profetas, ao falar em nome de Deus, desafiam a soberania dos reis, lembrando-os de que sua autoridade é derivada e limitada. Essa tensão se manifesta em confrontos diretos, onde os profetas desafiam as decisões dos reis que contrariam a vontade divina, demonstrando a coragem de defender a fé, mesmo diante da oposição real.

Desafios à Autoridade Real:

  • Os profetas lembravam os reis de que sua autoridade era subordinada à de Deus.
  • Suas mensagens desafiavam o orgulho e a arrogância dos reis, buscando mantê-los humildes diante do Criador.
  • A batalha de Elias contra Acabe (1 Reis 18) exemplifica essa tensão, demonstrando a superioridade do poder divino sobre o poder terreno.
  • “Porventura não sabeis vós que hoje caiu em Israel um príncipe e um grande homem?” (2 Samuel 3:38)

O Impacto das Profecias nos Reinados: Influência Divina na História

As mensagens proféticas exerciam uma influência poderosa sobre os reinados, moldando decisões políticas, militares e religiosas. As profecias podiam inspirar o arrependimento, estimular a reforma ou anunciar o juízo divino. A resposta dos reis às mensagens proféticas muitas vezes determinava o curso de seus reinados e o destino de seu povo, demonstrando o impacto crucial da voz profética na história de Israel.

Influência nas Decisões Reais:

  • As profecias influenciavam as decisões dos reis em tempos de crise, guerra ou prosperidade.
  • A resposta dos reis às mensagens proféticas muitas vezes determinava o curso de seus reinados e o destino de seu povo.
  • Jeremias e os reis de Judá: As advertências de Jeremias sobre a destruição de Jerusalém (Jeremias 37, 38) revelam o impacto das mensagens proféticas nos destinos dos reis e da nação.
  • “Ouve a palavra do Senhor, rei de Judá, que te assentas no trono de Davi, tu, e os teus servos, e o teu povo, que entrais por estas portas.” (Jeremias 22:2)

Exemplos de Interações: Lições da História Bíblica

A Bíblia oferece diversos exemplos da interação entre profetas e reis, cada um com suas próprias lições e ensinamentos. Esses relatos históricos revelam a complexidade da relação entre o poder terreno e a autoridade divina, destacando a importância da voz profética na sociedade israelita e as consequências da obediência ou desobediência aos mandamentos de Deus.Natã e Davi (2 Samuel 12): Confronto e arrependimento.

  • Elias e Acabe (1 Reis 18): Desafio à idolatria e demonstração do poder divino.
  • Jeremias e os Reis de Judá (Jeremias 37, 38): Advertências sobre o juízo e chamado ao arrependimento.

A interação entre profetas e reis revela a importância da voz profética na sociedade bíblica. Os profetas, como mensageiros de Deus, desafiavam o poder terreno, buscavam a justiça e guiavam a nação nos caminhos da retidão.

1. A Mensagem Messiânica

Desde os primórdios do Antigo Testamento, profetas foram inspirados a vislumbrar a vinda de um rei e salvador, o Messias, que traria justiça, paz e salvação. Em Jesus Cristo, essas profecias encontram seu cumprimento pleno, demonstrando a fidelidade de Deus e a centralidade do Messias no plano da redenção. A esperança messiânica, que permeia as Escrituras, culmina na segunda vinda de Cristo, na ressurreição dos mortos e na consumação do Reino de Deus, um futuro glorioso que aguarda todos os que creem

A Mensagem Messiânica: O Fio Condutor da Esperança

A mensagem messiânica, intrinsecamente entrelaçada nas Escrituras, transcende a mera predição do futuro, revelando o plano redentor de Deus para a humanidade. Desde os primórdios do Antigo Testamento, profetas foram inspirados a vislumbrar a vinda de um rei e salvador, o Messias, que traria justiça, paz e salvação. Em Jesus Cristo, essas profecias encontram seu cumprimento pleno, demonstrando a fidelidade de Deus e a centralidade do Messias no plano da redenção. A esperança messiânica, que permeia as Escrituras, culmina na segunda vinda de Cristo, na ressurreição dos mortos e na consumação do Reino de Deus, um futuro glorioso que aguarda todos os que creem.

Profecias Messiânicas no Antigo Testamento: A Promessa de um Rei e Salvador

As profecias messiânicas no Antigo Testamento tecem um retrato detalhado do Messias, revelando sua linhagem, nascimento, ministério, sofrimento e glória.

  • Linhagem do Messias:
    • A promessa de um descendente de Davi, da tribo de Judá, ecoa através das Escrituras (Gênesis 49:10; Isaías 11:1). Essa linhagem real aponta para o cumprimento das promessas feitas a Davi sobre um reino eterno (2 Samuel 7:12-16).
    • “A vara não se arredará de Judá, nem o cetro de entre seus pés, até que venha Siló; e a ele se congregarão os povos.” (Gênesis 49:10)
    • Comentário de Matthew Henry: “Cristo é o Siló prometido, o Príncipe da paz, a quem a reunião de todas as nações seria.”
  • Nascimento do Messias:
    • Profecias específicas detalham o local de nascimento em Belém (Miquéias 5:2) e o nascimento virginal (Isaías 7:14), demonstrando a precisão da revelação divina.
    • Comentário de John Calvin: “A profecia de Miquéias 5:2 é notável por sua precisão ao designar Belém como o local de nascimento do Messias, um detalhe que confirma a autenticidade das Escrituras.”
  • Ministério do Messias:
    • O ministério do Messias seria marcado por sinais e maravilhas, cura dos enfermos e pregação do evangelho aos pobres (Isaías 61:1-2). Ele seria um profeta como Moisés (Deuteronômio 18:15), revelando a vontade de Deus ao povo.
  • Sofrimento e Glória do Messias:
    • As profecias descrevem o sofrimento do Messias, que seria rejeitado, ferido e morto pelos pecados do povo (Isaías 53). No entanto, sua morte seria seguida pela ressurreição e exaltação, revelando sua glória e poder (Salmos 2:7-8).

