Conteúdo
1. As duas Naturezas da Bíblia. 3
3. Divisão da Bíblia no V.T. 17
4. Divisão da Bíblia do N.T. 20
6. Todas as Bíblias são iguais?. 24
8. Materiais e escrita na redação da Bíblia. 31

1. As duas Naturezas da Bíblia
- A BÍBLIA COMO LIVRO HUMANO
- A BÍBLIA COMO LIVRO DIVINO

Há muitas pessoas que ficam desanimadas com as controvérsias e as polêmicas que existem nos meios intelectuais onde se estuda a Bíblia. Elas acabam por considerar todo estudo mais sério como desnecessário e mesmo como uma barreira à espiritualidade e ao crescimento da Igreja. Simpatizamos com pessoas assim, pois realmente existe muito academicismo e intelectualismo árido e infrutífero em muitos círculos acadêmicos ditos evangélicos. Por outro lado, rejeitar essas coisas não vai resolver o problema, pois continuamos diante de um texto antigo, distanciado de nós, escrito em outras línguas e que precisa ser interpretado para poder ser entendido. Alguns dizem: “Vamos deixar de lado essas questões e simplesmente ler a Biblia como ela é”. Infelizmente, uma abordagem assim não é possível.
Não existe leitura e entendimento de um texto sem que haja interpretação, mesmo que ela se processe de forma inconsciente. O objetivo desta parte introdutória é levantar alguns aspectos da natureza da Bíblia que tornam indispensável um esforço consciente para interpretá-la.
A. A Bíblia como Livro Humano
O fato de que a Bíblia não caiu pronta do céu, mas que foi escrita por diferetes pessoas em diferentes épocas, línguas e lugares, alerta-nos para o que alguns estudiosos têm chamado de distanciamento. O fenômeno do distanciamento aparece em diversas áreas.
DISTANCIAMENTO TEMPORAL
A Bíblia está séculos distante de nós. Seu último livro foi escrito pelo final do século I da Era Cristã, o que nos separa temporalmente em dois milênios. A distância temporal, num mundo em constantes mudanças, faz com que a maneira de encarar o mundo, os aspectos culturais e linguísticos dos escritores da Bíblia se percam no passado distante. Portanto, como qualquer documento antigo, a Bíblia precisa ser lida levando-se isto em conta. Na época do Novo Testamento o distanciamento já era uma realidade. A história da interpretação das Escrituras visa mostrar como, desde cedo, o leitor das Escrituras procurou condições de transpor esse abismo temporal.
DISTANCIAMENTO CONTEXTUAL
Os livros da Bíblia foram escritos para atender a determinadas situações, que já se perderam no passado distante.
É verdade que ao serem incluídos no cânon bíblico, eles passaram a ser relevantes para a Igreja universal. Por outro lado, recuperar o contexto em que estes livros foram escritos é essencial para entendermos melhor a sua mensagem.
As cartas de Paulo foram escritas visando atender às necessidades de igrejas locais. Por exemplo: — não posso entender corretamente o ensinamento do apóstolo sobre o uso do véu pelas mulheres em Primeira Coríntios cap. 11 se não estiver consciente do problema que estava acontecendo na igreja relacionado com a participação das mulheres no culto. Igualmente, em Primeira João toma outra relevância quando fico consciente de que João estava escrevendo contra a influência de uma forma incipiente de gnosticismo[1] nas igrejas da Ásia Menor. Ou ainda, que o livro de Habacuque foi escrito num contexto de iminente invasão por potências estrangeiras.
A mensagem do evangelho de Marcos fica mais clara quando descobrimos que Marcos escreveu para ajudar os crentes romanos a enfrentar as provações que sofriam por causa de Cristo. E o livro de Jonas, especialmente a atitude de Jonas contra os ninivitas, ganha maior clareza quando descubro que havia uma antipatia natural dos judeus contra os ninivitas por causa dos seus grandes pecados.
A hermenêutica bíblica historicamente sempre buscou transpor as dificuldades criadas pela distância contextual.
DISTANCIAMENTO CULTURAL
O mundo em que os escritores da Bíblia viveram já não existe. Está no passado distante, com suas características, cosmovisões, costumes, tradições e crenças. Muito embora a inspiração das Escrituras garanta que sua mensagem seja relevante para todas as épocas, devemos lembrar que esta mensagem foi registrada numa determinada cultura, da qual preservou traços.
Os intérpretes da Bíblia devem levar em conta o jeito de escrever daquela época, a maneira de expressar conceitos e ilustrar as verdades, para poder transpor a distância cultural.
DISTANCIAMENTO LINGÜÍSTICA
As línguas em que a Bíblia foi escrita também já não existem. Não se fala mais o hebraico, o grego e o aramaico bíblicos nos dias de hoje, mesmo nos países onde a Bíblia foi escrita. Como cada língua tem seu jeito próprio de comunicar conceitos (apesar de uma estrutura comum a todas), os leitores da Bíblia devem levar em conta estas peculiaridades.
O conhecimento do paralelismo hebraico certamente ajudou alguns intérpretes da Bíblia através da história a entender os Salmos e os profetas melhor.
DISTANCIAMENTO AUTORAL
Devemos ainda reconhecer que teríamos uma compreensão mais exata da mensagem de alguns textos bíblicos reconhecidamente obscuros se os seus autores estivessem vivos.
Poderíamos perguntar a eles acerca dessas passagens complicadas que escreveram e que continuam até hoje desafiando os melhores intérpretes. Por exemplo, Pedro poderia nos esclarecer o que ele quis dizer com “Cristo foi e pregou aos espíritos em prisão” (lPe 3.19). Ou ainda, Paulo poderia nos dizer o que ele quis dizer com “o que farão os que se batizam pelos mortos?” (1Co 15.29). Mateus poderia finalmente tirar a dúvida sobre o sentido da frase de Jesus “não terminarão de percorrer as cidades de Israel até que venha o Filho do Homem” (Mt 10.23).
Cremos que esta intenção sobrevive no que escreveram. Mas certamente a ausência do autor faz com que a interpretação de textos obscuros seja necessária.
O distanciamento, portanto, tem exigido dos leitores da Bíblia ao longo dos séculos a tarefa de interpretá-la.
Interpretar é tentar transpor o distanciamento em suas várias formas, como mencionadas acima, e chegar ao sentido exato do texto. De forma geral, o ponto central da mensagem da Bíblia é tão claro que pode ser entendido por todos, mesmo os que não estão conscientes do distanciamento.
A prova disto é que a Igreja vem se mantendo viva e ativa ao longo dos séculos, sendo composta em sua quase absoluta maioria por pessoas que não têm treinamento teológico, histórico e linguístico que permitiriam uma leitura mais informada das Escrituras.
Entendendo o Lado Humano da Bíblia
Seria importante perguntar até que ponto o lado humano das Escrituras possibilitou a entrada de erros na mesma. Essa é uma questão bastante controversa e certamente não poderemos abordá-la de forma exaustiva aqui. Apenas reafirmaremos nossa convicção de que a Bíblia é a Palavra de Deus, verdadeira em tudo que afirma, com algumas qualificações que mencionamos a seguir.
Copistas
Ao dizermos que a Bíblia é verdadeira em tudo que afirma não estamos negando que erros de copistas se introduziram no longo processo de transmissão da mesma.
Seria negar a realidade. A inerrância é um atributo dos autógrafos, ou seja, do texto como originalmente produzido pelos autores inspirados por Deus.
Muito embora hoje não tenhamos mais os autógrafos, pela providência divina podemos recuperá-los quase que em sua totalidade através da ajuda de ferramentas como a baixa crítica ou a manuscritologia bíblica.
Linguagem de Acomodação
Também não estamos dizendo que os autores bíblicos receberam conhecimento pleno e onisciente acerca do mundo, ao escreverem.
Eles se expressaram nos termos e dentro do conhecimento disponível naquela época, acomodando a verdade revelada em termos do que sabiam do mundo.
Assim, eles falam que o sol nasce num lado do céu e se põe no outro, ou ainda mencionam que o sol parou no céu (Josué).
No livro de Levítico, se diz que a lebre rumina e que o morcego é uma ave. Sabemos que pelos padrões científicos atuais lebres não ruminam e morcegos não são aves. Os autores bíblicos, entretanto, estavam se expressando mediante a linguagem das aparências, acomodando-se ao conhecimento de sua época.
Do ponto de vista do observador o sol de fato gira em torno da terra, todos os animais que mexem com a boca após comer parecem ruminantes e tudo que tem asas e voa parece ave!
Não Sabemos Tudo
Também não estamos dizendo que podemos explicar todas as dificuldades da Bíblia em termos absolutamente satisfatórios.
— Por exemplo: a harmonia dos Evangelhos continua sendo em parte um desafio para autores comprometidos com a inerrância bíblica, pois nem sempre se consegue achar uma explicação absolutamente satisfatória para alguns dos problemas levantados pelas poucas e aparentes discrepâncias entre os Evangelhos. Ou ainda, pelas aparentes discrepâncias entre I e 2 Crônicas, e I e 2 Reis. No entanto, não podemos aceitar soluções que impliquem numa diminuição da autoridade das Escrituras, sugerindo contradições ou erros.
É preferível aguardar até que mais informações nos ajudem a achar soluções compatíveis com a natureza da Escritura e sua divina origem.
Traduções São pertinentes
Por último, é importante acrescentar que não estamos dizendo que as traduções da Bíblia são inerrantes. Muito embora possamos ler com confiança a Bíblia em nossa língua, reconhecemos que em muitos casos os tradutores tiveram que tomar decisões relacionadas com a melhor maneira de verter um determinado termo ou expressão, e que tais decisões, se não sendo inspiradas por Deus do relato, nem sempre foram incorretas.
Conclusão
A dupla natureza da Bíblia provoca um distanciamento temporal e espiritual que precisa ser transposto, para que possamos chegar à sua mensagem. Contudo, com a graça de Deus, desenvolvem-se estudos da interpretação da Bíblia pela Igreja Cristã e outros grupos através da história.
Porém, isso não nos isenta de buscarmos compreender de forma mais exata e completa a revelação que Deus fez de si mesmo.
B. A Bíblia como livro divino
O fato de que a Bíblia foi inspirada por Deus, sendo assim a sua Palavra, também deve ser levado em conta por aqueles que desejam interpreta-la corretamente. A divindade e a humanidade das Escrituras devem ser mantidas em equilíbrio. Quando enfatizamos uma em detrimento da outra, acabamos por cair em alguns daqueles erros hermenêuticos que veremos ao longo da nossa análise da história da interpretação das Escrituras.
Este foi o grande problema do método histórico-critico de interpretação, que surgiu com o Iluminismo, ao adotar os pressupostos racionalistas quanto às Escrituras, contrários à sua origem divina. Ao tratar a Bíblia como qualquer outro livro de religião, deixando de levar em conta sua inspiração e divina autoridade, os estudiosos e professores cristãos influenciados pelo racionalismo acabaram por desenvolver um método de interpretação que não aceitava o conceito de revelação, inspiração e providência de Deus.
Muitos movimentos e grupos religiosos esqueceram através da história o fenômeno do distanciamento e encararam a Bíblia como se fosse um livro caído do céu, cuja interpretação dependia somente de oração, jejum e plenitude do Espírito Santo.
A utilização consciente de princípios de interpretação compatíveis com a natureza dela farão com que esse conhecimento nos chegue de forma mais exata e completa. Precisamos ter cuidado, porém, para não cairmos no erro de pensar que somente aqueles que têm treinamento profissional em princípios de interpretação poderão chegar ao conhecimento da mensagem das Escrituras.
DISTANCIAMENTO NATURAL
A distância entre Deus e nós é imensa.
Ele é o Senhor, criador de todas as coisas, do céu e da terra.
Somos suas criaturas, limitadas, finitas. Nossa condição de seres humanos impõe limites à nossa capacidade de entender e compreender as coisas de Deus. Não impede a possibilidade desse conhecimento, com certeza, mas o limita.
O fato de sermos seres humanos tentando entender a mensagem enviada pelo Deus criador em si só representa um distanciamento.
A distância entre a criatura e o Criador, tão freqüentemente mencionada nas Escrituras, tem seus efeitos também na hermenêutica. Os intérpretes da Bíblia não podem ignorar isso e pensar que bastam ferramentas hermenêuticas corretas para que se entenda a revelação de Deus.
Historicamente, muitos desses intérpretes reconheceram a necessidade de transpor essa distância pela iluminação do Espírito.
DISTANCIAMENTO ESPIRITUAL
O fato de que somos pecadores impõe ainda mais limites à nossa capacidade de interpretação da Bíblia.
Todos os intérpretes da Bíblia têm sido e são seres afetados pelo pecado tentando entender os desígnios do Deus puro e santo.
A Queda é um conceito espiritual, mas que não pode ser deixado de lado em qualquer sistema interpretativo das Escrituras.
Transpor o abismo epistemológico causado pela Queda é certamente o ponto de partida. A regeneração e a conversão são a resposta de Deus a essa condição.
DISTANCIAMENTO MORAL
É a distância que existe entre intérpretes pecadores e egoístas e a pura e santa Palavra que pretendem esclarecer.
A corrupção de nossos corações acaba por introduzir na interpretação das Escrituras motivações incompatíveis com o Autor das mesmas. Infelizmente a história da Igreja mostra como diferentes. grupos manipulam as Escrituras para defender, provar e dar autoridade a seus pontos de vista.
Certamente existem pessoas sinceras, mas a sinceridade nem sempre evita o equívoco. Não podemos negar que o distanciamento moral acaba nos levando a torcer o sentido das Escrituras, procurando usá-la para nossos fins, nem sempre louváveis.
A Bíblia tem sido usada como prova das mais conflitantes teorias e ideias, o que mostra que ler e entender imparcialmente a sua mensagem não é tão fácil assim.
A Bíblia foi usada pelos protestantes de países colonizadores para justificar a escravidão, usando textos do Antigo e Novo Testamento, que falam da escravidão sem, contudo, aboli-la (Ex 21.2-6).
Os seus opositores usaram também a Bíblia para defender as ideias abolicionistas, usando a parábola do bom samaritano e “amarás o teu próximo como a ti mesmo”.
A Bíblia também foi usada para provar que os judeus deveriam ser perseguidos e que os protestantes brancos são uma raça superior. A Bíblia foi usada para executar as bruxas, para impedir o casamento dos padres, para defender a masturbação, para justificar o aborto e a eutanásia, para regular o tamanho das saias e do cabelo das mulheres cristãs, para prover aceitação e fortalecimento dos homossexuais, para proibir ingerência de qualquer tipo de bebida alcoólica, para proibir transfusão de sangue, etc,…o catálogo é imenso.
[1] movimento religioso, de caráter sincrético e esotérico, desenvolvido nos primeiros séculos de nossa era à margem do cristianismo institucionalizado, combinando misticismo e especulação filosófica
2. A Bíblia
Através da bibliologia compreendemos a formação da Bíblia, sua história e como miraculosamente ela chegou até nós.

A. O QUE É A BÍBLIA?
A palavra Bíblia é de origem grega = “rolo pequeno de papiro”, diminutivo de Biblos = “folha de papiro preparada para a escrita”).
A palavra Bíblia foi usada pela primeira vez, pelo patriarca de Constantinopla: João Crisóstomo em 398 – 404 AD. Portanto, a Bíblia é constituída de uma pequena biblioteca, que contém 66 livros, sendo que é dividida em AT (Antigo Testamento com 39 livros) e NT (Novo Testamento com 27 livros).
Esses livros foram escritos num período de aproximadamente 1600 anos por mais de 40 autores diferentes, dos mais distintos e remotos lugares, e todos eles foram inspirados por Deus. Conforme está escrito: “Toma o rolo, o livro, e escreve nele todas as palavras que te falei… Jr 36:2 a”; “Toda Escritura é inspirada por Deus… porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana, entretanto homens (santos) falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo” (II Tm 3:16 a e II Pe 1:21).
Na Bíblia encontramos a revelação de Deus a toda humanidade, ao revelar que: “o único Deus e a Jesus Cristo, a quem Ele enviou” (Jo 17:3b). Sendo as Escrituras a revelação de Deus, tanto o AT como o NT, é o seu propósito de revelar a sua salvação, através de Jesus Cristo. Como alguém já disse: “A Bíblia é Deus falando ao homem, é Deus falando através do homem, é Deus falando com o homem, é Deus falando a favor do homem, mas, á sempre Deus falando”.
O ASSUNTO
Criação, perdição do ser humano; criação, degeneração e restauração da terra.
A PALAVRA CHAVE
Deus manifestando-Se ao homem. Poder compreender no Salmo 8.4
O VERSÍCULO
João 3.16 *Não que seja maior ou melhor que outros versículos, porque é de muita profundidade.
B. PANORAMA ESTRUTURAL

FATOS E PARTICULARIDADES DA BÍBLIA
- 1600 anos
- 40 autores
- 3 continentes – (ÁSIA, ÁFRICA, EUROPA)
- 3 idiomas (HEBRAICO, ARAMAICO E GREGO)
TEMA CENTRAL DA BÍBLIA
- Jesus
- Cristocêntrico
- Vinda do Messias
- Salvação do Homem
A BÍBLIA PRODUZINDO O NOVO HOMEM
- Sabedoria: Sl 19:7
- Esperança: Rm 15:4.
- Alegria: Sl 19:8a.
- Ilumina os olhos, e caminho: Sl 119:9.
- Educa, corrige: 2Tm 3:16.
- Purifica: Jo 15:3.
- Dirige: Sl 119:104.
- Produz fruto: 2Tm 3:17
C. A BÍBLIA COMO TEMA CENTRAL
A revelação de Jesus Cristo em busca do homem perdido, cf. Mt 20:28. “tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”
ASPECTOS
- Divisão
- Classificação dos Livros
- Perícopes
- Capítulos
- Versículos
- Particularidades
LIVRO DIVINO (CONJUNTO DE LIBROS INSPIRADOS)
- Revelação
- Inspiração
- Infalibilidade
- Inerrância
CÂNON SAGRADO
- TEXTOS RELIGIOSOS: determinada comunidade aceita como sendo inspirados por Deus e autoritativos
- FORMAÇÃO (Trajeto: Apóstolos, Igreja, Concílios)
- TRANSMISSÃO até os dias atuais
PRESERVAÇÃO E TRADUÇÃO DO TEXTO BÍBLICO
- Línguas originais
- Manuscritos
- História Geral
- Geografia bíblica
- Usos e costumes
- Sistemas de medidas
- História das nações antigas
- Personagens
- Dificuldades (mistérios de Deus)
A ESCRITA DA BÍBLIA E SUA ESTRUTURA
O vocábulo “Bíblia” vem da língua grega, originando-se da cidade fenícia de Byblos, importante centro produtor de papiro.
- (bíblion): livro (rolo de papiro);
- (bíblos): conjunto de livros;
- BÍBLIA: Coleção de livros pequenos
3. Divisão da Bíblia no V.T.
As Escrituras Hebraicas, conhecidas pelos cristãos como Antigo Testamento, têm 46 livros (39 livros na versão usada pelos cristãos protestantes) e constitui a totalidade da Bíblia hebraica (dividida em 24 livros no Judaísmo, pois alguns dos livros que são divididos pelos cristãos em dois na realidade são apenas um. Ex: 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas) e a primeira grande parte da Bíblia cristã.