O Cumprimento das Profecias em Jesus Cristo: O Messias Prometido

Jesus Cristo, a figura central do Novo Testamento, é apresentado como o cumprimento perfeito das profecias messiânicas do Antigo Testamento. Sua vida, morte e ressurreição validam as promessas feitas a Abraão, Davi e outros profetas. O nascimento virginal de Jesus, sua linhagem real e seu ministério terreno se alinham com as previsões das Escrituras Hebraicas. Ele é o Messias esperado, o Ungido de Deus, que veio para redimir a humanidade do pecado.

Jesus não apenas cumpriu as profecias, mas também as superou, revelando-se como o Rei dos reis, cujo reino transcende os limites terrenos. Sua morte sacrificial na cruz, seguida pela ressurreição, demonstrou seu poder sobre o pecado e a morte, abrindo o caminho para a salvação eterna. Ele é o Profeta supremo, o revelador da vontade de Deus, cujas palavras e ensinamentos continuam a guiar a humanidade.

O cumprimento das profecias em Jesus Cristo não é apenas um evento histórico, mas uma demonstração do plano redentor de Deus. Ele é a pedra angular da fé cristã, o elo que liga o Antigo e o Novo Testamento, e a esperança da humanidade.

  • Jesus como o Messias:
    • O nascimento virginal, ministério de cura e ensino, morte sacrificial e ressurreição de Jesus demonstram sua identidade como o Messias prometido.
    • Comentário de D.A Carson: “O Novo Testamento repetidamente afirma que Jesus é o cumprimento das esperanças messiânicas do Antigo Testamento, demonstrando a continuidade do plano redentor de Deus.”
  • Rei dos Reis e Profeta Supremo:
    • Jesus é o Rei dos reis, cujo reino transcende os reinos terrenos, e o Profeta supremo, que revela plenamente o Pai. Ele é o único mediador entre Deus e os homens, oferecendo salvação e vida eterna.

O Reino Messiânico: Justiça, Paz e Abrangência Universal

O reino de Cristo, um reino espiritual, transcende as fronteiras terrenas, estabelecendo-se nos corações daqueles que o recebem. Sua natureza é fundamentada em justiça, paz e amor, valores que contrastam com os reinos deste mundo, marcados por conflitos e injustiças. A abrangência universal desse reino se manifesta na convocação de pessoas de todas as nações, tribos e línguas, unidas em um só corpo, o corpo de Cristo.

A justiça do reino messiânico se manifesta na retidão de Cristo, que julga com equidade e misericórdia. A paz que ele oferece é a paz que excede todo entendimento, a paz que acalma as tempestades da alma. O amor que emana desse reino é o amor ágape, o amor incondicional que se doa sem reservas.

O reino de Cristo não é um reino de dominação, mas sim um reino de serviço, onde o maior é aquele que serve. Ele é um reino de esperança, onde a vida eterna é prometida àqueles que creem.

  • Natureza do Reino de Cristo:
    • O reino de Cristo é um reino de reconciliação, onde Deus reconcilia consigo mesmo todas as coisas (Colossenses 1:20).
  • Abrangência Universal:
    • “Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos;”1 Apocalipse 7:9
  • Justiça e Paz:
    • “E julgará entre as nações, e repreenderá a muitos povos; e estes converterão as suas espadas em enxadões, e as suas lanças em foices;2 não alçará espada nação contra nação, nem aprenderão mais a3 guerra.” Isaias 2:4

A Esperança Messiânica: A Consumação do Reino de Deus

A esperança messiânica, o anseio por um futuro de redenção, encontra seu ápice na segunda vinda de Cristo. Este evento glorioso marcará a consumação do Reino de Deus, onde a justiça e a paz reinarão para sempre. A ressurreição dos mortos, um evento miraculoso, trará à vida aqueles que dormem no Senhor, reunindo-os em um corpo glorificado.

A criação de novos céus e nova terra, um cenário paradisíaco, substituirá a ordem atual, corrompida pelo pecado. Neste novo mundo, a justiça florescerá, a paz prevalecerá e a presença de Deus será plena. A esperança messiânica é um farol de luz em meio às trevas, um convite à perseverança e à fidelidade, um vislumbre da glória que está por vir.

  • Segunda Vinda de Cristo:
    • “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.”4 1 Tessalonicenses 4:165
  • Ressurreição dos Mortos:
    • “E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno.” Daniel 12:26
  • Consumação do Reino de Deus:
    • “E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não7 há mais.” Apocalipse 21:1

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