Chama-se também Tanakh, acrônimo lembrando as grandes divisões dos escritos sagrados da Bíblia hebraica que são os Livros da Lei (ou Torá), os livros dos profetas (ou Nevi’im), e os chamados escritos (Ketuvim).
*NÃO ESTA EM ORDEM CRONOLÓGICA
*SEPTUAGINTA (tradução para o grego séc. III a.C)
Datas estimadas (a.C)
- 1400: Gn, Ex, Lv, Nm, Dt e Jó (?);
- 1350: Josué;
- 1050: Juízes e Rute;
- 1000: Salmos (maioria);
- 1000-575: 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis;
- 950: Provérbios, Eclesiastes e Cantares;
- 750-700: Is, Os, Jl (?), Am, Ob (?), Jn e Mq;
- 625-757: Jr, Na, Hb e Sf;
- 600-539: Ez e Dn;
- 539-515: Ag e Zc;
- 475: Ester;
- 456-400: 1,2 Cr, Ed, Ne e Ml.
V.T. LIVROS DA LEI: TRATAM DA CRIAÇÃO, LEI, ADORAÇÃO, TABERNÁCULO, EXPIAÇÃO.
1. Gênesis: fala como começou tudo, o pecado, e o sofrimento.
2. Êxodo: fala da saída do povo hebreu do Egito; o Sinai, etc.
3. Levítico: fala das leis e os mandamentos de Deus
4. Números: fala da contagem dos israelitas.
5. Deuteronômio: Segundo a Lei: discursos de Moisés.
V.T. LIVROS HISTÓRICOS:
Fala da caminhada e posse do povo israelita em conquista da terra de Canaã. Temos:
- TEOCRACIA, SOB OS JUÍZES.
- MONARQUIA
- DIVISÃO DO REINO
- CATIVEIRO (Assírio 721a.C., conquistaram a Samaria 2Reis 17,5-6 – BABILÔNICO 598a.C.)
PERÍODO PÓS-EXÍLIO
1. Josué
2. Juízes
3. Rute
4. I Samuel.
5. II Samuel
6. I Reis
7. II Reis
8. I Crônicas
9. II Crônicas
10. Esdras
11. Neemias
12.Ester
V.T. LIVROS POÉTICOS:
São chamados poéticos devido ao seu gênero.
1. Jó
2. Salmos
3. Provérbios
4. Eclesiastes
5. Cantares
V.T. PROFETAS MAIORES:
Por serem os livros mais longos que os outros, são assim chamados pela extensão dos textos apenas.
1. Isaías
2. Jeremias
3. Lamentações de Jeremias
4. Ezequiel
5. Daniel
V.T. PROFETAS MENORES:
Por serem os livros mais curtos, são chamados pelo seu escrito mais curto que o dos profetas maiores.
1. Oséias
2. Naum
3. Joel
4. Habacuque
5. Amós
6. Sofonias
7. Obadias
8. Ageu
9. Jonas
10. Zacarias
11. Miquéias
12. Malaquias
4. Divisão da Bíblia do N.T.
São divididos em 4 partes, 27 livros

I PARTE – EVANGELHOS
Os quatro evangelhos, sendo que os três primeiros são chamados sinópticos devido ao paralelismo que se apresentam.
- Mateus: para atender aos judeus (genealogia).
- Marcos: para atender os romanos (Jesus como servo).
- Lucas: para os gregos (Jesus como Filho de Deus, ou do Homem).
- João: para o mundo (Jesus para o mundo, sua divindade).
II PARTE – HISTÓRICO
Registra a história da Igreja Primitiva e a atuação do Espírito Santo, nos seus primeiros primórdios.
Atos dos Apóstolos: são os Atos do Espírito Santo na igreja emergente.
III PARTE – EPÍSTOLAS PAULINAS
São 13 cartas dirigidas as igrejas e/ou a indivíduos. Atribuídas autoria geralmente a Paulo.
1. Romanos
2. I Coríntios
3. II Coríntios
4. Gálatas
5. Efésios
6. Filipenses
7. Colossenses
8. I Tessalonicenses
9.II Tessalonicenses
10. I Timóteo
11. II Timóteo
12. Tito13. Filemon
IV PARTE – EPÍSTOLAS GERAIS
São cartas universais atribuídas a vários apóstolos sendo que a de Hebreus, o autor é desconhecido.
1. Hebreus
2. Tiago
3. I Pedro
4. II Pedro
5. I João
6. II João
7. III João
8. Judas
V PARTE – PROFÉTICO
Chamado de revelação das coisas dos últimos dias que deverão acontecer. É um livro apocalíptico.
1. Apocalipse ou Revelação
5. Literatura Apócrifa
Chamamos de Apócrifos (significa ocultos, falsos em autenticidade), os escritos produzidos no período Interbíblico.
No silêncio da voz divina, multiplicaram-se as palavras humanas. Há ainda outros livros espúrios[1], tanto no V. T. como no N. T., chamados de Pseudoepigráficos, ex.: Enoque, os 12 Patriarca, Moisés, Apocalipse de Paulo, etc.
A denominação “apócrifos”, se estabelece comumente aos 14 escritos contidos em algumas Bíblias de edição do romanismo, misturados entre os livros do Antigo Testamento.
“Porque de ser apócrifos”
- Porque foram escritos depois de haver cessado a inspiração divina.
- Porque os judeus jamais os reconheceram como Escrituras.
- Porque a Igreja primitiva jamais os reconheceu como inspirados.
- Porque foram inseridos na Bíblia quando se fez a tradução para o grego chamada Septuaginta.
- Da Septuaginta, foi levada para ao latim e do latim para a Vulgata.
- Porque Jerônimo, tradutor da Vulgata não concordou em inserí-los, mas o fez obrigado.
- Porque a Igreja Romana, para combater os protestantes, declarou-os canônicos 11 dos 14 apócrifos.
- A Igreja Romana denomina de Protocanônicos os que chamamos de canônicos, e de Deuterocanônicos os que chamamos de apócrifos e de Pseudoepigráficos os que chamamos de apócrifos.
Dos 14 livros apócrifos, a Igreja Romana aceita 11 como sendo: 7 livros, 4 apêndice. Os quais são; Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque, I Macabeu e II Macabeu. Os apêndices são: Ester, Cânticos dos três filhos, História de Suzana, e Bel e o Dragão. E três foram rejeitados: III Esdras, IV. Esdras e a Oração de Manassés.
- Tobias: narra a vida de Tobias, que era filho de um pai cego.
- Judite: é uma narrativa histórica dos judeus libertados do poder de Holofernes, general da Pérsia, devido à coragem de uma heroína chamada Judite. Apareceu por volta do II século a.C.
- Sabedoria: mostra através de provérbios a sabedoria verdadeira e a reta da gentílica ou iníqua e idólatra. Apareceu entre 50 a 10 a.C.
- Eclesiástico: também chamado de Sabedoria de Jesus, filho de Siraque, semelhante ao livro de Provérbios. Apareceu em torno de 180 a.C.
- Baruque: dividida em três partes: confissão e arrependimento; exortativo e promessa de livramento. Apareceu no II século a.C.
- I e II Macabeus: narra a revolta dos Macabeus pelo império romano em 167 a.C.
- Acréscimos aos livros de Daniel e Ester.
6. Todas as Bíblias são iguais?
A Bíblia dos cristãos é composta pelo Antigo e Novo Testamento, enquanto que aquela dos judeus tem apenas o Antigo Testamento.
Os judeus usam o nome Tanakh. Uma sigla que reúne as 3 palavras que descrevem as 3 partes da Bíblia hebraica: a lei (Torah), os profetas (Neviim) e os Escritos (Ketuvin))
Os Livros apócrifos (latim apócryphus; português: oculto), também conhecidos como Livros Pseudocanônicos, são os livros escritos por comunidades cristãs e pré-cristãs (ou seja, há livros apócrifos do Antigo Testamento) nos quais os pastores e a primeira comunidade cristã não reconheceram a Pessoa e os ensinamentos de Jesus Cristo, portanto, não foram incluídos no cânon bíblico.
Se compararmos a Bíblia católica romana com a Bíblia protestante, veremos que além dos 66 livros, a Bíblia católica possui 7 livros chamados apócrifos (secretos, espúrios ou misteriosos) que possuem um valor histórico de uma época, mas não canônico para o protestantismo, ou seja, NÃO de uma revelação divina.
Há outras listas de livros bíblicos, com pequenas diferenças, de igrejas clássicas, consideradas ortodoxas e, nesse sentido, poderíamos falar de Bíblia da Igreja Ortodoxa Grega, Bíblia Eslava ou ainda Bíblia Etíope.
Há três religiões denominadas como Religiões do Livro: judaísmo, cristianismo e islamismo. Essas 3 religiões fundam a própria fé num livro considerado sagrado:
- Judaísmo – Torah (Pentateuco) e outros livros do Antigo Testamento
- Cristianismo – A Bíblia V. e N. Testamento
- Islamismo – Alcorão (ou Corão)
Outra noção que precisamos ter presente é, dentro do mundo cristão, a denominação que damos às edições das bíblias cristãs.
É normal escutarmos falar de Bíblia de Jerusalém, NVI, Bíblia Almeida, Bíblia do Pelegrino, Bíblia Pastoral, Nova Tradução na Linguagem de Hoje e tantos outros nomes. Nesse caso não devemos pensar que se trate de diferentes bíblias, mas sim diferentes versões de bíblias. Esses nomes nascem para nomear as diferentes traduções que são feitas. Há um texto base, em grego e hebraico, e cada um é livre para fazer uma tradução para o português desse texto.
Obviamente cada tradução sai de modo diverso e recebe um título. As palavras, tomando versões diferentes, não são iguais, mas se o trabalho foi bem feito, o sentido é sempre igual.
A. A SEPTUAGINTA
Cerca de 300 anos antes de Jesus nascer, estudiosos judeus começaram a traduzir as Escrituras Hebraicas para o grego. Essa tradução ficou conhecida como Septuaginta GREGA. — Mas por que ela foi feita? Para ajudar os judeus que falavam grego e não entendiam hebraico a entender “os escritos sagrados”. (2Tm 3:15)
A Septuaginta também ajudou muitos que não eram judeus e falavam grego a entender melhor a Bíblia. O professor universitário Wilbert Howard disse o seguinte: “Mais ou menos 2 mil anos atrás, a Septuaginta se tornou a Bíblia da Igreja Cristã. Os missionários usavam essa versão para ‘provar que Jesus era o Messias’ quando iam até as sinagogas.” (A 17:3, 4; 20:20) Mas, segundo o estudioso Frederick Bruce, esse foi justamente um dos motivos que levou os judeus a “perder o interesse na Septuaginta”.
Os seguidores de Jesus receberam os livros das Escrituras Grega Cristã aos poucos. Daí, eles foram juntando esses livros à Septuaginta, que possuía os livros das Escrituras Hebraicas. Todos esses livros juntos formaram a Bíblia completa, que usamos até hoje.
B. A Vulgata
Uns 300 anos depois de a Bíblia ser finalizada, Jerônimo, um estudioso de religiões, produziu uma tradução da Bíblia em latim. Ela passou a ser chamada de Vulgata (latina). Nessa época, já existiam outras traduções da Bíblia em latim. Então, por que foi produzida mais uma? Uma enciclopédia bíblica diz que Jerônimo queria corrigir “falhas de tradução, erros evidentes e coisas que tinham sido adicionadas e retiradas”.
É verdade que Jerônimo corrigiu muitos desses erros. Mas, depois de um tempo, pessoas importantes da Igreja fizeram uma coisa muito ruim. Elas decidiram que a única tradução da Bíblia que as pessoas podiam usar era a Vulgata latina. E foi assim por séculos! Mas, com o passar dos anos, a maioria das pessoas deixou de entender latim. Assim, as pessoas mais simples não conseguiam entender a Bíblia.
C. Tanakh
O Tanakh é um livro sagrado sim, outorgado por Deus. As próprias letras em maiúsculo resumem a composição deste conjunto de obras: T de Torá, N de Neviim e C de Ketuvim.
Da mesma forma que vemos na nossa história relatos de anjos que se revestiram com uma aparência humana a fim de serem vistos pelos mortais (como no episódio do patriarca Abraão), assim também os segredos Divinos mais sublimes assumem, pois, uma roupagem de narrativa histórica a fim de permitir-nos aprendê-los.
Da mesma forma que de cada porção da Torá aprendemos muitos ensinamentos e até mesmo da repetição insistente do episódio de Eliezer, servo fiel de Abraão (Gênesis 24:1), bem como da lista aparentemente desnecessária dos reis descendentes de Esaú (Gênesis 36:31), a Lei Oral deduz inúmeras leis, igualmente ocorre no Tanach.
De cada história, de cada detalhe a princípio casual, o Talmud tira uma série de conclusões. Aliás, um dos motivos da ausência de uma cronologia mais rígida no Tanach é justamente para demonstrar que não se trata de um simples livro de histórias.
Qualquer judeu estudando a Torá, mesmo apenas trechos de histórias dos reis ou profetas, tem a obrigação de pronunciar a benção “Bendito sejas… que nos dá a Torá”, demonstrando o caráter transcendental e Divino das Escrituras.
SURGEM MUITAS TRADUÇÕES DA BÍBLIA
Nesse meio tempo, outras traduções da Bíblia foram produzidas como, por exemplo, a famosa Pesito siríaca. Ela foi feita mais ou menos no quinto século depois de Cristo. Mas foi só no século 14 que alguns se esforçaram para produzir uma versão da Bíblia que as pessoas simples pudessem entender.
No final do século 14, na Inglaterra, John Wycliffe começou seus esforços para traduzir a Bíblia para uma língua que as pessoas conhecessem. Ele traduziu a Bíblia para o inglês, um idioma que as pessoas mais simples do seu país conseguiam entender. Pouco depois, a nova técnica de impressão de Johannes Gutenberg tornou mais fácil produzir e distribuir novas versões da Bíblia em idiomas comuns da Europa.
Com o tempo, foram feitas muitas traduções da Bíblia para o inglês. Por causa disso, muitos críticos questionaram se era necessário fazer tantas versões da Bíblia para um mesmo idioma. Mas, no século 18, o clérigo inglês John Lewis escreveu: “Conforme o tempo vai passando, algumas expressões de um idioma vão ficando velhas e difíceis de entender. Por isso, é necessário revisar traduções antigas para que elas fiquem com uma linguagem que as pessoas compreendam.”
Hoje, os estudiosos estão mais preparados do que nunca para revisar traduções antigas da Bíblia. Isso porque agora eles entendem melhor os idiomas em que a Bíblia foi escrita.
Também, foram descobertos outros manuscritos da Bíblia. Isso ajuda os estudiosos a ter certeza do que os escritos originais diziam.
Tudo isso mostra que é muito bom termos novas versões da Bíblia. É claro que precisamos ter cuidado ao escolher qual Bíblia vamos ler.
[1] não genuíno; suposto, hipotético.
7. Estruturação da Bíblia
Entendemos que a Bíblia passou por muitos processos de organização de diversas partes, como: disposição, ordenação, ordem, sistema, arranjo, etc.
A. AS FORMAS DOS LIVROS ANTIGOS
ROLOS (Jr 36.2)

Os livros da Bíblia foram originalmente escritos como rolos (Jr 36.2), cada livro constituindo um rolo distinto.
As folhas de papiro eram coladas uma ao lado da outra, formando longas tiras e, então, enroladas em um bastão. Geralmente se escrevia em um só lado. Em geral os rolos tinham de 6 a 10 metros, mas foram encontrados alguns com 43 metros.
OPISTÓGRAFO (Ap 5.1)

Manuscrito, folha ou documento escrito de ambos os lados.
CÓDICE OU LIVRO

Visando tornar a leitura mais fácil, as folhas de papiro foram montadas em forma de livro, sendo escritas em ambos os lados. Autores afirmam que o cristianismo foi o principal motivo para o desenvolvimento do formato de códice (volume manuscrito antigo).
B. CAPÍTULOS E VERSÍCULOS
- Estruturação em capítulos feita em 1250 pelo cardeal Hugo de Saint Cher
- Divisão em versículos do AT data de 1445, pelo rabino Nathan.
- Em 1551, o NT foi dividido em versículos por Robert Stevens.
- 1ª Bíblia impressa em prensa de tipos em 1450 por Gutemberg
*Divisão dos versículos do AT teria sido feita pelos massoretas entre os séculos IX e X. (Com relação ao NT, há consenso entre as fontes)
8. Materiais e escrita na redação da Bíblia
Na história da composição textual da Bíblia, as escrituras sagradas hebraicas e do Novo Testamento foram escritas em hebraico, aramaico e grego. Os materiais mais usados foram o papiro e o pergaminho, que na época eram bastantes populares.
A. MATERIAL PARA ESCRITA BÍBLICA
PAPIRO

Material feito a partir de uma espécie de junco com esse mesmo nome. Os manuscritos mais antigos foram escritos em papiro e seu uso foi muito comum até por volta do século terceiro depois de Cristo.
Papiro é, originalmente, uma planta perene da família das ciperáceas cujo nome científico é Cyperus papyrus, por extensão é também o meio físico usado para a escrita durante a Antiguidade Antigo Egito, civilizações do Oriente Médio, como os hebreus e babilônios, e todo o mundo greco-romano.
PERGAMINHO

Feito com pele de animais (geralmente cabra ou carneiro). Seu uso é mais recente, surgindo nos primórdios da era cristã, sendo um material gráfico superior ao papiro. Sua designação tem origem na cidade de Pérgamo, onde se produzia esse material.
VELINO

Material feito com pele de filhotes de animais (couro de vitelo). Frequentemente tingido de púrpura e escrito com caracteres prateados ou dourados.
ÔSTRACO

Fragmento de cerâmica não esmaltada, bastante usado entre o povo em geral. Encontrados em abundância no Egito e na Palestina.
TABLETES DE ARGILA

Inscritas com um instrumento pontiagudo e então secados. Eram os materiais mais baratos e duráveis (Ez 4.1).
TABLETES DE CERA

Pedaço plano de madeira recoberto com cera (de abelha), o que permitia corrigir palavras ou apagar todo o texto e recomeçar.
B. INSTRUMENTOS PARA A ESCRITA
CINZEL

Instrumento de ferro para entralhar as pedras.
ESTILIETE DE METAL

Instrumento triangular com uma cabeça plana, para fazer marcas nos tabletes de argila e de cera.
PENA

Feita de juncos, com uma das extremidades cortada. Teve utilização desde o primeiro milênio A.C. O uso da pena de ave parece ter vindo dos gregos, a partir do século III a.C. A pena era usada para escrever em velino, pergaminho ou papiro e a tinta feita com carvão, cola e água.
C. ESCRITOS DA BÍBLIA
Os materiais mais usados foram o papiro e o pergaminho, que na época eram bastantes populares.
TIPOS DE ESCRITA:
ESCRITA UNCIAL

Letras maiúsculas deliberadas e cuidadosamente desenhadas, próprias para livros. Como exemplos têm: – CÓDICE VATICANO – CÓDICE SINAÍTICO
MINÚSCULA CAROLINA

Escrita de letras menores, cursivas, com vistas à produção de livros. A mudança de unciais para minúscula teve início no século IX.
HEBRAICO

Falado e escrito até o cativeiro babilônico.
ARAMAICO

- ESDRAS 4.8 A 6.18
- ESDRAS 7.12-26
- JEREMIAS 10.11
- DANIEL 2.4-7.28
GREGO koinê

Idioma predominante em todas as nações. Linguagem popular (grego koine).
9. Período Interbiblico
De Malaquias a Mateus, encontramos um silêncio divino de quatro século. Nesse período, chamado de “Período Interbíblico” (por se localizar entre os dois testamentos), Deus esteve preparando o mundo para o nascimento de seu filho e para o advento do cristianismo. Deus preparou o mundo em vários aspectos para a vinda de Jesus, cada povo, no seu tempo, pela providência divina, criou as condições da sociedade em que o cristianismo apareceu realizando as suas primeiras conquistas.
O POVO BABILÔNICO
O povo babilônico levaram o povo de Deus para o cativeiro e lhe deram lições jamais esquecidas.
O POVO PÉRSICO
Os persas fizeram-lhe retornar a Jerusalém. Edificando o templo e restaurando o ensino da Lei.
O POVO GREGO
Os gregos influenciaram intelectualmente o mundo, com um idioma universal, o “KOINE”.
OS JUDEUS
Os judeus contribuíram com a preservação do Antigo Testamento e a esperança messiânica, principalmente depois do cativeiro.
Este período de 400 anos, é considerado de “silêncio”, porque neste período Deus deixou de falar pelos profetas, pela palavra escrita, pois nenhum livro inspirado apareceu neste período, porém Deus preparou o mundo para que Cristo nascesse. Este período, foi profetizado por Daniel no cap. 11 a 12.4. O local destes acontecimentos foi na Palestina e os principais acontecimentos foram:
O período Medo-persa; Greco-Macedônio; Macabeus; Romano e a literatura apócrifa.
O PERÍODO MEDO-PERSA
Após Neemias e Malaquias, a Palestina continuou sob o domínio persas por mais 100 anos. O centro do império Persa ficava onde hoje é o “Irã”. Suas capitais forma a Babilônia e depois Susa, que foi construída por Cambises. Embora em cativeiro, o povo de Deus obteve os seguintes sucessos:
- Influência espiritual sobre Nabucodonozor e os babilônicos;
- Idolatria destruída;
- A lei de Moisés respeitada;
- Inauguração do Culto Público;
- Reverdecimento da esperança messiânica;
- Nacionalismo pronunciado.
No período interbíblico, os persas só dominaram o mundo por cerca de 100 anos. Dário Condômano III, foi derrotado por Alexandre Magno da Grécia na famosa batalha de Arbela.
O PERÍODO GRECO-MACEDÔNICO
Alexandre Magno, com a idade de 20 anos, assumiu o comando do exército grego e, à maneira de meteoro, investiu para o Oriente, sobre as terras que investiram sob o domínio do Egito, Assíria, Babilônia e Persa.
No ano 331 a.C., o mundo inteiro jazia aos seus pés. Invadindo a Palestina, em 332 a. C., mostrou muita consideração pelos judeus., poupando Jerusalém. E oferecendo-lhes imunidade para se estabelecerem em Alexandria. No ano 323 a.C. Alexandre morre aos 33 anos de idade. Após sua morte, seu império foi dividido entre 4 famosos generais.
O PERÍODO MACABEUS
Matias, foi um sacerdote de grande coragem e patriotismo. Furioso com a tentativa de Antíoco Epifanes, reuniu um bando de leias compatriotas e levantou a bandeira da revolta. Possuía cinco filhos heróis e guerreiros: Judas, Jônatas, Simão, João e Eleazar. Depois da morte de Matias, , Judas seu filho, assumiu o seu lugar. Guerreiro de admirável gênio militar, reconquistou Jerusalém no ano 165 a. C., purificou e reedificou o Templo. Daí a origem da festa da dedicação. Apesar da inferioridade militar conseguiram grandes conquistas.
O PERÍODO ROMANO
A Palestina foi conquistada pelos romanos no ano 63 a. C sob as ordens de Pompeu. Antípator foi designado governador da Judéia. Sucedeu-lhe seu filho Herodes, o Grande que foi rei da Judéia em 34 a 4 a.C. A Bíblia fala de sete Herodes como se pode estudar nos livros de História.
10. Revelação
Análise e Complementação: A Revelação Divina
O texto apresentado oferece uma introdução concisa e clara ao conceito de revelação na perspectiva bíblica. Ao afirmar que a revelação é “tirar ou levantar o véu”, a análise destaca a ideia de que Deus, em sua infinita sabedoria e amor, escolhe revelar aspectos de si mesmo e de seus planos para a humanidade, antes ocultos.
A revelação geral
Como apontado no texto, é aquela que se manifesta de forma universal e acessível a todos os seres humanos, independentemente de sua fé ou cultura. A criação, a natureza e a consciência humana são canais pelos quais Deus se revela, permitindo que todos percebam sua existência e grandeza.
A revelação específica
Por sua vez, é direcionada e particular, revelando verdades mais profundas e específicas sobre Deus e seus propósitos. A Escritura Sagrada, inspirada pelo Espírito Santo, é o principal meio de revelação específica, transmitindo a mensagem divina de forma clara e precisa.
Jesus Cristo – O MESSIAS – Haboni
Emerge como a revelação máxima e definitiva de Deus. Através de sua vida, morte e ressurreição, Deus se revela plenamente à humanidade, oferecendo a salvação e a vida eterna.
Para complementar a análise, podemos considerar os seguintes pontos:
- A importância da revelação: A revelação divina é fundamental para a fé cristã, pois é através dela que os seres humanos conhecem a Deus, compreendem seu propósito na vida e encontram a salvação.
- Os métodos de revelação: Além da criação, da natureza e da Escritura, Deus se revela também através de profetas, milagres, visões e outras manifestações sobrenaturais.
- A revelação contínua: Embora a revelação divina tenha se completado em Jesus Cristo, o Espírito Santo continua a iluminar a mente e o coração dos cristãos, aprofundando sua compreensão da fé.
- A revelação e a razão: A revelação divina não se contrapõe à razão, mas a complementa. A fé cristã convida à busca da verdade, utilizando tanto a razão quanto a fé para compreender os mistérios de Deus.
- A revelação e a experiência pessoal: A revelação divina não é apenas um conhecimento intelectual, mas também uma experiência pessoal. Ao se relacionar com Deus através da oração e da meditação na Palavra, os cristãos podem experimentar a presença divina em suas vidas.
Em resumo, a revelação divina é um tema central da fé cristã, que nos convida a aprofundar nossa compreensão de Deus e a viver em comunhão com Ele. Ao estudar a Bíblia e buscar a orientação do Espírito Santo, podemos experimentar a riqueza e a profundidade da revelação divina em nossas vidas.
11. Inspiração
De um modo que poderia ter sido feito ou causado por um sopro. (Iluminação) divino: uma oração inspirada; um texto lindamente inspirado
Diz-se do indivíduo que está repleto de uma animação causada por uma inspiração divina, criadora etc: um escritor inspirado; só escreve quando está inspirado. .
INSPIRAÇÃO OU EXPIRAÇÃO NA COMPOSIÇÃO DOS LIVROS
A palavra inspiração vem do latim, e significa respirar para dentro. Ela é usada somente duas vezes no N.T. (2Tm 3:16; 2Pe 1:21).
Este vocábulo, embora consagrado pelo uso, e, portanto, pela teologia, não é um termo adequado, pois pode parecer que Deus tenha soprado alguma espécie de vida divina em palavras humanas. Em 2Tm 3.16 encontramos o vocábulo grego theopneustos que significa soprado por Deus. As Escrituras é a própria inspiração de Deus, é o próprio Deus falando (2Sm 23:2).
Em 2Pe 1:21 este vocábulo se torna mais inadequado ainda, pois alguma traduções transmite a ideia de que os homens santos foram inspirados pelo Espírito Santo: “O fato é que o homem não é inspirado, mas a Palavra de Deus é que é expirada” (Compare Jó 32:8; 33:4 com Ez 36:27; 37:9).
A ARA (Almeida Revista e Atualizada), porém, apesar de utilizar o termo inspiração em 2Tm 3:16, usa, com acerto, o verbo mover em 2Pe 1:21, como tradução do vocábulo grego “pherô”, que significa exatamente mover ou conduzir.
Considerada esta ressalva, não devemos pender para o extremo, excluindo a autoria humana da compilação das Escrituras. Ela própria reconhece a autoria dual no registro bíblico. Em Mateus 15.4 está escrito que Deus ordenou enquanto que em Mc 7:10 diz que foi Moisés quem ordenou.
Deus opera de modo misterioso usando e não anulando a vontade humana, sem que o homem perceba que está sendo divinamente conduzido, sendo que neste fenômeno, o homem faz pleno uso de sua liberdade (Pv 16:1;19:21; Sl 33:15;105:25; Ap 17:17). Desse mesmo modo Deus também usa Satanás (Compare 1Cr.21:1 com 2Sm 24:1; Is 22:20-23), mas não retira a responsabilidade do homem (At 5:3,4), como também o faz na obra da salvação (Dt 30:19; Sl 65:4; Jo 6:44).
Inspiração é o (graphe), que quer dizer escrito, que significa “sopro divino”. Que é o poder sobrenatural do Espírito Santo sobre os escritos sagrados, para que os seus escritos tivessem plena validade, isto é, o próprio Deus, mediante o Espírito Santo, que é Deus, inspirou aos homens o que justamente deviam escrever.
É a operação divina que influenciou os escritores bíblicos, capacitando-os a receber a mensagem divina, e que os moveu aos escritos com exatidão, impedindo-os de cometerem erros e omissões, de modo que ela recebeu autoridade divina e infalível, garantindo a exata transferência da verdade revelada de Deus para a linguagem humana inteligível (2Co 10:13; 2Tm 3:16; 2Pe 1:20,21).
INSPIRAÇÃO SE REVELA
- Toda a Escritura é inspirada por Deus: 2Tm 3:16
- Jesus se revela pela Palavra (logos) encarnada por Deus: Jo 1:1-4
- O Espírito que nos inspira na compreensão da Palavra: Jo 32:8
Autoria Dual: Com este termo indicamos dois fatos
1) Autoria Divina: Do lado divino as Escrituras são a Palavra de Deus no sentido de que se originaram n’Ele e são a expressão de Sua mente. Em 2Tm3:16 encontramos a referência a Deus: “Toda Escritura é divinamente inspirada” (theopneustos= soprada ou expirada por Deus) . A referência aqui é ao escrito.
2) Autoria Humana: Do lado humano certos homens foram escolhidos por Deus para a responsabilidade de receber a Palavra e passá-la para a forma escrita. Em 2Pe 1:21 encontramos a referência aos homens: “Homens santos de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo” (pherô = movidos ou conduzidos). A referência aqui é ao escritor.
O Termo Logos
Este termo grego foi utilizado no N.T. cerca de 200 vezes para indicar a Palavra de Deus Escrita, e 7 vezes para indicar o Filho de Deus (Jo 1:1,14; 1Jo 1:1;5:7; Ap 19:13). Eles são para Deus o que a expressão é para o pensamento e o que a fala é para a razão, portanto o Logos de Deus é a expressão de Deus, quer seja na forma escrita ou viva (Cf. Jo 14:6 com Jo 17:17).
1) Cristo é a Palavra Viva: Cristo é o Logos, isto é, a fala, a expressão de Deus.
2) A Bíblia é a Palavra Escrita: A Bíblia também é o Logos de Deus, e assim como em Cristo há dois elementos (duas naturezas), divino e humano, igualmente na Palavra de Deus estes dois elementos aparecem unidos sobrenaturalmente.
Provas da Inspiração
Somos acusados de provar a inspiração pela Bíblia e de provar a verdade da Bíblia pela inspiração, e, assim, de argumentar num círculo vicioso. Mas o processo parte de uma prova que todos aceitam: a evidência. Esta, primeiro prova a veracidade ou credibilidade da testemunha, e então aceita o seu testemunho.
A veracidade das Escrituras é estabelecida de vários modos, e, tendo constatado a sua veracidade, ou a validade do seu testemunho, bem podemos aceitar o que elas dizem de si mesmas.
As Escrituras afirmam que são inspiradas, e elas ou devem ser cridas neste particular ou rejeitadas em tudo mais.
1) O A.T. afirma sua Inspiração: (Dt 4:2,5; 2Sm 23:2; Is 1:10; Jr 1:2,9; Ez 3:1,4; Os 1:1; Jl l:1; Am 1:3;3:1; Ob 1:1; Mq 1:1).
2) O N.T. afirma sua Inspiração: (Mt 10:19; Jo 14:26;15:26,27; Jo 16:13; At 2:33;15:28; 1Ts 1:5; 1Co 2:13; 2Co 13:3; 2Pe 3:16; Is 2:13; 1Co 14:37).
3) O N.T. afirma a Inspiração do A.T.: (Lc 1:70; At 4:25; Hb 1:1, 2Tm 3:16; 1Pe 1:11; 2Pe 1:21).
4) A Bíblia faz declarações científicas descobertas posteriormente: (Jó 26:7; Sl 135:7; Ec 1:7; Is 40:22).
TEORIAS
Teorias da Inspiração
Podemos ter revelação sem inspiração (Ap 10:3,4), e podemos ter inspiração sem revelação, como quando os escritores registram o que viram com seus próprios olhos e descobriram pela pesquisa (1Jo 1:1-4; Lc 1:1-4). Aqui nós temos a forma e o resultado da inspiração.
— Ela não explica como os escritores bíblicos poderiam mesclar seus conhecimentos sobrenaturais ao registrarem uma sentença, e serem rebaixados a um nível inferior ao relatarem um fato de modo natural.
— Ela não fornece a psicologia daquele estado de espírito que deveria envolver os escritores bíblicos ao se pronunciarem infalivelmente sobre matérias de doutrina, enquanto se desviam a respeito dos fatos mais simples da história.
— Ela não analisa a relação existente entre as mentes divina e humana, que produz tais resultados.
— Ela não distingue entre coisas que são essenciais à fé e à pratica e àquelas que não são. Erasmo, Grotius, Baxter, Paley, Doellinger e Strong compartilham desta teoria.
A forma é o método que Deus empregou na inspiração, enquanto que o resultado indica a conseqüência da inspiração. Portanto, as chamadas teorias da intuição, da iluminação, a dinâmica e a do ditado, todas descrevem a forma de inspiração, enquanto que a teoria verbal plenária indica o resultado.
Teoria do Ditado
Afirma que os escritores bíblicos foram meros instrumentos (amanuenses[1]), não seres cujas personalidades foram preservadas.
Se Deus tivesse ditado as Escrituras, o seu estilo seria uniforme. Teria a dicção e o vocabulário do divino Autor, livre das idiossincrasias[2] dos homens (Rm 9:1-3; 2Pe 3:15,16). Na verdade o autor humano recebeu plena liberdade de ação para a sua autoria, escrevendo com seus próprios sentimentos, estilo e vocabulário, mas garantiu a exatidão da mensagem suprema com tanta perfeição como se ela tivesse sido ditada por Deus.
Não há nenhuma insinuação de que Deus tenha ditado qualquer mensagem a um homem além daquela que Moisés transcreveu no monte santo, pois Deus usa e não anula as suas vontades. Esta teoria, portanto, enfatiza sobremaneira a autoria divina ao ponto de excluir a autoria humana.
Teoria da Inspiração Natural ou Intuição
Afirma que a inspiração é simplesmente um discernimento superior das verdades moral e religiosa por parte do homem natural. Assim como tem havido artistas, músicos e poetas excepcionais, que produziram obras de arte que nunca foram superadas, também em relação a Escrituras houve homens excepcionais com visão espiritual que, por causa de seus dons naturais, foram capazes de escrever as Escrituras.
Esta é a noção mais baixa de inspiração, pois enfatiza a autoria humana a ponto de excluir a autoria divina. Esta teoria foi defendida pelos pelagianos[3] e unitarianos[4].
Teoria da Inspiração Mística ou Iluminação
Afirma que inspiração é simplesmente uma intensificação e elevação das percepções religiosas do crente. Cada crente tem sua iluminação até certo ponto, mas alguns tem mais do que outros.
Se esta teoria fosse verdadeira, qualquer cristão em qualquer tempo, através da energia divina especial, poderia escrever as Escrituras. Schleiermacher foi quem disseminou esta teoria. Para ele inspiração é “um despertamento e excitamento da consciência religiosa, diferente em grau e não em espécie da inspiração piedosa ou sentimentos intuitivos dos homens santos”. Lutero, Neander, Tholuck, Cremer, F.W.Robertson, J.F.Clarke e G.T.Ladd defendiam esta teoria, segundo Strong.
INSPIRAÇÃO
Inspiração dos Conceitos
Esta teoria pressupõe pensamentos à parte das palavras, através da qual Deus teria transmitido ideias mas deixou o autor humano livre para expressá-las em sua própria linguagem. Mas ideias não são transferíveis por nenhum outro modo além das palavras.
Esta teoria ignora a importância das palavras em qualquer mensagem. A Bíblia sempre enfatiza suas palavras e não um simples conceito (1Co 2:13; Jo 6:63;17:8; Ex 20:1; Gl 3:16).
Graus de Inspiração
Afirma que há inspiração em graus — sugestão, direção, elevação, superintendência, orientação e revelação direta — são palavras usadas para classificar estes graus.
Esta teoria alega que algumas partes da Bíblia são mais inspiradas do que outras. Embora ela reconheça as duas autorias, dá margem a especulação fantasiosa.
Inspiração Verbal Plenária
É o poder inexplicado do Espírito Santo agindo sobre os escritores das Sagradas Escrituras, para orientá-los (move-los, conduzí-los) na transcrição do registro bíblico, quer seja através de observações pessoais, fontes orais ou verbais, ou através de revelação divina direta, preservando-os de erros e omissões, abrangendo as palavras em gênero, número, tempo, modo e voz, preservando, desse modo, a inerrância das Escrituras, e dando à ela autoridade divina.
Como:
- Observação Pessoal: (IJo.1:1-4).
B. Fonte Oral: (Lc.l:1-4).
C. Fonte Verbal: (At.17:18; Tt.1:12; Hb.1:1).
D. Revelação Divina Direta: (Ap.1:1-11; Gl.1:12).
E. Gênero: (Gn.3:15).
F. Número: (Gl.3:16).
G. Tempo: (Ef.4:30; Cl.3:13).
H. Modo: (Ef.4:30; Cl.3:13).
I. Voz: (Ef.5:18)
12. Iluminação
A iluminação não deve ser confundida com revelação. Revelar é mostrar o que está em oculto. Iluminar é trazer luz ao que está revelado mas não conseguimos ver por causa da nossa escuridão. Iluminar é trazer luz a escuridão em que estamos e não conseguimos enxergar o que já está revelado nas Sagradas Escrituras.
A obra do Espírito Santo na iluminação não é o provimento de novas informações ou revelações além daquelas já escritas na Bíblia.
O Espírito Santo ilumina aquilo que está revelado nas Escrituras. Ele opera com a Palavra e por meio da Palavra.
É através da iluminação que o Espírito Santo concede aos cristãos a capacidade intelectual de poderem compreender o que foi inspirado e revelado nas Escrituras Sagradas.
É impossível entendermos a situação de pecado sem intervenção do Espírito Santo que produz luz em nossa consciência. Influência ou ministério do Espírito Santo que capacita todos os que estão num relacionamento correto com Deus para entender as Escrituras (1Co 2:12; Lc 24:32,45; 1Jo 2:27).
A iluminação não inclui a responsabilidade de acrescentar algo às Escrituras (revelação) e nem inclui uma transmissão infalível na linguagem (inspiração) daquele que o Espirito Santo ensina.
A iluminação é diferenciada da revelação e da inspiração no fato de ser prometida a todos os crentes, pois não depende de escolha soberana, mas de ajustamento pessoal ao Espirito Santo. Além disso a iluminação admite graus podendo aumentar ou diminuir (Ef 1:16-18; 4:23; Cl 1:9).
A iluminação não se limita a questões comuns, mas pode atingir as coisas profundas de Deus (ICo 2:10) porque o Mestre Divino está no coração do crente e, portanto, ele não houve uma voz falando de fora e em determinados momentos, mas a mente e o coração são sobrenaturalmente despertados de dentro (1Co 2:16).
Este despertamento do Espírito pode ser prejudicado pelo pecado, pois é dito que o cristão que é espiritual discerne todas as coisas (1Co 2:15), ao passo que aquele que é carnal não pode receber as verdades mais profundas de Deus que são comparadas ao alimento sólido (1Co 2:15;3:1-3; Hb 5:12-14).
A iluminação, a inspiração e a revelação estão estritamente ligadas, porém podem ser independentes, pois há inspiração sem revelação (Lc 1:1-3; 1Jo1:1-4); inspiração com revelação (Ap 1:1-11); inspiração sem iluminação (1Pe1:10-12); iluminação sem inspiração (Ef.1:18) e sem revelação (1Co 2:12; Jd.3); revelação sem iluminação (1Pe 1:10-12) e sem inspiração (Ap 10:3-4; Ex 20:1-22). É digno de nota que encontramos estes três ministérios do Espirito Santo mencionados em uma só passagem (1Co 2:9-13); a revelação no versículo 10; a iluminação no versículo 12 e a inspiração no versículo 13.
A Iluminação acontece por que:
- O homem natural não pode discerni-la: 1Co 2:14
- A obra de Cristo na cruz faz sentido: 1Co 1:18
- O Espírito Santo ensina: Jo 14:26
13. Autoridade
Dizemos que a bíblia é um livro que tem autoridade porque ela tem influência, prestígio e credibilidade (quanto a pureza na transcrição ou tradução), por isso deve ser obedecida porque procede de fonte infalível e autorizada.
A autoridade está vinculada a inspiração, canonicidade e credibilidade, sem os quais a autoridade da Bíblia não se estabeleceria. Assim, por ser inspirado, determinado trecho bíblico possui autoridade; por ser canônico, determinado livro bíblico possui autoridade, e por ter credibilidade, determinadas informações bíblicas possuem autoridade, sejam históricas, geográficas ou científicas.
Entretanto, nem tudo aquilo que é inspirado é autorizado, pois a autoridade de um livro trata de sua procedência, de sua autoria, e, portanto, de sua veracidade. Deus é o Autor da Bíblia, e como tal ela possui autoridade, mas nem tudo que está registrado na Bíblia procedeu da boca de Deus. Por exemplo, o que Satanás disse para Eva foi registrado por inspiração, mas não é a verdade (Gn 3:4,5); o conselho que Pedro deu a Cristo (Mt 16:22); as acusações que Elifaz fez contra Jó (Jó 22:5-11), etc.
Nenhuma dessas declarações representam o pensamento de Deus ou procedem d’Ele (procedem apenas por inspiração), e por isso não têm autoridade.
Um texto também perde sua autoridade quando é retirado de seu contexto e lhe é atribuído um significado totalmente diferente daquele que tem quando inserido no contexto. As palavras ainda são inspiradas, mas o novo significado não tem autoridade.
14. Credibilidade
Um livro tem credibilidade se relatou veridicamente os assuntos como aconteceram ou como eles são; e quando seu texto atual concorda com o escrito original.
Nesse caso credibilidade relaciona-se ao conteúdo do livro (original), e a pureza do texto atual (cópia ou tradução). Por exemplo, as palavras de Satanás em Gn 3:4,5 são inspiradas, mas não possuem autoridade, porque não é verdade, porém tem credibilidade ou veracidade (quanto a sua transcrição) porque foram registradas exatamente como Satanás disse. A veracidade das palavras de Satanás não se relacionam ao o que ele pronunciou, mas sim como ele as pronunciou.
Credibilidade estabelecida por 3 fatos:
Autenticado por Jesus Cristo
Cristo recebeu o A.T. como relato verídico. Ele endossou grande número de ensinamentos do A.T., como, por exemplo: A criação do universo por Deus (Mc 3:19), a criação do homem (Mt.19:4,5), a existência de Satanás (Jo 8:44), o dilúvio (Lc 17:26,27), a destruição de Sodoma e Gomorra (Lc 17:28-30), a revelação de Deus a Moisés na sarça (Mc.12:26), a dádiva do maná (Jo 6:32), a experiência de Jonas dentro do grande peixe (Mt 12:39,40). Como Jesus era Deus manifesto em carne, Ele conhecia os fatos, e não podia se acomodar a ideias errôneas, e, ao mesmo tempo ser honesto. Seu testemunho deve, portanto, ser aceito como verdadeiro ou Ele deve ser rejeitado como Mestre religioso.
Prova Arqueológica
Através da arqueologia, a batalha dos reis registrada em Gn 14 não pode mais ser posta em dúvida, já que as inscrições no Vale do Eufrates “mostram indiscutivelmente que os quatro reis mencionados na Bíblia como tendo participado desta expedição não são, como era dito displicentemente, ‘invenções etnológicas’, mas sim personagens históricos reais. Anrafel é identificado como o Hamurábi cujo maravilhoso código de leis foi tão recentemente descoberto por De Morgan em Susa”. (Geo. F. Wright)
—As tábuas Nuzi esclarecem a ação de Sara e Raquel ao darem suas servas aos seus maridos (Jack Finegan, Ligth from the Ancient Past = Luz de um Passado Antigo).
—Os hieróglifos egípcios indicam que a escrita já era conhecida mais de 1.000 anos antes de Abraão (James Orr, The Problem of the Old Testament = O Problema do Velho Testamento).
A arqueologia também confirma o fato de Israel ter vivido no Egito, como escravo, e ter sido liberto (Melvin G. Kyle, The Deciding Voice of the Monuments = A Voz Decisória dos Monumentos).Muitas outras confirmações da veracidade dos relatos das Escrituras poderiam ser apresentados.
Prova Histórica
A história fornece muitas provas da exatidão das descrições bíblicas. Sabe-se que Salmanezer IV sitiou a cidade de Samaria, mas o rei da Assíria, que sabemos ter sido Sargom II, carregou o povo para a Síria (2Rs 17:3-6). A história mostra que ele reinou de 722-705 a.C. Ele é mencionado pelo nome apenas uma vez na Bíblia (Is 20:1). Nem Beltsazar (Dn 5), nem Dario, o Medo (Dn 6) são mais considerados como personagens fictícios.
15. Inerrância
Inerrância ou infalibilidade significa: verdade é transmitida em palavras que, entendidas no sentido em que foram empregadas, entendidas no sentido que realmente se destinavam a ter, não expressam erro algum.
A inspiração garante a inerrância da Bíblia
Inerrância não significa que os escritores não tinham falhas na vida, mas que foram preservados de erros os seus ensinos. Eles podem ter tido concepções errôneas acerca de muitas coisas, mas não as ensinaram; por exemplo, quanto à terra, às estrelas, às leis naturais, à geografia, à vida política e social etc.
Não significa que não se possa interpretar erroneamente o texto ou que ele não possa ser mal compreendido.
A inerrância não nega a flexibilidade da linguagem como veículo de comunicação. É muitas vezes difícil transmitir com exatidão um pensamento por causa desta flexibilidade de linguagem ou por causa de possível variação no sentido das palavras.
A Bíblia vem de Deus. Será que Deus nos deu um livro de instrução religiosa repleto de erros? Se ele possui erros sob a forma de uma pretensa revelação, perpetua os erros e as trevas que professa remover. Pode-se admitir que um Deus Santo adicione a sanção do seu nome a algo que não seja a expressão exata da verdade?
Diz-se que a Bíblia é parcialmente verdadeira e parcialmente falsa. Se é parcialmente falsa, como se explica que Deus tenha posto o seu selo sobre toda ela? Se ela é parcialmente verdadeira e parcialmente falsa, então a vida e a morte estão a depender de um processo de separação entre o certo e o errado, que o homem não pode realizar.
Cristo declara que a incredulidade é ofensa digna de castigo. Isto implica na veracidade daquilo que tem de ser crido, porque Deus não pode castigar o homem por descrer no que não é verdadeiro (Sl 119:140,142; Mt 5:18; Jo 10:35; Jo 17:17). Aqueles que negam a infalibilidade da Bíblia, geralmente estão prontos a confiar na falibilidade de suas próprias opiniões.
Um dos exemplos utilizado para contrariar a inerrância da Bíblia, encontra-se em 1Co 10:8 onde lemos que 23.000 homens morreram no deserto, enquanto que Nm 25:9 diz que morreram 24.000. Acontece que em Números nós temos o número total dos mortos, ao passo que em 1Coríntios nós temos o número parcial que somado ao restante dos homens relacionados nos versículos 9 e 10, deverá contabilizar o total de 24.000.
A inerrância não abrange as cópias dos manuscritos, mas atinge somente os autógrafos[5].
16. Canonicidade
Por canonicidade das Escrituras queremos dizer que, de acordo com “padrões” determinados e fixos, os livros incluídos nelas são considerados partes integrantes de uma revelação completa e divina, a qual, portanto, é autorizada e obrigatória em relação à fé e à prática.
A palavra grega Canôn (Kanon) derivou do hebraico kaneh que significa junco ou vara de medir (Ap 21:15); daí tomou o sentido de norma, padrão ou regra (Gl 6:16; Fp 3:16).
FONTE DA CANONIZAÇÃO
A Canonização de um livro da Bíblia não significa que a nação judaica ou a igreja tenha dado a esse livro a sua autoridade canônica; antes significa que sua autoridade, já tendo sido estabelecida em outras bases suficientes, foi consequentemente reconhecida como pertencente ao cânon e assim declarado pela nação judaica e pela igreja cristã.
O CRITÉRIO CANÔNICO (NOVO TESTAMENTO)
Adotam-se 5 critérios canônicos:
1) Apostolicidade: O livro deveria ter sido escrito por um dos apóstolos ou por autor que tivesse relacionamento com um dos apóstolos (imprimatur apostólico).
2) Universalidade: Quando era impossível demonstrar a autenticidade apostólica, o critério de uso e circulação do livro na comunidade cristã universal era considerado para sua aferição canônica. O livro deveria ser aceito universalmente pela igreja para dela receber o seu imprimatur.
3) Conteúdo do Livro: O livro deveria possuir qualidades espirituais, e qualquer ficção que nele fosse encontrada tornava o escrito inaceitável.
4) Inspiração: O livro deveria possuir evidências de inspiração.
5) Leitura em Público: Nenhum livro seria admitido para leitura pública na igreja se não possuísse características próprias. Muitos livros eram bons e agradáveis para leitura particular, mas não podiam ser lidos e comentados publicamente, como se fazia com a lei e os profetas na sinagoga. É a esta leitura que Paulo exorta Timóteo a praticar (1Tm 4:13).
CONCLUSÃO DA CANONIZAÇÃO N.T.
São muitos os concílios ao longo da história. Podemos destacar o primeiro deles na própria Escritura em Atos cap. 15.
CONCÍLIOS
São deliberações através de reunião de dignitários eclesiásticos, especialmente pastores, bispos, presbíteros para deliberar sobre questões de fé, costumes, doutrina ou disciplina eclesiástica.
— Niceia I (325), Constantinopla I (381), Concílio Damasino de Roma em 382 d.C., Concílio de Cartago em 397 d.C.; Éfeso (431), e outros…
Concílio de Nicéia
Foi um concílio de bispos cristãos, reunidos na cidade de Niceia da Bitínia (atual Iznik, província de Bursa, Turquia) pelo Imperador Romano Constantino I em 325. O assunto central desse concílio foi combater a heresia do Arianismo, que pregava a humanidade de Jesus e quase desconsiderava sua divindade. Foi convocado pelo Imperador Constantino. Havia grande problema com definições dogmáticas por causa da língua (grega e latim) e a questão do Arianismo, ainda que considerada herética, não foi resolvida e ainda levantou outras perguntas referentes a natureza de Jesus e da Santíssima Trindade.
Primeiro Concílio de Nicéia foi um concílio de bispos cristãos, reunidos na cidade de Niceia da Bitínia (atual Iznik, província de Bursa, Turquia) pelo Imperador Romano Constantino I em 325. O assunto central desse concílio foi combater a heresia do Arianismo, que pregava a humanidade de Jesus e quase desconsiderava sua divindade. Foi convocado pelo Imperador Constantino. Havia grande problema com definições dogmáticas por causa da língua (grega e latim) e a questão do Arianismo, ainda que considerada herética, não foi resolvida e ainda levantou outras perguntas referentes a natureza de Jesus e da Santíssima Trindade.
Um dos propósitos do concílio foi resolver as divergências que surgiram dentro da Igreja de Alexandria sobre a natureza de Jesus e sua relação com o Pai. Discussões sobre a origem do Filho envolveram dois posicionamentos: se ele não teve começo e foi gerado pelo Pai a partir de seu próprio ser ou se teve começo e foi criado do nada. Alexandre e Atanásio, ambos de Alexandria, tomaram a primeira posição e o popular presbítero Ário, de quem vem o termo arianismo, tomou a segunda. O concílio decidiu, esmagadoramente, contra os arianos. De aproximadamente 318 participantes, todos, com exceção de dois, concordaram em assinar o credo e estes dois, juntamente com Ário, foram banidos para a Ilíria.
Outro resultado do concílio foi um acordo sobre quando celebrar a Páscoa, a mais importante festa do calendário eclesiástico, decretado em uma epístola à Igreja de Alexandria na qual se diz:
“Nós também lhe enviamos as boas novas do acordo relativo à sagrada Páscoa, isto é, em resposta às suas orações, esta questão também foi resolvida. Todos os irmãos do Oriente que até o momento seguiram a prática judaica, a partir de agora, observarão o costume dos romanos e de vocês e de todos nós que, desde os tempos antigos, mantivemos a Páscoa juntamente com vocês.”
Historicamente significativo como o primeiro esforço para alcançar um consenso na Igreja através de uma assembléia representando toda a cristandade, o concílio foi a primeira ocasião em que os aspectos técnicos da cristologia foram discutidos. Por meio dele, estabeleceu-se um precedente para os concílios gerais posteriores adotarem credos e cânones. Este concílio é, geralmente, considerado o início do período dos primeiros sete concílios ecumênicos da história do cristianismo.
O Concílio de Constantinopla I (381): Um Marco Fundamental para o Cristianismo
O Primeiro Concílio de Constantinopla, realizado em 381, representou um ponto crucial na história da Igreja Cristã. Convocado pelo imperador Teodósio I, esse encontro eclesiástico tinha como objetivo principal reafirmar a divindade de Jesus Cristo e unificar a Igreja, combatendo heresias como o arianismo.
Uma das principais decisões do Concílio foi a ratificação do Credo Niceno-Constantinopolitano, um dos documentos mais importantes da fé cristã, que define a natureza trinitária de Deus. Além disso, o Concílio estabeleceu a ordem hierárquica da Igreja, concedendo à sede episcopal de Constantinopla um lugar de destaque, logo abaixo de Roma.
Em resumo, o Concílio de Constantinopla desempenhou um papel fundamental na consolidação da doutrina cristã e na organização da Igreja, moldando o rumo do cristianismo nos séculos seguintes.
Gostaria de saber mais sobre algum aspecto específico do Concílio? Por exemplo, podemos explorar:
- O arianismo: Qual era essa heresia e por que era considerada uma ameaça à fé cristã?
- O Credo Niceno-Constantinopolitano: Quais são os principais pontos desse credo e como ele influenciou a teologia cristã?
- As implicações políticas do Concílio: Como o poder civil influenciou as decisões do Concílio e quais foram as consequências para a relação entre Igreja e Estado?
O Concílio Damasiano de Roma (382 d.C.): Uma Reunião para Unificar a Igreja
O Concílio Damasiano de Roma, realizado em 382 d.C., sob a liderança do Papa Dâmaso I, foi um evento crucial para a consolidação da Igreja após o tumultuado período de controvérsias teológicas.
Este concílio regional tinha como objetivo principal unificar a Igreja, especialmente após as tensões geradas pelo Concílio de Constantinopla (381). Os bispos ocidentais, insatisfeitos com a eleição do patriarca de Constantinopla, solicitaram ao imperador Teodósio I a convocação de um novo sínodo.
Os temas centrais do Concílio Damasiano foram a definição do cânone bíblico, ou seja, quais livros deveriam ser considerados inspirados por Deus e fazer parte da Bíblia, e a reafirmação da autoridade papal. O concílio também buscou resolver disputas internas e fortalecer a unidade da Igreja.
Em resumo, o Concílio Damasiano de Roma desempenhou um papel fundamental na organização e unificação da Igreja no Ocidente, contribuindo para a consolidação da autoridade papal e para a definição do cânone bíblico que conhecemos hoje.
Gostaria de saber mais sobre algum aspecto específico do Concílio Damasiano? Podemos explorar:
- O cânone bíblico: Como o concílio definiu quais livros fariam parte da Bíblia?
- A autoridade papal: Qual foi o papel do Papa Dâmaso I nesse concílio e como a autoridade papal foi fortalecida?
- As disputas internas: Quais eram as principais divergências entre os bispos e como o concílio as resolveu?
O Concílio de Cartago (397 d.C.): Definindo o Cânon Bíblico
O Concílio de Cartago, realizado em 397 d.C., foi um evento de grande importância para a história do cristianismo. Reunido na cidade de Cartago, na África, o concílio teve como principal objetivo estabelecer o cânon bíblico, ou seja, a lista oficial dos livros considerados sagrados e inspirados por Deus.
A decisão de definir o cânon bíblico era fundamental para garantir a unidade da Igreja e evitar a proliferação de textos apócrifos ou duvidosos. O concílio, após cuidadosa análise e debate, reconheceu como canônicos os livros que hoje compõem o Antigo e o Novo Testamento, tal como os conhecemos.
Além de definir o cânon bíblico, o Concílio de Cartago também discutiu e estabeleceu outras questões importantes para a vida da Igreja, como a disciplina eclesiástica e a organização da comunidade cristã.
Em resumo, o Concílio de Cartago de 397 foi um marco histórico para o cristianismo, pois consolidou a lista de livros sagrados e contribuiu para a uniformização da fé cristã.
O Concílio de Éfeso (431 d.C.): A Maternidade Divina de Maria
O Concílio de Éfeso, realizado em 431 d.C., foi um dos mais importantes concílios da história da Igreja. Convocado pelo imperador romano Teodósio II, esse encontro eclesiástico tinha como objetivo principal esclarecer a natureza de Cristo e sua relação com a humanidade.
A principal questão em debate era a doutrina nestoriana, que afirmava que Jesus Cristo era composto de duas pessoas distintas: o Filho de Deus e o homem Jesus. Essa doutrina negava a plena união entre a natureza divina e a humana em Cristo.
O Concílio de Éfeso condenou o nestorianismo e proclamou Maria como a Theotokos, ou seja, a Mãe de Deus. Essa declaração reafirmou a plena divindade de Cristo e a unidade perfeita de sua natureza divina e humana.
Em resumo, o Concílio de Éfeso foi um marco fundamental para a cristandade, definindo um dogma central sobre a natureza de Cristo e o papel de Maria na história da salvação.
Anexos
Códice Vaticanus

O Codex Vaticanus é um dos mais antigos manuscritos existentes da Bíblia grega (Antigo e Novo Testamento) e um dos quatro grandes códices unciais. O nome “vaticanus” deve-se ao fato de estar guardado na Biblioteca do Vaticano, pelo menos desde o século XV. Escrito em 759 folhas de velino em letras unciais, foi datado palaeograficamente como sendo do século IV.
Codex Sinaiticus

Chamado também Bíblia do Sinai é um dos quatro grandes códices unciais, uma antiga cópia manuscrita da Bíblia em grego koine. Este códice é um manuscrito de texto-tipo alexandrino escrito no século IV em letras unciais em pergaminho. O entendimento acadêmico moderno considera o Codex Sinaiticus como sendo um dos melhores textos gregos do Novo Testamento juntamente com o Codex Vaticanus. Até sua descoberta por Constantin von Tischendorf, o Codex Vaticanus não tinha paralelos.
Reino de Israel dividido

[1]o que escreve textos à mão; escrevente, copista, secretário.
[2]característica comportamental ou estrutural peculiar a um indivíduo ou grupo.
[3]conceito teológico que negava o pecado original, a corrupção da natureza humana, o servo arbítrio (arbítrio escravizado, cativo) e a necessidade da graça divina para a salvação.
[4]pregam a liberdade de cada ser humano para buscar a sua própria Verdade e a necessidade de cada um buscar o crescimento espiritual sem a necessidade de religiões, dogmas e doutrinas.
[5]autógrafo ou holograma é um manuscrito ou documento escrito na mão de seu autor ou compositor.
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